“Tudo isto disse Jesus em parábolas,
e sem parábolas nada lhes dizia, a fim de se cumprir o que fora anunciado pelo
profeta, que disse: ‘Abrirei a minha boca em parábolas, proclamarei verdades
ocultas desde a criação do mundo’.” (Mt 13, 34-35)
As parábolas que falam do reino dos Céus. Muito
expressivas!
O
comentário bíblico de M. Asun Gutiérrez Cabriada sobre o texto Mateus 13, 24-43 é muito bem feito. É uma excelente oportunidade
para quem procura compreender melhor a mensagem contida na Bíblia.
WCejnog
Obs.:
Os interessados podem ler esse texto em
apresentação de PPS, acessando o site
das Monjas Beneditinas de Montserrat. www.benedictinescat.com/montserrat Trabalho
muito bonito!
Para Jesus, a verdadeira metáfora do reino de Deus não é
o cedro,
que faz pensar em algo grandioso e poderoso, mas a mostarda,
que sugere algo débil, insignificante e pequeno.
que faz pensar em algo grandioso e poderoso, mas a mostarda,
que sugere algo débil, insignificante e pequeno.
A parábola teve que lhes entrar muito nom íntimo.
Como podia Jesus comparar o poder salvador de Deus com um
arbusto saido duma semente tão pequena? Tinha que abandonar a tradição que falava
de um Deus grande e poderoso? Tinha que
se esquecer das suas grandes façanhas do passado e estar atentos a um Deus que
já está atuando no pequeno e insignificante?
Teria Jesus razão?
Teria Jesus razão?
Cada um tinha que decidir: ou continuar à espera da
chegada de um Deus poderoso e terrível, ou arriscar-se a crer na sua ação
salvadora
presente na atuação humilde de Jesus.
presente na atuação humilde de Jesus.
José Antonio Pagola.
Jesus: uma abordagem histórica
Comentário
Naquele tempo,
Jesus disse às multidões mais esta parábola:
- O reino dos Céus pode comparar-se
- O reino dos Céus pode comparar-se
a um homem que semeou
boa semente
no seu campo. Enquanto
todos dormiam, veio o inimigo,
semeou joio no meio do
trigo e foi-se embora.
Quando o trigo cresceu
e começou a espigar,
apareceu também o
joio.
Os servos do dono da
casa foram dizer-lhe:
‘Senhor, não semeaste
boa semente no teu campo?
Donde vem então o
joio?’ Ele respondeu-lhes:
‘Foi um inimigo que fez isso.’
Esta parábola, que só se encontra
em Mateus, é tomada da vida quotidiana. Jesus fala num ambiente onde as
vinganças entre lavradores eram frequentes. O tema, como em todas as parábolas
deste capítulo, é o reino de Deus, como atua o Pai, o projeto de vida que Deus
tem para a humanidade.
Se o projeto do Pai é o primeiro e
o fundamental para Jesus, também o deve ser para nós.
Disseram-lhe os
servos:
«Queres que vamos
arrancar o joio?»
Esta parábola tem plena
atualidade. Observamos com frequência
atitudes que defendem o pensamento único. Que ninguém pense de maneira
diferente dos que decidiram, no seu posto de mando, o que é trigo e o que é
joio. E propõem-se, quase que com uma ordem divina, arrancar de raiz o que
consideram joio. É a grande tentação: julgarem-se na posse da verdade,
pretender ter a decisão sobre o bem e o mal, traçar a linha do mal, e tratar de
acabar com o que declararam mau. É a
pretensão de todos os fanatismos.
É a tentação de usurpar o lugar de Deus, crendo-se com o poder e o dever de
tomar decisões definitivas e graves que só a Deus competem.
Ele disse-lhes: «Não,
não suceda que,
ao arrancardes o joio,
arranqueis também o
trigo.
Deixai-os crescer ambos até à ceifa e,
Deixai-os crescer ambos até à ceifa e,
na altura da ceifa,
direi aos ceifeiros:
Apanhai primeiro o joio
Apanhai primeiro o joio
e atai-o em molhos
para queimar;
e ao trigo, recolhei-o
no meu celeiro».
Ainda que sejam muito diferentes,
enquanto crescem é muito difícil distinguir o trigo e o joio. É uma terra em
que escassa a madeira onde nenhum combustível se desaproveita. Os abrolhos e
plantas espinhosas, quando secavam, usavam-se como combustível.
O julgamento de Deus está cheio de paciência, compaixão e indulgência. Ele conhece bem o seu campo. Dá tempo a todos, respeita o ritmo de cada pessoa.
O julgamento de Deus está cheio de paciência, compaixão e indulgência. Ele conhece bem o seu campo. Dá tempo a todos, respeita o ritmo de cada pessoa.
Contra o desejo de levantar muros,
separar, arrancar, excomungar, cortar o mal pela raiz, julgar-se melhores que
os outros..., está a novidade de Jesus.
Ele mostra-nos a forma de atuar do
Pai, ensinando-nos como devemos atuar.
Sou humano, paciente, compassivo e
misericordioso comigo mesmo?
E com os outros?
E com os outros?
Jesus disse-lhes outra
parábola:
- O reino dos Céus pode comparar-se
- O reino dos Céus pode comparar-se
ao grão de mostarda
que um homem tomou
e semeou no seu campo.
