Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Libertar a força do Evangelho. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!



Então Pedro disse a Jesus: ‘Mestre, é bom estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias’. Ele não sabia o que dizer, pois estavam apavorados. A seguir apareceu uma nuvem e os envolveu, e dela saiu uma voz, que disse: ‘Este é o meu Filho amado. Ouçam-no!’ “ (Mc 9, 5-7)

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito atual e bem concreta. Tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 9,2-10 (transfiguração de Jesus).
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Muito boa. Vale a pena ler.
WCejnóg




IHU - ADITAL
23 Fevereiro 2018

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 9,2-10 que corresponde ao Segundo Domingo da Quaresma, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Este relato da «transfiguração de Jesus» foi desde o início muito popular entre os Seus seguidores. Não é um episódio a mais. A cena, recriada com diversos recursos de caráter simbólico, é grandiosa. Os evangelistas apresentam Jesus com o rosto resplandecente enquanto conversa com Moisés e Elias.

Os três discípulos que o acompanharam até o cimo da montanha ficam surpreendidos. Não sabem que pensar de tudo aquilo. O mistério que envolve Jesus é demasiado grande. Marcos diz que estavam assustados.

A cena culmina de forma estranha: «Formou-se uma nuvem que os cobriu e saiu da nuvem uma voz: Este é o meu Filho amado; escutai-O». O movimento de Jesus nasceu escutando a Sua chamada. A Sua Palavra, recolhida mais tarde em quatro pequenos escritos, foi gerando novos seguidores. A Igreja vive a escutar o Seu Evangelho.

Esta mensagem de Jesus encontra hoje muitos obstáculos para chegar até aos homens e mulheres do nosso tempo. Ao abandonar a prática religiosa, muitos deixaram de o escutar para sempre. Já não ouvirão falar de Jesus se não é de forma casual ou distraída.

Tampouco quem se aproxima das comunidades cristãs pode apreciar facilmente a Palavra de Jesus. A Sua mensagem perde-se entre outras práticas, costumes e doutrinas. É difícil captar a sua importância decisiva. A força libertadora do Seu Evangelho fica por vezes bloqueada por linguagens e comentários alheios ao Seu espírito.

No entanto, também hoje o único decisivo que pode oferecer a Igreja à sociedade moderna é a Boa Nova proclamada por Jesus e o Seu projeto humanizador do reino de Deus. Não podemos continuar a reter a força humanizadora da Sua Palavra. Temos de fazer que corra limpa, viva e abundante pelas nossas comunidades.  Que chegue até os lares, que a possa conhecer quem procura um sentido novo para as suas vidas, que a possa escutar quem vive sem esperança.

Temos de aprender a ler juntos o Evangelho. Familiarizar-nos com os relatos evangélicos. Colocar-nos em contato direto e imediato com a Boa Nova de Jesus. Nisto temos de gastar as energias. Daqui começará a renovação que necessita hoje a Igreja.

Quando a instituição eclesiástica vai perdendo o poder de atração que teve durante séculos, temos de descobrir a atração que tem Jesus, o Filho amado de Deus, para quem procura a verdade e a vida. Dentro de poucos anos daremos conta de que tudo nos empurra para colocar com mais fidelidade a Sua Boa Nova no centro do cristianismo.




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