Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 29 de março de 2014

“O mendigo diz-lhe: “Creio, Senhor”. Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!


Episódio bíblico: Jesus cura o cego de nascença. 
Abaixo, uma reflexão muito interessante e atual sobre esse milagre de Jesus, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU). 
Não deixe de ler.

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IHU – Niticias
Sexta, 28 de março de 2014.

Para excluídos

A leitura que a Igreja propõe neste domingo e o evangelho de Jesus Cristo segundo João 9,1-41, que corresponde ao Quarto Domingo de Quaresma, ciclo A do ano litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto.

É cego de nascimento. Nem ele nem seus pais têm culpa alguma, mas o seu destino ficará marcado para sempre. As pessoas olham-no como um pecador castigado por Deus. Só Jesus olha-o de forma diferente. Desde que o viu, só pensa em resgatá-lo daquela vida desgraçada de mendigo, desprezado por todos como pecador. Ele sente-se chamado por Deus para defender, acolher e curar precisamente os que vivem excluídos e humilhados.


Depois de uma cura trabalhosa em que ele também tem que colaborar com Jesus, o cego descobre pela primeira vez a luz. O encontro com Jesus mudou a sua vida. Por fim poderá desfrutar de uma vida digna, sem temor de se envergonhar ante ninguém.
Engana-se. Os dirigentes religiosos sentem-se obrigados a controlar a pureza da religião. Eles sabem quem não é pecador e quem está em pecado. Eles decidirão se pode ser aceito na comunidade religiosa.

O mendigo curado confessa abertamente que foi Jesus quem se aproximou e o curou, mas os fariseus rejeitam-no irritados: “Nós sabemos que esse homem é um pecador”. O homem insiste em defender Jesus: é um profeta, vem de Deus. Os fariseus não o podem aguentar: “Amaldiçoado nasceste dos pés à cabeça, e tu vais dar-nos lições?”.

O evangelista diz que, “quando Jesus ouviu que o tinham expulsado, foi encontrar-se com ele”. O diálogo é breve. Quando Jesus lhe pergunta se crê no Messias, o expulso diz: “E, quem é, Senhor, para que eu creia Nele?”. Jesus responde-lhe comovido: Não está longe de ti. “Estás a vê-Lo; o que te está a falar, esse é ele”. O mendigo diz-lhe: “Creio, Senhor”.

Assim é Jesus. Ele vem sempre ao encontro daqueles que não são acolhidos oficialmente pela religião. Não abandona quem o procura e ama-os mesmo que sejam excluídos das comunidades e instituições religiosas. Os que não têm sítio nas nossas igrejas têm um lugar privilegiado no Seu coração.

Quem levará hoje esta mensagem de Jesus até esses grupos que, a qualquer momento, escutam condenações públicas injustas de líderes religiosos cegos; que se aproximam das celebrações cristãs com medo de ser reconhecidos; que não podem comungar com paz nas nossas eucaristias; que se veem obrigados a viver a sua fé em Jesus no silêncio do seu coração, quase de forma secreta e clandestina? Amigos e amigas desconhecidos, não se esqueçam: quando os cristãos os rejeitam, Jesus acolhe-os.   



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