“Naquele
tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João seu irmão e levou-os, em
particular, a um alto monte e transfigurou-se diante deles. O seu rosto ficou
resplandecente como o sol e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz.” (Mt
17, 1-2).
Abaixo, uma curta reflexão, muito atual, do padre e teólogo espanhol
José Antônio Pagola. Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos
(IHU).
Não deixe de ler.
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IHU
– Noticias
Sexta,
14 de março de 2014.
Escutar
Jesus
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo
Mateus 17,1-9 que corresponde ao Segundo Domingo de Quaresma,
Ciclo A do Litúrgico. O teólogo espanhol
José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
O
centro desse relato complexo, tradicionalmente chamado de “A transfiguração
de Jesus”, é ocupado por uma Voz vinda de uma estranha “nuvem luminosa”,
símbolo que se utiliza na Bíblia para falar da presença sempre misteriosa de
Deus que se nos manifesta e, ao mesmo tempo, nos oculta.
A
Voz diz estas palavras: “Este é o meu Filho amado, que muito me agrada. Escutem
o que ele diz”. Os discípulos não deverão confundir Jesus com ninguém, nem
sequer com Moisés e Elias, representantes e testemunhas do Antigo Testamento.
Só Jesus é o Filho querido de Deus, o que tem o Seu rosto “resplandecente como
o sol”.
Mas
a Voz acrescenta algo mais: “Escutem o que ele diz”. Noutros tempos, Deus tinha
revelado a sua vontade através dos “dez mandamentos” da Lei. Agora a vontade de
Deus resume-se e concretiza-se num só mandamento: escutai Jesus. O escutar
estabelece a verdadeira relação entre os seguidores e Jesus.
Ao
ouvir isto, os discípulos caem no chão “cheios de espanto”. Estão
surpreendidos por aquela experiência tão próxima de Deus, mas também assustados
pelo que ouviram: poderão viver escutando só Jesus, reconhecendo apenas Nele a
presença misteriosa de Deus?
Então,
Jesus se aproximou, tocou neles e disse: "Levantem-se, e não tenham
medo". Sabe que necessitam experimentar a sua proximidade humana: o
contato da Sua mão, não só o resplendor divino do Seu rosto. Sempre que
escutamos Jesus no silêncio do nosso ser, as suas primeiras palavras dizem-nos:
Levanta-te, não tenha medo.
Muitas
pessoas só conhecem Jesus de ouvir falar. O Seu nome lhes soa talvez
familiar, mas o que sabem não vai além de algumas recordações e impressões da infância.
Inclusive, mesmo que se chamem cristãs, vivem sem escutar Jesus no seu
interior. E, sem essa experiência, não é possível conhecer a Sua paz
inconfundível nem a sua força para animar e sustentar a nossa vida.
Quando
um crente se detém para escutar em silêncio Jesus, dentro da sua consciência,
escuta sempre algo como: “Não tenhais medo. Abandona-te com toda a simplicidade
ao mistério de Deus. A tua pouca fé basta. Não te inquietes. Se me escutas,
descobrirás que o amor de Deus consiste em estar sempre a perdoar. E, se
acreditas nisto, a tua vida mudará. Conhecerás a paz do coração”.
No
livro do Apocalipse, pode-se ler assim: “Olha, estou à porta e chamo; se alguém
ouve a minha voz e me abre a porta, entrarei em sua casa”. Jesus bate à porta
de cristãos e de não cristãos. Podemos abrir a porta ou podemos recusar. Mas
não é o mesmo viver com Jesus do que viver sem Ele.
Fonte:IHU - Notícias
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