“Eu vos digo: assim haverá mais alegria no céu por um só pecador que se arrependa, do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.” (Lc 15, 7)
Para refletir sobre as
parábolas da ovelha perdida e da dracma (Lc 15, 1-10) trago para o blog
Indagações um comentário muito bonito e proveitoso de Asun Gutiérrez
Cabriada.
Não deixe de ler.
WCejnog
[Os
interessados pedem ler esse texto em apresentação de PPS, acessando o site das
Monjas Beneditinas de Montesserrat: http://www.benedictinescat.com/montserrat/imatges/Dom24C13port.pps
Trabalho muito bonito!]
Só a partir da experiência alegre do bem chegamos a ser
bons e livres de verdade.
O reino de Deus é a sua alegria com as criaturas, a alegria de voltar a encontrar o perdido.
E a nossa conversão consiste em acolher a alegria de Deus e deixar-nos mover por Ele, ser achados, voltar a casa, voltar à vida e partilhar a alegria de Deus.
José Arregi
Comentário
Naquele tempo,
os
publicanos e os pecadores
aproximavam-se
todos de Jesus,
para O
ouvirem.
Mas os fariseus e os escribas
Mas os fariseus e os escribas
murmuravam
entre si, dizendo:
– Este homem acolhe os pecadores e
– Este homem acolhe os pecadores e
come com
eles.
A murmuração é a atitude própria
dos que querem controlar uma situação que se lhes escapa. Os fariseus
(principais representantes oficiais do judaísmo religioso) e os mestres da lei (intérpretes e custódios da
Escritura), têm-se por justos, crêem-se
possuidores da verdade segura e imutável, censuram todos os que não pensem como
eles, dedicam-se a murmurar. Não compreendem Jesus e rejeitam-n’O.
Os publicanos e pecadores, pessoas desprezadas e condenadas pelos justos oficiais, são os que se aproximam de Jesus e se reconhecem nas suas palavras como destinatários do amor entranhável do Pai.
A intransigência dos fariseus e
dos mestres da lei contrasta, em todo o Evangelho, com a atitude de Jesus. As
palavras e a atuação de Jesus revelam
como é o amor gratuito e entranhável do Pai.
Jesus entra em conflito com os “bem pensantes” religiosos do seu tempo e de todos os tempos.
Jesus entra em conflito com os “bem pensantes” religiosos do seu tempo e de todos os tempos.
Jesus
disse-lhes então a seguinte parábola:
– Quem de vós que possua cem ovelhas e
– Quem de vós que possua cem ovelhas e
tenha
perdido uma delas,
não
deixa as outras noventa e nove no deserto,
para ir
à procura da que anda perdida,
até a
encontrar?
Jesus reflete como é o coração de
Deus: amor não condicionado ao nosso bom dizer nem ao nosso correto atuar. Amor
incondicional e gratuito que se adianta sempre. Jesus ensina-nos a não nos
limitarmos a conservar, a não nos encerrarmos em nós mesmos nem nos nossos
círculos e anima-nos a buscar, a sair para o incerto, para quem nos necessite.
Podemos perguntar-nos se a imagem
que Jesus mostra do Pai coincide com a que nos ensinaram e com a que mostramos.
Quando a
encontra, põe-na alegremente
aos
ombros e, a chegar a casa,
chama os
amigos e vizinhos e diz-lhes:
‘Alegrai-vos
comigo, porque encontrei
a minha
ovelha perdida’.
Eu vos
digo: assim haverá mais alegria no céu
por um
só pecador que se arrependa,
do que
por noventa e nove justos
que não
precisam de arrependimento.
Um dos traços mais salientes
destas parábolas é o da alegria. Lucas sublinha a festa, a grande alegria que
necessita ser partilhada. É um convite a nos deixarmos encontrar por Deus, a
criar espaços na nossa vida para que se realize esse encontro.
É a alegria uma das
características da vivência e expressão da minha fé?
Sinto que a experiência de
encontro com Jesus é fonte de alegria na minha vida?
Vivo com alegria e sinto a
necessidade de a partilhar?
Ou
então, qual é a mulher que,
possuindo
dez dracmas e tendo
perdido
uma, não acende uma lâmpada,
varre a
casa e procura cuidadosamente a
moeda
até a encontrar?
Quando a
encontra, chama as
amigas e
vizinhas e diz-lhes:
‘Alegrai-vos
comigo porque encontrei a
dracma
perdida’.
Eu vos
digo: Assim haverá alegria entre
os anjos
de Deus
por um
só pecador que se arrependa.
A moeda e a ovelha, sem que elas
façam seja o que for, são buscadas pelo imenso interesse dos seus donos. As
duas parábolas contam-nos situações muito semelhantes: a de uma perda, uma
busca intensa, um encontro e uma grande alegria partilhada.
Esse interesse e entusiasmo produz conversão, seguimento e festa.
Esse interesse e entusiasmo produz conversão, seguimento e festa.
A conversão não é uma condição,
mas a consequência do amor transbordante e gratuito de Deus.
ACIMA DO NOSSO
Tu és o Deus sobre o qual todos opinamos,
o Deus que todos buscamos,
o Deus que todos abandonamos,
o Deus com o qual todos lutamos.
Mas, por sua vez, Tu és o Deus que nos recrias,
que nos encontras mesmo que não te busquemos,
que permaneces fiel quando te deixamos,
que nos vences e convences.
o Deus que todos buscamos,
o Deus que todos abandonamos,
o Deus com o qual todos lutamos.
Mas, por sua vez, Tu és o Deus que nos recrias,
que nos encontras mesmo que não te busquemos,
que permaneces fiel quando te deixamos,
que nos vences e convences.
Tu és o Deus do qual todos falamos,
o Deus ao qual todos usamos,
o Deus que todos desfiguramos,
o Deus ao qual todos tentamos comprar.
Mas, por sua vez, Tu és o Deus que nos fala com amor,
que nos respeita e cuida com paixão,
que nos dá identidade e rosto,
que se mostra insubornável na sua gratuidade.
Tu és o Deus que crê em nós,
o Deus que espera em nós,
o Deus que ama em nós,
acima dos nossos gestos, atos e palavras.
F.Ulibarri
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