Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A parábola do rico avarento e o mendigo Lázaro. - Reflexão de Jose Antonio Pagola.



A parábola do homem rico e  Lázaro é uma das mais conhecidas passagens bíblicas.  Muitas vezes, certamente, já lemos ou ouvimos diversos comentários sobre ela. Mas, será que a mensagem que  ela transmite está surtindo efeito concreto nos corações dos seres humanos? 

O comentário que trago hoje para o blog Indagações,  do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito bom.  Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Não deixe de ler.
WCejnog




IHU – Notícias
Sexta, 27 de setembro de 2013.

Romper a indiferença


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 16, 19-31, que corresponde ao 26º Domingo do Tempo Ordinário, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto
  




Segundo Lucas, quando Jesus gritou “não podem servir a Deus e ao Dinheiro”, alguns fariseus que estavam escutando-o e eram amigos do dinheiro “caçoaram de Jesus”. Jesus não recua. Pouco depois, ele narra uma parábola lancinante para que aqueles que vivem escravos da riqueza abram os olhos.

Jesus descreve com poucas palavras uma situação sangrenta. Um homem rico e um pobre mendigo que moram perto um do outro, mas estão separados pelo abismo que existe entre a vida da opulência insultante do rico e a miséria extrema do pobre.

O relato descreve os dois personagens, destacando fortemente o contraste entre ambos. O rico se veste de púrpura e linho fino, o corpo do pobre está coberto de feridas. O rico dá banquetes não somente nos dias de festa, mas todos os dias; o pobre está caído à porta do rico, sem poder comer nada das sobras que caem da mesa do rico. Somente se aproximam para lamber suas chagas os cachorros que procuram alguma coisa no lixo.

Em nenhum momento se diz que o rico explorou o pobre, ou que o maltratou ou o desprezou. Até pode-se dizer que não tenha feito nada de errado. Porém, toda sua vida é inumana, pois vive somente para seu próprio bem-estar. Seu coração é de pedra. Ignora totalmente o pobre. Está na sua frente, doente, faminto e abandonado, mas não é capaz de atravessar a porta para cuidar dele.
Não podemos nos enganar. Jesus não está denunciando somente a situação da Galileia dos anos trinta. Está tentando sacudir a consciência daqueles que estão acostumados a viver na abundância, tendo ao lado de nossa casa, muito próximo de nós, povos que estão vivendo e morrendo na mais absoluta miséria.

É inumano nos fecharmos em nossa “sociedade do bem-estar”, ignorando totalmente essa outra “sociedade do mal-estar”. É cruel seguir alimentando essa “secreta ilusão de inocência”, que nos permite viver com a consciência tranquila, pensando que a culpa é de todos e não é de ninguém.

Nossa primeira tarefa é quebrar a indiferença. Resistir a seguir desfrutando de um bem-estar vazio de compaixão. Não nos isolarmos mentalmente para deslocar a miséria e a fome que há no mundo para uma distância abstrata e assim viver sem ouvir nenhum clamor, gemido ou pranto.

O Evangelho pode nos ajudar a viver vigilantes, sem nos tornarmos cada vez mais insensíveis aos sofrimentos dos abandonados, sem perder o sentido da responsabilidade fraterna e sem permanecer passivos quando podemos agir.



Nenhum comentário:

Postar um comentário