Hoje
trago para o blog Indagações-Zapytania mais alguns textos que expressam o ponto
de vista de Albert Einstein* – um dos mais notáveis físicos de todos os tempos.
Acho
que vale a pena ler, conhecer e analisar o que estes textos dizem, pois
certamente podem nos ajudar a clarear as nossas próprias opiniões, corrigir e
construir novos olhares sobre o mundo, a sociedade, o homem e a vida em si.
Considero
as opiniões de Einstein muito interessantes, e por isso quero compartilhá-las
com os leitores e/ou visitantes deste blog. É evidente que ler qualquer texto
ou obra para conhecer e descobrir coisas novas não significa aceitar em
totalidade o que diz. Sempre é imprescindível ter um olhar crítico. Porém, é
uma questão de ser justo e honesto, reconhecer o bem e os valores que
encontramos no pensamento dos outros.
Ao
conhecer melhor as pessoas, é mais fácil respeitá-las, compreendê-las e assim
demolir os muros de preconceitos e paradigmas, frequentemente construídos por
homens dos dois lados. Estou me referindo às relações entre a ciência e a
religião e de seus representantes.
Os
textos foram extraídos do livro “Como vejo o mundo”, escrito por Albert
Einstein.
Vale lembrar que foram escritos até o ano de 1934 (poucos anos antes do início da II Guerra Mundial), quando o livro foi publicado pela primeira vez.
Vale lembrar que foram escritos até o ano de 1934 (poucos anos antes do início da II Guerra Mundial), quando o livro foi publicado pela primeira vez.
WCejnóg
(2)
COMUNIDADE
E PERSONALIDADE
(Albert
Einstein)
Ao
refletir sobre minha existência e minha vida social, vejo claramente minha
estrita dependência intelectual e prática. Dependo integralmente da existência
e da vida dos outros. E descubro ser minha natureza semelhante em todos os
pontos à natureza do animal que vive em grupo. Como um alimento produzido pelo
homem, visto uma roupa fabricada pelo homem, habito uma casa construída por
ele. O que sei e o que penso, eu o devo ao homem. E para comunicá-los utilizo a
linguagem criada pelo homem. Mas quem sou eu realmente, se minha faculdade de
pensar ignora a linguagem? Sou, sem dúvida, um animal superior, mas sem a
palavra a condição humana é digna de lástima.
Portanto reconheço minha vantagem sobre o
animal nesta vida de comunidade humana. E se um indivíduo fosse abandonado
desde o nascimento, seria irremediavelmente um animal em seu corpo e em seus
reflexos. Posso concebê-lo, mas não posso imaginá-lo.
Eu,
enquanto homem, não existo somente como criatura individual, mas me descubro
membro de uma grande comunidade humana. Ela me dirige, corpo e alma, desde o
nascimento até a morte.
Meu
valor consiste em reconhecê-lo. Sou realmente um homem quando meus sentimentos,
pensamentos e atos têm uma única finalidade: a comunidade e seu progresso.
Minha atitude social portanto determinará o juízo que têm sobre mim, bom ou
mau.
Contudo,
esta afirmação primordial não basta. Tenho de reconhecer nos dons materiais,
intelectuais e morais da sociedade o papel excepcional, perpetuado por inúmeras
gerações, de alguns homens criadores de gênio. Sim, um dia, um homem utiliza o
fogo pela primeira vez; sim, um dia ele cultiva plantas alimentícias; sim, ele
inventa a máquina a vapor.
O
homem solitário pensa sozinho e cria novos valores para a comunidade. Inventa
assim novas regras morais e modifica a vida social. A personalidade criadora
deve pensar e julgar por si mesma, porque o progresso moral da sociedade
depende exclusivamente de sua independência. A não ser assim, a sociedade
estará inexoravelmente votada ao malogro, e o ser humano privado da
possibilidade de comunicar.
