Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 8 de março de 2014

As grandes tentações do ser humano – Reflexão de José Antonio Pagola.


Abaixo, uma reflexão muito interessante e bem atual do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
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IHU – Notícias

Sexta, 07 de março de 2014.

A nossa grande tentação

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 4,1-11 que corresponde ao Primeiro Domingo de Quaresma, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.


Eis o texto
A cena “das tentações de Jesus” é um relato que não devemos interpretar apressadamente. As tentações que nos são descritas não são propriamente de natureza moral. O relato nos adverte que podemos arruinar nossa vida, se nos desviamos do caminho de Jesus.


A primeira tentação é de importância decisiva, pois pode perverter e corromper nossa vida de base. Aparentemente, é oferecido a Jesus algo bem inocente e bom: colocar Deus a serviço da Sua fome. “Se és o Filho de Deus, ordena que estas pedras se convertam em pães”.
No entanto, Jesus reagiu de forma rápida e surpreendente: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. Não fará do seu próprio pão um absoluto. Não colocará Deus a serviço do seu próprio interesse, esquecendo o projeto do Pai. Sempre procurará primeiro o reino de Deus e a sua justiça. Em todos os momentos escutará a Sua Palavra.
As nossas necessidades não se satisfazem apenas em assegurar o nosso pão. O ser humano necessita e aspira a muito mais. Inclusive, para resgatar da fome e da miséria quem não tem pão, temos de escutar a Deus, o nosso Pai, e despertar na nossa consciência a fome de justiça, a compaixão e a solidariedade.
A nossa grande tentação é hoje converter tudo em pão. Reduzir cada vez mais o horizonte da nossa vida à mera satisfação dos nossos desejos; fazer da obsessão por um bem-estar sempre maior, ou do consumismo indiscriminado e sem limites, o único ideal das nossas vidas.
Enganamo-nos se pensamos que esse é o caminho a seguir em direção ao progresso e à libertação. Será que não estamos vendo que uma sociedade que arrasta as pessoas para o consumismo sem limites e para a autossatisfação não faz senão gerar vazio e sem sentido nas pessoas, junto com egoísmo, falta de solidariedade e irresponsabilidade na convivência?
Por que estremecemos com o fato de que cresce de forma trágica o número de pessoas que se suicidam a cada dia? Por que continuamos encerrados no nosso falso bem-estar, levantando barreiras cada vez mais desumanas para que os famintos não entrem nos nossos países, não cheguem até as nossas residências, nem chamem à nossa porta?
A chamada de Jesus pode-nos ajudar a tomar mais consciência de que não só de bem-estar vive o homem. O ser humano precisa também cultivar o espírito, conhecer o amor e a amizade, desenvolver a solidariedade para com os que sofrem, escutar a sua consciência com responsabilidade, abrir-se ao Mistério último da vida com esperança.
Fonte: IHU - Notícias



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