Como afirmei anteriormente numa outra postagem, acho muito legal poder conhecer as opiniões de outras pessoas,
principalmente daquelas mais conhecidas e que marcaram a história da
humanidade.
Hoje
trago para o blog Indagações-Zapytania um excelente artigo Søren Kierkegaard e o Existencialismo de Eduardo Ruano, que fala da vida e do
pensamento de Søren Kierkegaard – o filósofo
dinamarquês. Deixo aqui os meus parabéns ao Eduardo Ruano pelo texto, que é
muito bom!
Pessoalmente,
considero as ideias de Søren Kierkegaard muito interessantes e dignas de reflexão. Obviamente,
quem estiver lendo qualquer texto ou artigo para conhecer e descobrir coisas
novas, ou saber mais sobre alguém e sobre a sua obra, não significa que precisa
aceitar tudo em sua totalidade. Sempre é imprescindível ter um olhar crítico.
No entanto, é uma questão de ser justo e honesto reconhecer o bem e os valores
que encontramos no pensamento dos outros.
Acho
que a leitura desse artigo pode nos ajudar a elaborar melhor as nossas próprias
opiniões, corrigir e construir novos olhares sobre o mundo, a sociedade, o
homem e a vida em si, enfim, sobre nós mesmos.
O
texto foi publicado por Eduardo Ruano em 2015 no site La Parola.
Não
deixe de ler!
WCejnóg
Søren Kierkegaard e o Existencialismo
06 Outubro 2015.
Søren
Kierkegaard (1813-1855) foi um filósofo dinamarquês e pai do Existencialismo,
uma vertente da filosofia que discute propósitos, causas e consequências das
ações humanas no âmbito da realidade individual.
Kierkegaard
foi o primeiro que de maneira explícita colocou questões existencialistas como
principal foco do exame filosófico da vida humana. Para ele, a filosofia
resume-se em tomar consciência e questionar as exigências absolutas feitas a
qualquer pessoa que deseje viver uma existência verdadeiramente autêntica.
Como ele dizia:
“A decepção mais comum é
não podermos ser nós próprios, mas a forma mais profunda de decepção é
escolhermos ser outro antes de nós próprios.”
Todas as
obras de Søren Kierkegaard abordam temas existenciais em consonância com os da
religião, como, por exemplo, a natureza da fé, as motivações da fé, ascetismo,
moral, ética e teologia. O trabalho de Kierkegaard é de difícil
interpretação, já que ele escrevia por intermédio de pseudônimos
inter-relacionados. Para melhor entender sua obra, é importante ter um
entendimento prévio sobre sua biografia.
Søren Kierkegaard
Søren Aabye
Kierkegaard nasceu em Copenhague, na Dinamarca, no ano de 1813. Ele foi o
caçula entre sete irmãos. Ao nascer, seu pai tinha 56 anos e sua mãe 45, razão
de ele dizer que era “um filho da velhice”.
A influência
do pai sobre sua personalidade tem sido sempre salientada. Dizem que
Kierkegaard era o preferido de seu pai, este que o incentivava a enveredar
pelos caminhos da razão e da lógica.
O pai de
Søren era agricultor e trabalhava nas terras de seu dono. Após cada dia de
trabalho, ele voltava para casa a fim de contar ao filho suas histórias dos
diferentes lugares que passou, e então, Søren se via compelido a refletir sobre
tudo que ouvia. Seu pai dizia-lhe sempre sobre a importância da argumentação
criativa, levando-o frequentemente para participar de reuniões com amigos, nas
quais o garoto articulava com notável propriedade e clareza.
Conta-se que
o pai era pastor e agia como um típico católico fervoroso. Porém, em certo dia
ele vivenciou um episódio traumático com suposto envolvimento
de Deus, o que alterou o curso de sua vida para sempre, abalando e
praticamente destruindo sua fé. Após “romper” com Deus e abdicar de todas as
virtudes religiosas, o homem passou a sofrer de ataques periódicos de
depressão. No entanto, em suas crises ainda parecia sentir uma espécie de
interferência divina. Cinco de seus filhos morreram antes dos 33 anos de idade,
incluindo sua primeira esposa, e estava certo de que Søren e o outro filho
sobrevivente também haveriam de morrer quando chegassem à simbólica idade da
morte de Cristo, mas isso não aconteceu. Mesmo assim, a depressão acometeu e
não largou a família Kierkegaard pelas décadas posteriores.