Defino
uma sociedade sadia por este laço duplo. Somente existe por seres
independentes, mas profundamente unidos ao grupo. Assim, quando analisamos as
civilizações antigas e descobrimos o desabrochar da cultura européia no momento
do Renascimento italiano, reconhecemos estar a Idade Média morta e
ultrapassada, porque os escravos se libertam e os grandes espíritos conseguem
existir.
Hoje,
que direi da época, do estado, da sociedade e da pessoa humana? Nosso planeta
chegou a uma população prodigiosamente aumentada se a comparamos às cifras do
passado. Por exemplo, a Europa encerra três vezes mais habitantes do que há um
século. Mas o número de personalidades criadoras diminuiu. E a comunidade não
descobre mais esses seres de que tem necessidade essencial. A organização
mecânica substituiu-se parcialmente ao homem inovador. Esta transformação se
opera evidentemente no mundo tecnológico, mas já em proporção inquietadora
também no mundo científico.
A
falta de pessoas de gênio nota-se tragicamente no mundo estético. Pintura e
música degeneram e os homens são menos sensíveis. Os chefes políticos não
existem e os cidadãos fazem pouco caso de sua independência intelectual e da
necessidade de um direito moral. As organizações comunitárias democráticas e parlamentares,
privadas dos fundamentos de valor, estão decadentes em numerosos países. Então
aparecem as ditaduras. São toleradas porque o respeito da pessoa e o senso
social estão agonizantes ou já mortos.
Pouco
importa em que lugar, em 15 dias, uma campanha da imprensa pode instigar uma
população incapaz de julgamento a um tal grau de loucura, que os homens se
prontificam a vestir a farda de soldado para matar e se deixarem matar. E seres
maus realizam assim suas intenções desprezíveis. A dignidade da pessoa humana
está irremediavelmente aviltada pela obrigação do serviço militar e nossa
humanidade civilizada sofre hoje deste câncer. Por isso, os profetas,
comentando este flagelo, não cessam de anunciar a queda iminente de nossa
civilização. Não faço parte daqueles futurólogos do Apocalipse, porque creio em
um futuro melhor e vou justificar minha esperança.
A
atual decadência, através dos fulminantes progressos da economia e da técnica,
revela a amplidão do combate dos homens por sua existência. A humanidade aí
perdeu o desenvolvimento livre da pessoa humana. Mas este preço do progresso
corresponde também a uma diminuição do trabalho. O homem satisfaz mais depressa
as necessidades da comunidade. E a partilha científica do trabalho, ao se tornar
obrigatória, dará a segurança ao indivíduo. Portanto, a comunidade vai
renascer. Imagino os historiadores de amanhã interpretando nossa época.
Diagnosticarão os sintomas de doença social como a prova dolorosa de um
nascimento acelerado pelas bruscas mutações do progresso. Mas reconhecerão uma
humanidade a caminho.
O
ESTADO DIANTE DA CAUSA INDIVIDUAL
Faço
a mim mesmo uma antiquíssima pergunta. Como proceder quando o Estado exige de
mim um ato inadmissível e quando a sociedade espera que eu assuma atitudes que
minha consciência rejeita? É clara minha resposta. Sou totalmente dependente da
sociedade em que vivo. Portanto terei de submeter-me a suas prescrições. E
nunca sou responsável por atos que executo sob uma imposição irreprimível. Bela
resposta! Observo que este pensamento desmente com violência o sentimento inato
de justiça. Evidentemente, o constrangimento pode atenuar em parte a
responsabilidade. Mas não a suprime nunca. E por ocasião do processo de
Nuremberg, esta moral era sentida sem precisar de provas.
Ora,
nossas instituições, nossas leis, costumes, todos os nossos valores se baseiam
em sentimentos inatos de justiça. Existem e se manifestam em todos os homens.
