“E eu rogarei ao Pai, e ele
vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode
receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita
convosco, e estará em vós.” ( Jo 14, 16-17)
Hoje, uma
reflexão muito bonita e atual. Como pano de fundo tem o texto bíblico Jo 14, 15-21
(Jesus fala que o Espírito Consolador estará sempre
com aqueles que são seu amigos e amam a Deus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José
Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e refletir!
WCejnóg
IHU – Adital
19 maio 2017.
O Espírito da verdade
A leitura que a Igreja propõe neste
domingo é o Evangelho segundo João capítulo 14,15-21 que corresponde ao Sexto
Domingo de Páscoa, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio
Pagola comenta o texto.
Eis o
texto
Jesus está se despedindo dos seus
discípulos. Vê que estão tristes e abatidos.
Brevemente já não o terão. Quem poderá encher o seu vazio? Até agora foi Ele
que cuidou deles, defendeu-os dos escribas e fariseus, sustentou a sua fé débil
e vacilante, foi-lhes mostrando a verdade de Deus e os iniciou no seu projeto
humanizador.
Jesus fala-lhes apaixonadamente do
Espírito. Não os quer deixar órfãos. Ele mesmo pedirá ao Pai que não os
abandone que lhes dê “outro Defensor” para que “permaneça sempre com eles”.
Jesus chama-lhe “o Espírito da verdade”. Que se esconde nestas palavras
de Jesus?
Este “Espírito da verdade” não deve
ser confundido com uma doutrina. Esta verdade não tem de se procurar nos livros
dos teólogos nem nos documentos da hierarquia. É algo muito mais profundo.
Jesus diz que “vive conosco e está em nós”. É alento, força,
luz, amor que nos chega do mistério último de Deus. Temos de acolhê-lo com
coração simples e confiado.
Este “Espírito da verdade” não nos
converte em “proprietários” da verdade. Não vem para que imponhamos a outros a
nossa fé, nem para que controlemos a sua ortodoxia. Vem para não nos deixar
órfãos de Jesus, e nos convida a nos abrirmos à Sua verdade escutando,
acolhendo e vivendo seu Evangelho.
Este “Espírito da verdade” não
nos faz tampouco “guardiães” da verdade, mas testemunhas. O nosso fazer não
é disputar, combater nem derrotar adversários, mas viver a verdade do Evangelho
e “amar Jesus guardando seus preceitos”.
Este “Espírito da verdade” está no
interior de cada um de nós, defendendo-nos de tudo o que nos pode afastar de
Jesus. Convida a abrir-nos com simplicidade ao mistério de um Deus Amigo da
vida. Quem procura este Deus com honradez e verdade não está longe Dele. Jesus
disse em certa ocasião: “Todo aquele que é da verdade escuta minha
voz”. É certo.
Este “Espírito da verdade”
convida-nos a viver na verdade de Jesus no meio de uma sociedade onde com
frequência à mentira se lhe chama estratégia; à exploração, negócio; à
irresponsabilidade, tolerância; à injustiça, ordem estabelecida; à
arbitrariedade, liberdade; à falta de respeito, sinceridade...
Que sentido pode ter a Igreja de
Jesus se deixamos que o Espírito da Verdade fique esquecido nas nossas
comunidades?
Quem a poderá salvar do autoengano,
dos desvios e da mediocridade generalizada?
Quem anunciará a Boa Nova de Jesus
numa sociedade tão necessitada de alento e esperança?
Fonte:
IHU – Comentário do Evangelho
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