A
profundidade do sentimento religioso acompanhou Søren desde a infância, o que
motivou seu futuro ingresso no curso de Teologia na Universidade de Copenhague,
só que, após uma mudança radical nos eventos, ele resolveu abandonar o curso e
se voltar então para Filosofia.
É sabido
que, ainda jovem, Søren descobriu gravíssimos erros do passado, o que o fez
romper relações com seu pai, tendo reconciliado com ele só bem mais tarde,
pouco antes de perdê-lo em 1838.
A morte do
pai provocou uma grande mudança de comportamento em Kierkegaard, a partir
de então marcado por súbito amadurecimento. Ao invés de ser pastor e pai de
família, ele escolheu a solidão e retidão, pois, para ele, essa era a única
maneira de lidar com a fé religiosa; de administrar o fracasso que
assolou sua família.
O jovem
herdou de seu pai toda a mágoa e melancolia, mas também a criatividade,
imaginação, raciocínio prático e senso crítico, como se pode notar em seus
trabalhos futuros.
Segundo
relato de Strathern (1999), Kierkegaard viveu sob um “complexo de mártir”,
pois era ligeiramente corcunda, uma perna era mais comprida do que a outra,
suas roupas o disformavam por completo e era motivo de zombaria por onde quer
que passasse. Søren viveu solteiro, e um dos grandes acontecimentos de sua
vida foi justamente romper um noivado.
A grandeza
de sua obra nasceu das racionalizações filosóficas e românticas formuladas como
forma de justificar a si mesmo, e para a sociedade, sua renúncia a uma vida de
partilha.
Existencialismo
O
Existencialismo é uma linha de pensamento que retira o homem como mero
pertencente a uma espécie e o põe como definidor de sua existência.
Os
existencialistas (Kierkegaard e todos os outros) exploram as várias
perspectivas nas quais podemos viver em um universo sem Deus, ou quaisquer autoridades
superiores, com a existência do homem precedendo a sua essência.
Com o passar
do tempo, o ato de existir vai sendo futurado com o indivíduo incorporando a
essência em seu ser. Assim, os existencialistas rejeitam a ideia de alma
imutável, desde o nascimento até a morte, dando ao indivíduo o papel de
construtor de sua própria realidade.
A filosofia do Existencialismo pode ser vista
como fundadora da liberdade e responsabilidade do homem. Pode parecer uma
corrente de pensamento ateísta, mas isso não é de todo aplicável. O
Existencialismo não é simplesmente uma escola de pensamento livre de toda e
qualquer forma de fé. O próprio Kierkegaard era um cristão devoto e praticante.
Ele acreditava que não bastava dizer-se cristão, é necessário agir como um. Sua
única objeção à religião era contra a rispidez da igreja luterana, que ele
considerava deveras doutrinária, burocratizada, tanto afastada da religiosidade
interior quanto obstrutiva dos motes filosóficos.
Apesar da
maioria dos pensadores existencialistas terem sido ateus – como Sartre, Camus e
Nietzsche –, Kierkegaard apresentava uma versão mais teológica do
Existencialismo.
Desespero, absurdo,
alienação e tédio
Søren
Kierkegaard partia da ideia que o indivíduo é o único responsável em dar
significado à sua vida e em vivê-la de maneira íntegra, sincera e
apaixonada, apesar da existência de inúmeros obstáculos vitais como o
desespero, o absurdo, a alienação e o tédio. Kierkegaard chamava
esses males de “distrações existenciais”.
Em sua
obra O Desespero Humano, ele afirma que a origem do desespero está
na imaginação, onde o homem pode criar uma relação fantasiosa consigo
mesmo. O desespero, segundo ele, vem do afastamento da existência, e constitui
a pior das doenças; o único mal para o qual não há cura. A morte, encarada pelo
senso comum como o pior dos males, não é, para Kierkegaard, um mal maior que o
desespero.
