Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 15 de março de 2014

“Não é o mesmo viver com Jesus do que viver sem Ele.” – Reflexão de José Antonio Pagola. Vale a pena ler!


Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João seu irmão e levou-os, em particular, a um alto monte e transfigurou-se diante deles. O seu rosto ficou resplandecente como o sol e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz.” (Mt 17, 1-2).

Abaixo, uma curta reflexão, muito atual, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.

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IHU – Noticias
Sexta, 14 de março de 2014.

Escutar Jesus



A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 17,1-9 que corresponde ao Segundo Domingo de Quaresma, Ciclo A do  Litúrgico. O teólogo espanhol  José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

O centro desse relato complexo, tradicionalmente chamado de “A transfiguração de Jesus”, é ocupado por uma Voz vinda de uma estranha “nuvem luminosa”, símbolo que se utiliza na Bíblia para falar da presença sempre misteriosa de Deus que se nos manifesta e, ao mesmo tempo, nos oculta.



A Voz diz estas palavras: “Este é o meu Filho amado, que muito me agrada. Escutem o que ele diz”. Os discípulos não deverão confundir Jesus com ninguém, nem sequer com Moisés e Elias, representantes e testemunhas do Antigo Testamento. Só Jesus é o Filho querido de Deus, o que tem o Seu rosto “resplandecente como o sol”.

Mas a Voz acrescenta algo mais: “Escutem o que ele diz”. Noutros tempos, Deus tinha revelado a sua vontade através dos “dez mandamentos” da Lei. Agora a vontade de Deus resume-se e concretiza-se num só mandamento: escutai Jesus. O escutar estabelece a verdadeira relação entre os seguidores e Jesus.

Ao ouvir isto, os discípulos caem no chão “cheios de espanto”. Estão surpreendidos por aquela experiência tão próxima de Deus, mas também assustados pelo que ouviram: poderão viver escutando só Jesus, reconhecendo apenas Nele a presença misteriosa de Deus?
Então, Jesus se aproximou, tocou neles e disse: "Levantem-se, e não tenham medo". Sabe que necessitam experimentar a sua proximidade humana: o contato da Sua mão, não só o resplendor divino do Seu rosto. Sempre que escutamos Jesus no silêncio do nosso ser, as suas primeiras palavras dizem-nos: Levanta-te, não tenha medo.

Muitas pessoas só conhecem Jesus de ouvir falar. O Seu nome lhes soa talvez familiar, mas o que sabem não vai além de algumas recordações e impressões da infância. Inclusive, mesmo que se chamem cristãs, vivem sem escutar Jesus no seu interior. E, sem essa experiência, não é possível conhecer a Sua paz inconfundível nem a sua força para animar e sustentar a nossa vida.

Quando um crente se detém para escutar em silêncio Jesus, dentro da sua consciência, escuta sempre algo como: “Não tenhais medo. Abandona-te com toda a simplicidade ao mistério de Deus. A tua pouca fé basta. Não te inquietes. Se me escutas, descobrirás que o amor de Deus consiste em estar sempre a perdoar. E, se acreditas nisto, a tua vida mudará. Conhecerás a paz do coração”.

No livro do Apocalipse, pode-se ler assim: “Olha, estou à porta e chamo; se alguém ouve a minha voz e me abre a porta, entrarei em sua casa”. Jesus bate à porta de cristãos e de não cristãos. Podemos abrir a porta ou podemos recusar. Mas não é o mesmo viver com Jesus do que viver sem Ele.



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