Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Amigo dos excluídos. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!



Um leproso aproximou-se dele e suplicou-lhe de joelhos: Se quiseres, podes purificar-me!  Cheio de compaixão, Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: Quero. Seja purificado!.”  (Mc 1, 40-41 )


Hoje, uma excelente reflexão, muito concreta e atual. Como pano de fundo  tem o texto bíblico Mc 1, 40-45 (Jesus  cura um leproso). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
WCejnóg
  
IHU – ADITAL
09 Fevereiro 2018

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,40-45 que corresponde ao Sexto Domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Jesus era muito sensível ao sofrimento de quem encontrava no Seu caminho, marginalizados pela sociedade, esquecidos pela religião ou rejeitados pelos setores que se consideravam superiores moral ou religiosamente.

É algo que lhe sai de dentro. Sabe que Deus não discrimina ninguém. Não rejeita nem excomunga. Não é só dos bons. A todos acolhe e bendiz. Jesus tinha o costume de levantar-se de madrugada para orar. Em certa ocasião revela como contempla o amanhecer: «Deus faz sair o Seu sol sobre bons e maus». Assim é Ele.

Por isso às vezes reclama com força que cessem todas as condenações: «Não julgueis e não sereis julgados». Outras, narra uma pequena parábola para pedir que ninguém se dedique a «separar o trigo e o joio», como se fosse o juiz supremo de todos.

Mas o mais admirável é a Sua atuação. O traço mais original e provocativo de Jesus foi o Seu hábito de comer com pecadores, prostitutas e pessoas indesejáveis. O fato é insólito. Nunca se tinha visto em Israel alguém com fama de «homem de Deus» comendo e bebendo animadamente com pecadores.

Os dirigentes religiosos mais respeitáveis não puderam suportar. A sua reação foi agressiva: «Aí tendes a um comilão e bêbado, amigo de pecadores». Jesus não se defendeu. Era certo, pois no mais íntimo do Seu ser, sentia um respeito grande e uma amizade comovedora para com os rejeitados pela sociedade ou pela religião.

Marcos recolhe no seu relato a cura de um leproso para destacar essa predileção de Jesus pelos excluídos. Jesus está a atravessar uma região solitária. De repente aproxima-se um leproso. Não vem acompanhado por ninguém. Vive na solidão. Leva na sua pele a marca da sua exclusão. As leis condenam-no a viver afastado de todos. É um ser impuro.

De joelhos, o leproso faz a Jesus uma súplica humilde. Sente-se sujo. Não lhe fala de doença. Só quer ver-se limpo de todo estigma: «Se queres, podes limpar-me». Jesus comove-se ao ver a Seus pés aquele ser humano desfigurado pela doença e o abandono de todos.
Aquele homem representa a solidão e o desespero de tantos estigmatizados. Jesus «estende a Sua mão» procurando o contato com a Sua pele, «toca-lhe» e diz-lhe: «Quero, fica limpo».


Sempre que discriminamos a partir da nossa suposta superioridade moral diferentes grupos humanos (vagabundos, prostitutas, toxicômanos, psicóticos, imigrantes, homossexuais...) e os excluímos da convivência negando-lhes o nosso acolhimento estamos a nos afastar gravemente de Jesus.



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