“Assim como talvez não
haja, dizem os médicos, ninguém completamente são, também se poderia dizer,
conhecendo bem o homem, que nem um só existe que esteja isento de desespero,
que não tenha lá no fundo uma inquietação, uma perturbação, uma desarmonia, um
receio do desconhecido ou do que ele nem ousa conhecer, receio duma eventualidade
exterior ou receio de si próprio. Tal como os médicos dizem de uma doença, o
homem traz em si um estado latente de enfermidade, do qual, num relâmpago,
raramente um medo inexplicável lhe revela a presença interna.”
Em relação
ao conceito de “absurdo”, para Kierkegaard refere-se a um conflito
ideológico entre a tendência humana de buscar significado inerente à
vida e a inabilidade humana para encontrar algum significado. Ou seja, o
absurdo é o que não nos faz sentido, ou que nos é contraditório. Nesse
contexto, o absurdo não significa algo logicamente impossível, mas humanamente
impossível.
Por
natureza, os seres humanos tentam encontrar sentido para suas vidas e,
tradicionalmente, essa busca resulta em uma de duas conclusões: que a vida não
tem sentido, ou que a vida contém nela um propósito definido por uma força
maior. No fim, a noção do absurdo promove a ideia de que não há sentido a ser
encontrado no mundo além do significado que damos a ele.
Sobre
alienação, ele aborda o tema como sendo uma falta de consciência por parte do
ser humano de que ele possui responsabilidade para ditar sua história. A
alienação retrata o mistério de ser ou não ser. Uma pessoa alienada carece de
si mesmo, anula-se, tornando-se sua própria negação.
Os exemplos
mais evidentes de alienação são encontrados nos meios de comunicação em massa,
que costumam distorcer e comprometer a veracidade dos fatos, já que, segundo
Kierkegaard, as verdades são encontradas junto à minoria. Em oposição à
maioria, o geral, o aceito e o não abstrato, o dinamarquês transferia para o
indivíduo a função de refletir e questionar sobre o que lhe é concreto.
“A verdade sempre
repousa sobre a minoria, porque a minoria é geralmente formada por aqueles que
realmente têm uma opinião, enquanto a força da maioria é ilusória, formada
pelas gangues que não têm opinião.”
Os
existencialistas também explicam por que algumas pessoas se sentem atraídas à
passividade moral evitando-se no desafio de tomar as próprias decisões. Seguir
ordens é fácil, e consentir também, pois isso requer pouco esforço emocional em
fazer o que é mandado.
“O povo pede o poder da
palavra para compensar o poder de livre pensamento a que foge.”
Ou seja, se
a ordem não for lógica, não cabe ao mandatário questionar. Deste modo, os
existencialistas podem explicar as motivações históricas de guerra, genocídios
e lavagens cerebrais. As pessoas, nesses casos sucumbidas à submissão de
uma força maior, estavam apenas fazendo o que lhes foi dito.
Em relação
ao tédio, Søren dizia ser a raiz de todos os males:
“Não admira, pois, que o
mundo vá de mal a pior e que os males aumentem cada vez mais à medida que
aumenta o tédio, a raiz de todo o mal. A história deste pode acompanhar-se
desde os primórdios do mundo. Os deuses estavam entediados, pelo que criaram o
homem. Adão estava entediado por estar sozinho, e por isso foi criada Eva.
Assim o tédio entrou no mundo e aumentou na proporção do aumento da população.”
Angústia: a vertigem da
liberdade
A angústia,
na visão de Kierkegaard, é o medo e frustração geral associados com o conflito
entre as responsabilidades reais para consigo mesmo, seus princípios e valores,
e também dos outros.
Ele nos
lembra que, quando tomamos decisões, temos liberdade absoluta de escolher. Percebemos
que podemos escolher fazer algo ou não fazer nada, e que nossas mentes
cambaleiam ante o pensamento de liberdade absoluta. Um sentimento de apreensão
e angústia acompanha o nosso pensamento incontrolado: a angústia é a vertigem
da liberdade.