Mas as organizações humanas, caso não se apoiem e se equilibrem sobre a responsabilidade
das comunidades, são impotentes. Devo despertar e sustentar este sentimento de
responsabilidade moral; é um dever em face da sociedade.
Hoje
os cientistas e os técnicos estão investidos de uma responsabilidade moral
particularmente pesada, porque o progresso das armas de extermínio maciço está
entregue à sua competência. Por isto julgo indispensável a criação de uma
“sociedade para a responsabilidade social na Ciência”. Esclareceria os
problemas por discuti-los e o homem aprenderia a forjar para si um juízo
independente sobre as opções que se lhe apresentarem. Ofereceria também um
auxílio àqueles que têm uma necessidade imperiosa do mesmo. Porque os
cientistas, uma vez que seguem a via de sua consciência, estão arriscados a
conhecer cruéis momentos.
O
BEM E O MAL
Em
teoria, creio dever testemunhar o mais vivo interesse por alguns seres por
terem melhorado o homem e a vida humana. Mas interrogo-me sobre a natureza
exata de tais seres e vacilo. Quando analiso mais atentamente os mestres da
política e da religião, começo a duvidar intensamente do sentido profundo de
sua atividade. Será o bem? Será o mal? Em compensação, não sinto a menor
hesitação diante de alguns espíritos que só procuram atos nobres e sublimes.
Por isto apaixonam os homens e os exaltam, sem mesmo o perceberem. Descubro
esta lei prática nos 12 grandes artistas e depois nos grandes sábios. Os
resultados da pesquisa não exaltam nem apaixonam. Mas o esforço tenaz para
compreender e o trabalho intelectual para receber e para traduzir transformam o
homem.
Quem
ousaria avaliar o Talmude em termos de quociente intelectual?
RELIGIÃO
E CIÊNCIA
Todas as ações e todas as imaginações humanas
têm em vista satisfazer as necessidades dos homens e trazer lenitivo a suas
dores. Recusar esta evidência é não compreender a vida do espírito e seu
progresso. Porque experimentar e desejar constituem os impulsos primários do
ser, antes mesmo de considerar a majestosa criação desejada. Sendo assim, que
sentimentos e condicionamentos levaram os homens a pensamentos religiosos e os
incitaram a crer, no sentido mais forte da palavra? Descubro logo que as raízes
da ideia e da experiência religiosa se revelam múltiplas. No primitivo, por
exemplo, o temor suscita representações religiosas para atenuar a angústia da
fome, o medo das feras, das doenças e da morte. Neste momento da história da
vida, a compreensão das relações causais mostra-se limitada e o espírito humano
tem de inventar seres mais ou menos à sua imagem. Transfere para a vontade e o
poder deles as experiências dolorosas e trágicas de seu destino. Acredita mesmo
poder obter sentimentos propícios desses seres pela realização de ritos ou de
sacrifícios. Porque a memória das gerações passadas lhe faz crer no poder
propiciatório do rito para alcançar as boas graças de seres que ele próprio
criou.
A
religião é vivida antes de tudo como angústia. Não é inventada, mas
essencialmente estruturada pela casta sacerdotal, que institui o papel de
intermediário entre seres temíveis e o povo, fundando assim sua hegemonia. Com
frequência o chefe, o monarca ou uma classe privilegiada, de acordo com os
elementos de seu poder e para salvaguardar a soberania temporal, se arrogam as
funções sacerdotais. Ou então, entre a casta política dominante e a casta
sacerdotal se estabelece uma comunidade de interesses.
Os
sentimentos sociais constituem a segunda causa dos fantasmas religiosos. Porque
o pai, a mãe ou o chefe de imensos grupos humanos, todos enfim, são falíveis e
mortais. Então a paixão do poder, do amor e da forma impele a imaginar um
conceito moral ou social de Deus. Deus-Providência, ele preside ao destino,
socorre, recompensa e castiga. Segundo a imaginação humana, esse
Deus-Providência ama e favorece a tribo, a humanidade, a vida, consola na
adversidade e no malogro, protege a alma dos mortos. É este o sentido da
religião vivida de acordo com o conceito social ou moral de Deus. Nas Sagradas
Escrituras do povo judeu manifesta-se claramente a passagem de uma
religião-angústia para uma religião-moral. As religiões de todos os povos civilizados,
particularmente dos povos orientais, se manifestam basicamente morais.
