Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Abrir o horizonte. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!




“Então Jesus aproximou-se e falou: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo”. (Mt 28, 18-20)

Festa da Ascensão

Abaixo, uma pequena reflexão, muito concreta e atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 28,16-20 (Jesus diz a seus discípulos: Ide! Eis que estou com vocês todos os dias!) escrita pelo padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. 
O texto foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU) em maio de 2014 e novamente agora, na festa da Ascensão.
Não deixe de  ler!
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IHU - Adital
26 maio 2017.

Abrir o horizonte

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo Mateus capítulo 28,16-20 que corresponde ao Domingo da Ascensão, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Ocupados apenas em conseguir imediatamente um maior bem-estar e atraídos por pequenas aspirações e esperanças, corremos o risco de empobrecer o horizonte da nossa existência perdendo a ânsia de eternidade. É um progresso? É um erro?

Há dois fatos que não é difícil comprovar neste novo milênio em que vivemos desde alguns anos. Por um lado cresce na comunidade humana a expectativa e o desejo de um mundo melhor. Não nos contentamos com qualquer coisa: necessitamos progredir para um mundo mais digno, mais humano e ditoso.

Por outro, está crescendo ao mesmo tempo o desencanto, o ceticismo e a incerteza ante o futuro. Há tanto sofrimento absurdo na vida das pessoas e dos povos, tantos conflitos envenenados, como abusos contra o planeta, que não é fácil manter a fé no ser humano.

É certo que o desenvolvimento da ciência e da tecnologia consegue resolver muitos males e sofrimentos. No futuro se conseguirão, sem dúvida, êxitos ainda mais espetaculares. Ainda não somos capazes de intuir a capacidade contida no ser humano para desenvolver um bem-estar físico, psíquico e social.

Mas não seria honesto esquecer que este desenvolvimento prodigioso nos vai “salvando” apenas de alguns males e apenas de forma limitada. Agora precisamente que desfrutamos cada vez mais do progresso humano, começamos a perceber melhor que o ser humano não pode dar-se a si mesmo tudo o que deseja e procura.

Quem nos salvará do envelhecimento, da morte inevitável ou do estranho poder do mal? Não nos deve surpreender que muitos comecem a sentir a necessidade de algo que não é nem técnica nem ciência, tampouco ideologia ou doutrina religiosa. O ser humano resiste a viver encerrado para sempre nesta condição caduca e mortal. Procura um horizonte, necessita de uma esperança mais definitiva.

Não poucos cristãos vivem hoje olhando exclusivamente para a terra. Ao que parece não nos atrevemos a levantar o olhar mais além do imediato de cada dia. Nesta festa cristã da Ascensão do Senhor, quero recordar umas palavras daquele grande cientista e místico que foi P. Teilhard de Chardin: “Cristãos a apenas vinte séculos da Ascensão”. “Que fizestes da esperança cristã?”.

No meio de interrogações e incertezas, os seguidores de Jesus, seguimos caminhando pela vida trabalhados pela confiança e pela convicção. Quando parece que a vida se fecha ou se extingue, Deus permanece. O mistério último da realidade é um mistério de amor salvador. Deus é uma porta aberta à vida eterna. Ninguém a pode fechar.






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