Tudo o que
um ser humano faz depende menos do que ele compreende, e mais do que ele quer,
ou seja, do que ele escolhe. Segundo Kierkegaard, não existe decisão absurda na
vida que não envolva o ser humano em angústia, pois todas elas são riscos por
sua incerteza e potenciais geradoras de conflito interno.
Considerando
que existir é escolher, e vice-versa, cabe somente ao ser humano conscientizar
suas ações conforme as possíveis consequências, sejam elas morais ou imorais,
lógicas ou não.
“Arriscar-se no sentido mais
amplo é precisamente tomar consciência de si próprio.”
Kierkegaard
enxergava no ser humano um artista assemelhado a um escultor, que molda sua
essência a partir daquilo que cria objetivamente.
Com coragem
o dinamarquês argumenta que, se toda ação é uma escolha, e se todas as nossas
escolhas morais são livres e, acima de tudo, subjetivas, é exclusivamente nossa
vontade que determina nosso julgamento. No entanto, longe de ser uma razão para
a felicidade, a liberdade total de escolha nos provoca antes um sentimento de
angústia.
Søren
Kierkegaard explicou melhor esse sentimento em O Conceito de Angústia.
Como exemplo, ele citou um homem no alto de um penhasco. Se esse homem olha
para baixo, sente dois tipos de medo: o medo de cair e o medo causado pelo impulso
de lançar-se no vazio. Esse segundo tipo de medo (ou angústia) surge a partir
da compreensão de que ele tem liberdade total para decidir se pula ou não, e
esse medo é tão perturbador e atordoante quanto sua vertigem.
Kierkegaard
sugeriu que sentimos a mesma angústia em todas as nossas escolhas morais,
quando entendemos que temos a liberdade de tomar até as mais terríveis
decisões. Ele descreveu que, embora a liberdade cause desespero, pode também
nos livrar de respostas impensadas e não planejadas, pois nos torna mais
cientes das escolhas disponíveis. Então, mesmo que o livre-arbítrio possa ser
enclausurante, tal angústia também aumenta nossa consciência e senso de
responsabilidade pessoal.
Segundo o
filósofo, liberdade presume possibilidades, que denotam a imprevisibilidade do
futuro. Todo tremor proveniente do livre-arbítrio se mostra inexorável, seja
quando as possibilidades de ação são escassas, seja pelo fato de elas
coexistirem em um grande número de opções. Enquanto ele ressalta os perigos provocados
pela audácia não premeditada, também adverte sobre a periculosidade da inação.
“O maior perigo do homem
é não correr riscos.”
A ênfase na
importância da liberdade de escolha e na contínua busca individual por
significado e propósito fornecem um guia para o Existencialismo de Kierkegaard.
Para ele, o homem é o responsável pessoal e intransferível por seu destino,
sendo assim, não deve esforçar-se inutilmente em buscar um caminho ideal, ou um
sentido correto, mas sim em providenciar sua própria história de vida.
“Ousar é perder o
equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perder-se definitivamente.”
Sobre verdades existenciais
Søren
Kierkegaard, assim como todos os filósofos, propunha-se a falar sobre a
verdade. Para o dinamarquês, a existência é unicamente verdadeira, mas não
necessariamente lógica. Se não há lógica na existência, mas a existência é
real, então a verdade também não pode ser objetiva. Assim, para ele, não
encontramos a verdade como uma coisa “verificável”, destacada a nós de alguma
forma, mas através de nosso modo único e peculiar de apreender as coisas pela
paixão: a verdade é encontrada através da subjetividade.
Para o
dinamarquês, a crença determina o valor, não o contrário. A verdade,
caracteristicamente subjetiva, é nada mais que um construto da intensidade da
fé. Quanto maior o ardor com que se acredita, mais verdadeiro será o objeto do
conhecimento, mas não obrigatoriamente lógico.
Uma vez que
as verdades essenciais estão totalmente fora do nosso alcance na medida que não
podemos nos aproximar delas objetivamente, elas surgem para nós sob a forma de
tensão; de ruptura entre afirmações. Sendo assim, novas ideias surgem de
paradoxos, e qualquer tentativa de solucionar tais disparidades não passará de
uma tentativa. Kierkegaard era intimista de Sócrates e seus métodos de
dialética.