O
progresso de um grau ao outro constitui a vida dos povos. Por isto desconfiamos
do preconceito que define as religiões primitivas como religiões de angústia e
as religiões dos povos civilizados como morais. Todas as simbioses existem mas
a religião-moral predomina onde a vida social atinge um nível superior. Estes
dois tipos de religião traduzem uma ideia de Deus pela imaginação do homem.
Somente indivíduos particularmente ricos, comunidades particularmente sublimes
se esforçam por ultrapassar esta experiência religiosa. Todos, no entanto,
podem atingir a religião em um último grau, raramente acessível em sua pureza
total. Dou a isto o nome de religiosidade cósmica e não posso falar dela com
facilidade já que se trata de uma noção muito nova, à qual não corresponde
conceito algum de um Deus antropomórfico.
O
ser experimenta o nada das aspirações e vontades humanas, descobre a ordem e a
perfeição onde o mundo da natureza corresponde ao mundo do pensamento. A
existência individual é vivida então como uma espécie de prisão e o ser deseja
provar a totalidade do Ente como um todo perfeitamente inteligível. Notam-se
exemplos desta religião cósmica nos primeiros momentos da evolução em alguns
salmos de Davi ou em alguns profetas. Em grau infinitamente mais elevado, o
budismo organiza os dados do cosmos, que os maravilhosos textos de Schopenhauer
nos ensinaram a decifrar. Ora, os gênios-religiosos de todos os tempos se
distinguiram por esta religiosidade ante o cosmos. Ela não tem dogmas nem Deus
concebido à imagem do homem, portanto nenhuma Igreja ensina a religião cósmica.
Temos também a impressão de que os hereges de todos os tempos da história
humana se nutriam com esta forma superior de religião. Contudo, seus
contemporâneos muitas vezes os tinham por suspeitos de ateísmo, e às vezes,
também, de santidade. Considerados deste ponto de vista, homens como Demócrito,
Francisco de Assis, Spinoza se assemelham profundamente.
Como
poderá comunicar-se de homem a homem esta religiosidade, uma vez que não pode
chegar a nenhum conceito determinado de Deus, a nenhuma teologia?
Para
mim, o papel mais importante da arte e da ciência consiste em despertar e
manter desperto o sentimento dela naqueles que lhe estão abertos. Estamos
começando a conceber a relação entre a ciência e a religião de um modo
totalmente diferente da concepção clássica.
A
interpretação histórica considera adversários irreconciliáveis ciência e
religião, por uma razão fácil de ser percebida. Aquele que está convencido de
que a lei causal rege todo acontecimento não pode absolutamente encarar a ideia
de um ser a intervir no processo cósmico, que lhe permita refletir seriamente
sobre a hipótese da causalidade. Não pode encontrar um lugar para um
Deus-angústia, nem mesmo para uma religião social ou moral: de modo algum pode
conceber um Deus que recompensa e castiga, já que o homem age segundo leis
rigorosas internas e externas, que lhe proíbem rejeitar a responsabilidade sobre
a hipótese-Deus, do mesmo modo que um objeto inanimado é irresponsável por seus
movimentos. Por este motivo, a ciência foi acusada de prejudicar a moral. Coisa
absolutamente injustificável. E como o comportamento moral do homem se
fundamenta eficazmente sobre a simpatia ou os compromissos sociais, de modo
algum implica uma base religiosa. A condição dos homens seria lastimável se
tivessem de ser domados pelo medo do castigo ou pela esperança de uma
recompensa depois da morte.
