Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Voltar à Galileia. – Reflexão de José Antônio Pagola. Vale a pena relembrar!



A Páscoa sempre deixa um clima especial. É tempo muito apropriado para refletir e pensar sobre a vida, a morte, a esperança...


Acho válido postar novamente aqui, no blog Indagações-Zapytania, uma reflexão muito boa e atual, que tem como pano de fundo o texto Jo 20, 19-31 (Jesus ressuscitado aparece aos discípulos  assustados, amedrontados e  escondidos por causa do medo. O testemunho do Tomé). Essa reflexão já foi publicada neste espaço no mês de abril de 2014. É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
Vale a pena ler e refletir!

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IHU – Adital
14 abril 2017

Voltar à Galileia

A leitura que a Igreja propõe para o Sábado Santo é o Evangelho segundo Mateus 28,1-10 que corresponde a Vigília Pascal, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola  comenta o texto. 

Eis o texto

Os evangelhos recolhem a memória de algumas mulheres admiráveis que, ao amanhecer de sábado, se aproximaram do sepulcro onde foi enterrado Jesus. Não podem esquecê-lo. Continuam a amá-lo mais do que a ninguém. Entretanto, os homens fugiram e permanecem talvez escondidos.

A mensagem que escutam ao chegar é de uma importância excepcional. O evangelho de Mateus diz assim: “Sei que procurais Jesus, o crucificado. Não está aqui. Ressuscitou como disse. Vinde ver o sítio onde jazia”. É um erro procurar Jesus no mundo da morte. Está vivo para sempre. Nunca o encontraremos onde a vida está morta.

Não temos de esquecê-lo. Se procurarmos encontrar Cristo ressuscitado, cheio de vida e força criadora, não temos de procurá-Lo numa religião morta, reduzida ao cumprimento externo de preceitos e ritos rotineiros, numa fé apagada que se sustenta em tópicos e fórmulas velhas, vazias de amor vivo a Jesus.

Então, onde podemos encontrá-lo? As mulheres recebem este encargo: “Ide depressa dizer aos discípulos: ‘Ressuscitou dentre os mortos e vai à vossa frente para a Galileia. Ali o vereis’”. Por que tem de se voltar à Galileia para ver o Ressuscitado? Que sentido profundo se encerra neste convite? Que se pretende dizer aos cristãos de hoje?

Na Galileia escutou-se, pela primeira vez e em toda a sua pureza, a Boa Nova de Deus e o projeto humanizador do Pai. Se não voltarmos a escutá-Lo hoje com o coração simples e aberto, nos alimentaremos de doutrinas veneráveis, mas não conheceremos a alegria do Evangelho de Jesus, capaz de “ressuscitar” a nossa fé.

Além disso, na margem do lago da Galileia foi-se formando a primeira comunidade de Jesus. Seus seguidores vivem junto Dele uma experiência única. Sua presença preenche tudo. Ele é o centro. Com Ele aprendem a viver acolhendo, perdoando, curando a vida e despertando a confiança no amor insondável de Deus. Se não colocarmos quanto antes Jesus no centro das nossas comunidades, nunca experimentaremos a Sua presença no meio de nós.

Se voltarmos à Galileia a “presença invisível” de Jesus ressuscitado adquirirá traços humanos ao ler os relatos evangélicos, e a Sua “presença silenciosa” recobrará voz concreta ao escutar as suas palavras de alento.

Fonte: IHU – Comentário aoEvangelho



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