Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Nova relação com Jesus. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!



“Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim, como meu Pai me conhece e eu conheço o Pai. Dou a minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor." (Jo 10, 14-16)

Abaixo, uma curta reflexão, muito concreta e atual, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Como pano de fundo tem o texto bíblico Jo 10, 1-10 (Jesus é a Porta das ovelhas).
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de  ler!
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IHU - Adital 

05 maio 2017

Nova relação com Jesus


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo João 10,1-10 que corresponde ao Quarto Domingo de Páscoa, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Nas comunidades cristãs, necessitamos viver uma experiência nova de Jesus, reavivando a nossa relação com Ele. Colocá-Lo decididamente no centro da nossa vida. Passar de um Jesus confessado de forma rotineira para um Jesus recebido vitalmente. O evangelho de João faz algumas sugestões importantes ao falar da relação das ovelhas com o seu pastor.

A primeira é “escutar sua voz” com toda sua frescura e originalidade. Não confundi-la com o respeito às tradições nem com a novidade das modas. Não nos deixarmos distrair nem aturdir por outras vozes estranhas que, mesmo que se escute no interior da Igreja, não comunicam a sua Boa Nova.

É importante, também, sentir-nos chamados por Jesus “pelo nosso nome”. Deixar-nos atrair por Ele. Descobrir pouco a pouco, e cada vez com mais alegria, que ninguém responde como Ele às nossas perguntas mais decisivas, aos nossos desejos mais profundos e às nossas necessidades últimas.

É decisivo “seguir” Jesus. A fé cristã não consiste em acreditar em coisas sobre Jesus, mas em acreditar Nele: em viver confiando na Sua pessoa; em inspirar-nos no seu estilo de vida para orientar a nossa própria existência com lucidez e responsabilidade.

É vital caminhar tendo Jesus “diante de nós”. Não fazer o percurso da nossa vida em solidão. Experimentar em algum momento, ainda que desajeitadamente, que é possível viver a vida desde a sua raiz: desde esse Deus que se nos oferece em Jesus, mais humano, mais amigo, mas próximo e salvador que todas as nossas teorias.

Esta relação viva com Jesus não nasce em nós de forma automática. Vai-se despertando no nosso interior de forma frágil e humilde. De início é quase só um desejo. Em geral cresce rodeada de dúvidas, interrogações e resistências. Mas, não sei como, chega um momento em que o contato com Jesus começa a marcar decisivamente a nossa vida.

Estou convencido de que o futuro da fé entre nós está a decidir-se, em boa parte, na consciência de quem neste momento se sente cristão. Agora mesmo a fé está a reavivar-se ou está a extinguir-se nas nossas paróquias e comunidades, no coração dos sacerdotes e dos fiéis que as formamos.


A descrença começa a penetrar em nós desde o mesmo momento em que a nossa relação com Jesus perde força ou fica adormecida pela rotina, a indiferença e a despreocupação. Por isso, o papa Francisco reconheceu que “necessitamos criar espaços motivadores e de cura [...] lugares onde podemos regenerar a fé em Jesus”. Temos de escutar sua chamada.



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