“Também vos digo que, se dois de vós
concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito
por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três
reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles. (Mt 18,19-20)
Hoje, uma
reflexão muito concreta e atual. Como pano de fundo tem o texto bíblico Mt 18, 15-20 (Jesus diz: “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou
eu no meio deles”). Já
foi publicada anteriormente neste espaço (em setembro de 2014), mas continua
muito atual. É de
autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e refletir!
WCejnóg
IHU-ADITAL
07 setembro 2017
Ele está entre nós
A leitura que a Igreja propõe neste
domingo é Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 18,15-20 que
corresponde ao 23° Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol
José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o
texto
Embora as palavras de Jesus,
recolhidas por Mateus, sejam de grande importância para a vida das comunidades
cristãs, poucas vezes atraem a atenção de comentaristas e predicadores. Esta é
a promessa de Jesus: "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu
estou no meio deles".
Jesus não está a pensar em
celebrações massivas, como as da praça de São Pedro em Roma. Embora só sejam
dois ou três, ali está Ele no meio deles. Não é necessário que esteja
presente a hierarquia; não faz falta que sejam muitos os reunidos.
O importante é que «estejam
reunidos», não dispersos nem em confronto: que não vivam desqualificando-se uns
aos outros. O decisivo é que se reúnam «em seu nome»; que escutem a sua
chamada, que vivam identificados com o seu projeto do reino de Deus. Que Jesus
seja o centro do seu pequeno grupo.
Esta presença viva e real de Jesus é
a que deve animar, guiar e sustentar as pequenas comunidades dos Seus
seguidores. É Jesus quem deve alentar a sua oração, as suas celebrações,
projetos e atividades. Esta presença é o «segredo» de toda a comunidade cristã
viva.
Os cristãos não podem reunir-se hoje
nos nossos grupos e comunidades de qualquer forma: por costume, por inércia ou
para cumprir umas obrigações religiosas. Seremos muitos ou, talvez, poucos. Mas
o importante é que nos reunamos em seu nome, atraídos pela sua pessoa e pelo
seu projeto de fazer um mundo mais humano.
Temos de reavivar a consciência de
que somos comunidades de Jesus. Reunimo-nos para escutar seu Evangelho, para
manter viva sua recordação, para contagiar-nos pelo seu Espírito, para acolher
em nós sua alegria e sua paz, para anunciar sua Boa Nova.
O futuro da fé cristã entre nós
dependerá em boa parte do que façam os cristãos nas nossas comunidades
concretas nas próximas décadas. Não basta o que possa fazer o Papa Francisco no
Vaticano. Tampouco podemos colocar a nossa esperança no punhado de sacerdotes
que possam ordenar-se nos próximos anos. A nossa única esperança é Jesus
Cristo.
Fonte: IHU - Comentário do Evangelho
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