Sendo a menor de todas
as sementes,
depois de crescer, é a
maior de todas as hortaliças
e torna-se árvore, de
modo que aves do céu
vêm abrigar-se nos
seus ramos.
Jesus compara o Reino com o grão
de mostarda, com a grandeza do que é pequeno, mas cheio de energia.
Oferece uma imagem do Reino em que
contrasta o seu inicio pequeno, quase insignificante, com as possibilidades e a
força da semente que leva à plenitude. O Reino explodirá, explode cada dia de
forma grandiosa, mesmo que a sua aparência seja pequena.
É um convite a trabalhar pelo
Reino, com entusiasmo e esperança, evitando o triunfalismo. A tarefa vale a
pena.
Disse-lhes outra
parábola:
- O reino dos Céus pode comparar-se
- O reino dos Céus pode comparar-se
ao fermento que uma
mulher
toma e mistura em três
medidas de farinha,
até ficar tudo
levedado.
O fermento é bom modelo para os
cristãos de todos os tempos.
O fermento representa a ação invisível, toda essa vida que não vemos.
O fermento representa a ação invisível, toda essa vida que não vemos.
O fermento não só frutifica em si
mesmo, mas influencia em tudo o que o rodeia.
Não é só crescimento, mas
transformação.
O que parecia inerte torna-se
vivo, o insípido torna-se saboroso.
Acolher o Fermento na nossa vida é
aceitar uma transformação que nos faça alimento e serviço. É ter a capacidade e
a simplicidade para transformar a convivência humana a partir de dentro e do íntimo,
sem fazer ruído, desaparecendo na massa, para que tudo fermente.
Tudo isto disse Jesus
em parábolas,
e sem parábolas nada
lhes dizia,
a fim de se cumprir o
que fora anunciado
pelo profeta, que
disse:
‘Abrirei a minha boca
em parábolas,
proclamarei verdades
ocultas
desde a criação do
mundo’.
Jesus deixou então as
multidões e foi para casa.
Os discípulos
aproximaram-se d’Ele e disseram-lhe:
‘Explica-nos a
parábola do joio no campo’.
Fazer do complexo algo simples,
ajudar a crer, a crescer, a confiar, pôr um sorriso e um desejo de se fazer
entender, é uma parte importante do amor. Porque o amor não é complicado e
Deus, que é amor, não é complicado.
O mais importante não é querer
ver, saber e entender tudo.
O fundamental é crer e confiar n’Ele! Basta-nos saber que a misericórdia, a
paciência, a justiça, a compaixão, o amor, têm nome próprio: Jesus.
Jesus respondeu: - Aquele que semeia a boa semente
é o Filho do homem e o
campo é o mundo.
A boa semente são os
filhos do Reino,
o joio são os filhos
do maligno
e o inimigo que o
semeou é o diabo.
A ceifa é o fim do
mundo e os ceifeiros são os anjos.
Como o joio é apanhado
e queimado no fogo,
assim será no fim do
mundo:
o Filho do homem
enviará os seus anjos,
que tirarão do seu
reino todos os
escandalosos e todos
os que praticam a iniquidade,
e hão-de lançá-los na
fornalha ardente:
aí haverá choro e
ranger de dentes.
E os justos brilharão
como o sol
no Reino do seu Pai.
Quem tem ouvidos, ouça.
As parábolas refletem e revelam
uma imagem nova de Deus.
Não é um Deus triunfador. A sua obra não é esplendorosa, mas modesta (mostarda), não se realiza sem dificuldades, mas entre elas (joio).
É Juiz misericordioso, compassivo, paciente. Temos a sorte de que é Ele quem faz justiça. Nós não temos a missão de julgar nem de condenar. Ninguém tem a missão de julgar nem de condenar os outros. Compete-nos continuar a semear, cuidando o campo, e regando, para que a colheita do Reino seja o mais fecunda possível.
Não é um Deus triunfador. A sua obra não é esplendorosa, mas modesta (mostarda), não se realiza sem dificuldades, mas entre elas (joio).
É Juiz misericordioso, compassivo, paciente. Temos a sorte de que é Ele quem faz justiça. Nós não temos a missão de julgar nem de condenar. Ninguém tem a missão de julgar nem de condenar os outros. Compete-nos continuar a semear, cuidando o campo, e regando, para que a colheita do Reino seja o mais fecunda possível.
Uma semente com o teu nome.
Tu és, Jesus, a primeira semente do Reino de Deus.
Tu és a primeira árvore, o primeiro fermento.
O Reino de Deus vem contigo.
Se confio em Ti, eu também serei Reino de Deus.
E crescerei.
E terei lugar para todos os que vierem.
E fermentarei.
E farei fermentar a todos os que encontrar.
Crescerá na escuridão a tua semente dentro de mim,
com toda a segurança!
E crescerá nos meus companheiros.
E semearemos todos juntos,
contigo,
uma semente;
uma semente com o teu nome
no campo do mundo.
uma semente;
uma semente com o teu nome
no campo do mundo.
E será a terra, por nós,
um pouco mais que antes
o Reino de Deus.
um pouco mais que antes
o Reino de Deus.
Patxi Loidi
Nenhum comentário:
Postar um comentário