Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Não só palavras, mas ações. - Comentário de Ana Maria Casarotti. Muito interessante!



Jesus lhes disse: "Digo a verdade: Os publicanos e as prostitutas estão entrando antes de vocês no Reino de Deus. Porque João veio para mostrar o caminho da justiça, e vocês não creram nele, mas os publicanos e as prostitutas creram. E, mesmo depois de verem isso, vocês não se arrependeram nem creram nele. (Mt 21, 31b-32)

Hoje, para quem estiver interessado em entender melhor o texto bíblico Mt 21- 28-32 (a parábola dos dois filhos. Um disse sim ao pai, mas não foi trabalhar; o outro disse não, mas foi para trabalhar na vinha do pai. Quem deles fez a vontade do pai? - fica a pergunta), trago para o blog Indagações-Zapytania duas reflexões.

A primeira é À nossa frente, do padre e teólogo José Antonio Pagola, que pode ser acessada no link: IHU - Comentário do Evangelho.

E a outra, Não só palavras, mas açõesmuito interessante, segue abaixo. É de autoria de Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado. O texto foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos.

Vale a pena ler e refletir!
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IHU-ADITAL
Não só palavras, mas ações.
29 setembro 2017.


Leitura do Evangelho segundo Mateus 21,28-32. (Correspondente ao 26° Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico).
O comentário é de Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado.

Não só palavras, mas ações

O texto que a liturgia oferece hoje deve ser lido dentro do contexto de um diálogo entre Jesus e as autoridades religiosas do Templo. O Templo era considerado para eles o centro da sua vida, muitas vezes acima do respeito às diferentes culturas e formas de agir e pensar.

As autoridades se achavam quase donas do poder de Deus que era distribuído segundo os critérios da Lei, mas que comportava uma grande variedade de acepções colocadas e controladas por eles ao longo de vários anos.

Desta forma, consideravam-se no direito de receber ou rechaçar e excluir distintas pessoas e situações que não estavam conforme a “Lei o exigia”.

Formavam parte desse grupo os deficientes, publicanos e pecadores, as prostitutas, os gentios e em geral todos e todas aquelas que não viviam conforme o legalismo por eles praticado. Eram pessoas pobres, simples, e seu trabalho não lhes permitia conhecer nem cumprir as normas da Lei.

A narrativa inicia-se com uma pergunta: “O que vocês acham disto?”. E continua contando uma nova parábola, uma história autêntica ou fictícia que visa ensinar uma verdade. A linguagem figurada era o método regularmente aplicado nas sinagogas e o povo estava acostumado a escutá-lo e entendê-lo.

Há três figuras que aparecem no relato: um pai e dois filhos. O homem parece dono de uma vinha e chama seus filhos para trabalhar nela: um deles, o mais velho, responde que não tem vontade, mas depois vai, e o outro diz que sim, mas não vai.

A pergunta de Jesus aos ouvintes é: Qual dos dois fez a vontade do pai? A resposta diante dessa pergunta parece imediata: Os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “O filho mais velho”.

Não importa o que foi dito ou prometido, mas, sim, o que foi realizado. Desde a resposta dos chefes do Templo e dos anciãos do povo, Jesus aproveita para ensinar-lhes as duras consequências de suas atitudes diante do povo. As pessoas que eles rejeitam serão os primeiros no Reino do Céu! “Entrarão antes de vocês no Reino do Céu.”

Estas pessoas simples, afastadas por eles das práticas religiosas, têm a capacidade de reconhecer sua necessidade e sabem escutar a palavra certa, como aconteceu com João Batista. Pessoas que se consideram indigentes, miseráveis, pobres, e por isso a necessidade de uma palavra de consolo, que os conforte e os fortaleça na dura situação que estão vivendo.

Nesta parábola, Jesus deixa bem claro que o importante não são as palavras pronunciadas, mas levar uma vida de acordo com isso.

Hoje, ao nosso redor, há muitas pessoas que ficam fora do sistema estabelecido pelos impérios que procuram governar o mundo. O papa Francisco continuamente denuncia essa realidade e também ele sofre as consequências de uma vida conforme o Evangelho.

Cumprir a vontade de Deus não é somente conhecer práticas religiosas, ou realizar atos de caridade. Além disso, é preciso ser uma pessoa humilde, que reconhece suas limitações e sente a necessidade de Deus, e não uma pessoa que se acha fiel discípula de Jesus.

O filho mais velho, que responde que não tem vontade de trabalhar, representa “os cobradores de impostos e as prostitutas” e são os que entraram primeiro no Reino do Céu.

Reino de Deus não é uma “estrutura bem feita, toda em ordem, organogramas bem feitos...”. É algo que se constrói na cotidianidade, o produto de um caminho, um crescimento. A rigidez não serve, nem mesmo o “fixismo” (Trecho de uma reportagem realizada por Marco Politi (Papa Francisco secreto: nas homilias de Santa Marta, o seu pensamento de verdade.)

Somos convidados a descobrir a presença de Jesus nos pobres, nos refugiados, nos que são maltratados pelos sistemas culturais, religiosos e políticos.

Como responde Francisco num encontro de sacerdotes: “Penso que quanto mais imitarmos o estilo de Jesus, melhor será o nosso trabalho de pastores. Este é o critério fundamental: o estilo de Jesus. Jesus sempre estava a caminho, entre as pessoas, a multidão, diz o Evangelho, que distingue bem entre discípulos, multidão, doutores da Lei.

Podemos intuir que Jesus passava a maior parte do tempo na rua: isso quer dizer proximidade com os problemas das pessoas; não se escondia. E depois, à noite, escondia-se para rezar.

Isso é útil para nós, que sempre estamos com pressa, olhando para o relógio, porque devemos nos apressar; mas este comportamento não é pastoral. Jesus não fazia isso.  Jesus nunca esteve parado, e, como todos os que caminham, está exposto a tensões”. (Disponível em: Papa Francisco“Não aos padres Google e Wikipedia” Papa Francisco.)



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