Søren sempre
falava sobre “a verdade que é verdadeira para mim”, com isso querendo apontar
que, para todo alguém, a verdade é aquilo que convém. Dessa maneira, ele
conclui que, toda vez que alegamos conhecer alguma coisa, só podemos dizer isto
como um ato de fé, não da razão.
Se a verdade
é subjetiva, decorre daí uma liberdade ilimitada. Para ele, é de fato impossível
que a liberdade possa ser provada ou testada filosoficamente, porque qualquer
prova implicaria uma necessidade lógica, que é o oposto da liberdade.
Os três modos de vida
Kierkegaard
dizia que, no caminho da vida, há um sem-fim de direções, embora possam ser
colocadas em três categorias de escolha: estética, ética e religiosa.
O modo de
vida estético, caracterizado pelo hedonismo romântico, belo e
sofisticado, ao qual se contrapõe não apenas a dor, mas, sobretudo, ao tédio,
visto aí como uma ameaça perpétua. O protagonista da opção estética tenta
realizar todas as possibilidades, mas estas não lhe conferem mais do que uma
satisfação transitória. O “esteticista” vive pelo momento e não conhece (nem
deseja conhecer) outro fim de vida senão gozar o instante que passa. Infiel e
descompromissado, quer sempre testar limites, provar novidades, fugir permanentemente
do tédio, recusando-se a engajar. Consequentemente, a busca estética
desenfreada conduz, em última instância, ao desespero.
O modo de
vida ético contrasta diretamente com a conduta estética. Nesse
caso, o homem instaura-se nos terrenos do dever, da honra, das regras
universais e de todas as exigências e tarefas de caráter burocrático. Esse
estilo de vida é encontrado nos papéis do trabalhador ferrenho, do marido e pai
devotado; naqueles que levam tudo a sério, que são pouco flexíveis,
prisioneiros da conformidade e velhas ideias, os que se dizem cidadãos
exemplares. Para os que se encontram no estágio ético, diz Kierkegaard, a coisa
mais importante não é saber se ele é capaz de contar nos dedos todos os deveres
que pôde assumir, mas se sentiu, alguma vez, a intensidade desses deveres, de
tal modo que sua consciência esteja plenamente garantida da validez de sua
existência.
O modo de
vida religioso é visto por Kierkegaard como o resultado
inevitável do paradoxo entre o modo ético e estético. No modo de vida religioso
o homem não está submetido à ética, pois é um indivíduo sujeitado a Deus. Para
ele, quando o pecado entra em discussão, a ética fracassa, porque o
arrependimento implícito no sentimento de pecado é a maior expressão da ética,
da mesma forma que constitui sua mais profunda contradição. A solução somente
seria possível mediante a passagem para outro tipo de conduta: a religiosa.
Como exemplo, Kierkegaard cita o episódio bíblico referente a Abraão e Isaac.
Quando Deus exige de Abraão o sacrifício de seu filho Isaac, Abraão, dentro do
nível ético, está diante da necessidade de cometer uma transgressão
absolutamente proibida. Abraão não tem saída a não ser pelo salto do ético ao
religioso. Em tais situações críticas, a escolha que o indivíduo se sente
obrigado a fazer independe de quaisquer critérios morais racionais que não
podem ajudar o homem religioso, somente sua crença.
Referências
bibliográficas:
KIERKEGAARD,
Søren. Temor e Tremor.
KIERKEGAARD,
Søren. O Conceito de Angústia.
KIERKEGAARD,
Søren. O Desespero Humano.
STRATHERN,
Paul. Kierkegaard em 90 Minutos.
CHAUÍ, Marilena. Coleção Os Pensadores:
Kierkegaard.
Globo Livros. O Livro da Filosofia.
QUEIROZ COBRA, Rubem. Época, Vida e
Pensamentos de Søren Kierkegaard.
Fonte: LAPAROLA
Ótimo artigo!
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