Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 12 de maio de 2017

O Caminho. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!



Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?  Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (Jo 14, 5-6)

Como já afirmei várias vezes, considero os textos/reflexões escritos por José Antonio Pagola muito interessantes e sobretudo muito atuais e diretos para os católicos de hoje (e certamente também para os cristãos, de modo geral). Acredito que publicar essas curtas, porém muito boas reflexões no blog Indagações-Zapytania possa constituir uma pequena ajuda na sua divulgação,

Abaixo, uma reflexão bem concreta, que tem como fundo o texto bíblico Jo 14, 1-12 (Jesus afirma: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida).
Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
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IHU – Adital
12 maio 2017-05-12

O Caminho

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo João capítulo 14,1-12 que corresponde ao Quinto Domingo de Páscoa, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

No final da última ceia, os discípulos começam a intuir que Jesus já não estará muito tempo com eles. A saída precipitada de Judas, o anúncio de que Pedro o negará muito brevemente, as palavras de Jesus falando da Sua próxima partida, deixam todos desconcertados e abatidos. Que vai ser deles?

Jesus capta a sua tristeza e a sua perturbação. O Seu coração comove-se. Esquecendo-se de Si mesmo e do que o espera, Jesus trata de animá-los: «Não vos inquieteis. Confiai em Deus e confiai também em mim». Mais tarde, durante a conversa, Jesus faz-lhes esta confissão: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode chegar até ao Pai senão por Mim». Não o temos de esquecer nunca.


«Eu sou o caminho»

O problema de muitos não é que vivam extraviados ou desencaminhados. Simplesmente vivem sem caminho, perdidos numa espécie de labirinto: andando e desandando os mil caminhos que, de fora, lhes vão indicando os slogans e modas do momento.

E que pode fazer um homem ou uma mulher quando se encontra sem caminho? A quem se pode dirigir? Aonde pode ir? Quem caminha seguindo os passos de Jesus ainda poderá encontrar problemas e dificuldades, mas está no caminho certo que leva ao Pai. Esta é a promessa de Jesus.

«Eu sou a verdade»

Estas palavras contêm um convite escandaloso aos ouvidos modernos. E, no entanto, hoje também temos de ouvir Jesus. Nem tudo é reduzido à razão. O desenvolvimento da ciência não contém toda a verdade. O mistério último da realidade não se deixa apanhar pelas análises mais sofisticadas. O ser humano tem de viver perante o mistério último da existência.

Jesus apresenta-se como o caminho que conduz e aproxima a esse Mistério último. Deus não se impõe. Não força ninguém com provas nem evidências. O Mistério último é silêncio e atração respeitosa. Jesus é o caminho que nos pode conduzir a confiar na sua bondade.

«Eu sou a vida»

Jesus pode ir transformando a nossa vida. Não como o mestre longínquo que deixou um legado de sabedoria admirável à humanidade, mas como alguém vivo que, desde o mais profundo do nosso ser, infunde em nós um gérmen de vida nova.

Esta ação de Jesus em nós produz-se quase sempre de forma discreta e silenciosa. O mesmo crente apenas intui uma presença imperecível. Por vezes, no entanto, invade-nos a certeza, a alegria incontida, a confiança total: Deus existe, ama-nos, tudo é possível, inclusive a vida eterna. Nunca entenderemos a fé cristã se não acolhermos Jesus como o caminho, a verdade e a vida.




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