É
portanto compreensível que as Igrejas tenham, em todos os tempos, combatido a
Ciência e perseguido seus adeptos. Mas eu afirmo com todo o vigor que a
religião cósmica é o móvel mais poderoso e mais generoso da pesquisa
científica. Somente aquele que pode avaliar os gigantescos esforços e, antes de
tudo, a paixão sem os quais as criações intelectuais científicas inovadoras não
existiriam, pode pesar a força do sentimento, único a criar um trabalho
totalmente desligado da vida prática. Que confiança profunda na
inteligibilidade da arquitetura do mundo e que vontade de compreender, nem que
seja uma parcela minúscula da inteligência a se desvendar no mundo, devia
animar Kepler e Newton para que tenham podido explicar os mecanismos da
mecânica celeste, por um trabalho solitário de muitos anos. Aquele que só
conhece a pesquisa científica por seus efeitos práticos vê depressa demais e
incompletamente a mentalidade de homens que, rodeados de contemporâneos
céticos, indicaram caminhos aos indivíduos que pensavam como eles. Ora, eles
estão dispersos no tempo e no espaço. Aquele que devotou sua vida a idênticas
finalidades é o único a possuir uma imaginação compreensiva destes homens,
daquilo que os anima, lhes insufla a força de conservar seu ideal, apesar de
inúmeros malogros. A religiosidade cósmica prodigaliza tais forças. Um
contemporâneo declarava, não sem razão, que em nossa época, instalada no
materialismo, reconhece-se nos sábios escrupulosamente honestos os únicos
espíritos profundamente religiosos.
A
RELIGIOSIDADE DA PESQUISA
O espírito científico, fortemente armado com
seu método, não existe sem a religiosidade cósmica. Ela se distingue da crença
das multidões ingênuas que consideram Deus um Ser de quem esperam benignidade e
do qual temem o castigo — uma espécie de sentimento exaltado da mesma natureza
que os laços do filho com o pai —, um ser com quem também estabelecem relações
pessoais, por respeitosas que sejam.
Mas
o sábio, bem convencido da lei de causalidade de qualquer acontecimento,
decifra o futuro e o passado submetidos às mesmas regras de necessidade e
determinismo. A moral não lhe suscita problemas com os deuses, mas simplesmente
com os homens. Sua religiosidade consiste em espantar-se, em extasiar-se diante
da harmonia das leis da natureza, revelando uma inteligência tão superior que
todos os pensamentos humanos e todo seu engenho não podem desvendar, diante
dela, a não ser seu nada irrisório. Este sentimento desenvolve a regra
dominante de sua vida, de sua coragem, na medida em que supera a servidão dos
desejos egoístas. Indubitavelmente, este sentimento se compara àquele que
animou os espíritos criadores religiosos em todos os tempos.
PARAÍSO
PERDIDO
Ainda
no século XVII, os cientistas e os artistas de toda a Europa mostram-se ligados
por um ideal estreitamente comum de tal forma que sua cooperação mal se via
influenciada pelos acontecimentos políticos. O uso universal da língua latina
ajudava a consolidar esta comunidade. Pensamos hoje nesta época como um paraíso
perdido. Depois, as paixões nacionais destruíram a comunidade dos espíritos, e
o laço unitário da linguagem desapareceu. Os cientistas, instalados,
responsáveis por tradições nacionais exaltadas ao máximo, chegaram mesmo a
assassinar a comunidade.
Hoje
estamos envolvidos numa evidência catastrófica: os políticos, estes homens dos
resultados práticos, se apresentam como os campeões do pensamento
internacional. Criaram a Sociedade das Nações!
Fonte: EINSTEIN Albert. Como vejo o
mundo. Ed. Especial (Saraiva de bolso). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011, p
20-26.
