Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 19 de maio de 2017

O Espírito da verdade. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!



E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre;  O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.” ( Jo 14, 16-17)

Hoje, uma reflexão muito bonita e atual. Como pano de fundo  tem o texto bíblico Jo  14, 15-21  (Jesus fala que o Espírito Consolador estará sempre com aqueles que são seu amigos e amam a Deus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e refletir!
WCejnóg


IHU – Adital
19 maio 2017.

O Espírito da verdade

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo João capítulo 14,15-21 que corresponde ao Sexto Domingo de Páscoa, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola  comenta o texto. 

Eis o texto

Jesus está se despedindo dos seus discípulos. Vê que estão tristes e abatidos. Brevemente já não o terão. Quem poderá encher o seu vazio? Até agora foi Ele que cuidou deles, defendeu-os dos escribas e fariseus, sustentou a sua fé débil e vacilante, foi-lhes mostrando a verdade de Deus e os iniciou no seu projeto humanizador.

Jesus fala-lhes apaixonadamente do Espírito. Não os quer deixar órfãos. Ele mesmo pedirá ao Pai que não os abandone que lhes dê “outro Defensor” para que “permaneça sempre com eles”. Jesus chama-lhe “o Espírito da verdade”. Que se esconde nestas palavras de Jesus?

Este “Espírito da verdade” não deve ser confundido com uma doutrina. Esta verdade não tem de se procurar nos livros dos teólogos nem nos documentos da hierarquia. É algo muito mais profundo. Jesus diz que “vive conosco e está em nós”. É alento, força, luz, amor que nos chega do mistério último de Deus. Temos de acolhê-lo com coração simples e confiado.

Este “Espírito da verdade” não nos converte em “proprietários” da verdade. Não vem para que imponhamos a outros a nossa fé, nem para que controlemos a sua ortodoxia. Vem para não nos deixar órfãos de Jesus, e nos convida a nos abrirmos à Sua verdade escutando, acolhendo e vivendo seu Evangelho.

Este “Espírito da verdade” não nos faz tampouco “guardiães” da verdade, mas testemunhas. O nosso fazer não é disputar, combater nem derrotar adversários, mas viver a verdade do Evangelho e “amar Jesus guardando seus preceitos”.

Este “Espírito da verdade” está no interior de cada um de nós, defendendo-nos de tudo o que nos pode afastar de Jesus. Convida a abrir-nos com simplicidade ao mistério de um Deus Amigo da vida. Quem procura este Deus com honradez e verdade não está longe Dele. Jesus disse em certa ocasião: “Todo aquele que é da verdade escuta minha voz”. É certo.

Este “Espírito da verdade” convida-nos a viver na verdade de Jesus no meio de uma sociedade onde com frequência à mentira se lhe chama estratégia; à exploração, negócio; à irresponsabilidade, tolerância; à injustiça, ordem estabelecida; à arbitrariedade, liberdade; à falta de respeito, sinceridade...

Que sentido pode ter a Igreja de Jesus se deixamos que o Espírito da Verdade fique esquecido nas nossas comunidades?
Quem a poderá salvar do autoengano, dos desvios e da mediocridade generalizada?

Quem anunciará a Boa Nova de Jesus numa sociedade tão necessitada de alento e esperança?



Fonte: IHU – Comentário do Evangelho


Nenhum comentário:

Postar um comentário