* Albert Einstein
Físico alemão
(Por Dilva Frazão)
Albert Einstein
(1879-1955) foi um físico e matemático alemão. Entrou para o rol dos maiores
gênios da humanidade ao desenvolver a Teoria da Relatividade. Estabeleceu a
relação entre massa e energia e formulou a equação que se tornou a mais famosa
do mundo: E = mc². Em 1921, recebeu o Prêmio Nobel de Física, por suas
descobertas sobre a lei dos efeitos fotoelétricos.
Albert Einstein
(1879- 1955) nasceu em Ulm, na Alemanha, em 14 de março, era filho de família
judaica, não praticante. Em 1880 a família muda-se para Munique. Iniciou aulas
de violino com seis anos de idade. Estudou o primário numa escola católica. Aos
dez anos de idade ingressou no Gymnasiun, se preparando para a universidade.
Entrou para a Escola Politécnica Federal da Suíça, onde, em 1900, conclui a
graduação em Física. Em 1901 escreveu seu primeiro artigo científico "A
Investigação do Estado do Éter em Campo Magnético". Em fevereiro deste mesmo ano recebeu a
naturalização suíça. Em 6 de janeiro de 1903 casou-se com Mileva Maric, com
quem teve três filhos.
Em 1905, formulou a
teoria da relatividade especial, que conduziria à libertação da energia
atômica. Nesse mesmo ano, remeteu para a “Revista Anais de Física”, Alemanha,
os quatro artigos que se tornariam fundamentais para a Física Moderna. Depois
da publicação dos artigos seu talento foi reconhecido. Em 1909, com 30 anos,
tornou-se professor na Universidade de Zurique e no ano seguinte lecionou na
Universidade de Praga. Em 1912 ocupou a cadeira de Física, da Escola
Politécnica Federal da Suíça. Em 1913, foi nomeado professor para a
Universidade de Berlim e diretor do Instituto Kaiser Wilhelm de Física.
Torna-se membro da Academia de Ciências da Prússia.
Em 25 de novembro
de 1915, ele subiu ao palco da Academia de Ciências da Prússia e declarou ter
concluído sua exaustiva pesquisa de uma década em busca de um entendimento novo
e mais profundo da gravidade. A Teoria da Relatividade Geral, afirmou
Einstein, estava pronta. A nova e radical visão das interações entre o espaço,
o tempo, a matéria, a energia e a gravidade foi um feito reconhecido como uma
das maiores conquistas intelectuais da humanidade. Em 1921, recebe o Prêmio
Nobel de Física por suas descobertas sobre a lei dos efeitos fotoelétricos,
publicada em um dos quatro artigos revolucionários que divulgou em 1905.
Em 1925, entre os
meses de março e maio, Einstein esteve na América do Sul. Foi à Argentina para
uma série de compromissos, esteve em Montevidéu e no dia 4 de maio chegou ao
Rio de Janeiro, então capital do Brasil, sendo recebido pelo presidente Artur
Bernardes. Entre outros compromissos, visitou o Jardim Botânico, o Observatório
Nacional, o Museu Nacional e o Instituto Oswaldo Cruz.
Além da ciência,
Einstein também dedicou parte de seu tempo a assuntos políticos. Humanista convicto,
lutou pela paz mundial e pela justiça social e a liberdade. Na década de 20
atuou em movimentos ati-guerra. Em 1932 partiu de Berlim para uma visita à
Califórnia, pois sabia que em breve o nazismo controlaria toda a Alemanha.
Em 1933 renunciou
seus cargos em Berlim, retornou para os Estados Unidos e ingressou no Instituto
de Estudos Avançados de Princeton. Em 1940 ganhou cidadania norte-americana. Em
1945 encerrou sua carreira em universidades. Em 1946 apoiou projetos de
formação de um governo mundial e a troca de segredos entre as grandes potências
atômicas, almejando a paz mundial.
Albert Einstein
faleceu em Princeton, Estados Unidos, no dia 18 de abril de 1955.
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