"Eu sou a voz que clama no deserto:
´Endireitai o caminho do Senhor, como o disse o profeta Isaías´". (Jo
1, 23)
Abaixo, uma reflexão muito concreta e atual do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola, que
tem como pano de fundo o texto Jo 1, 6-8.19-28 (O testemunho de João Batista). O texto foi publicado no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
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ler!
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IHU- Notícias
Sexta, 12 de dezembro de 2014
Aplanar o caminho para Jesus
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus
Cristo segundo João 1,6-8.19-28 que corresponde ao 3º Domingo do Tempo Comum, ciclo
B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
“Entre vós há um que não conheceis.” Estas palavras são
pronunciadas por João Batista referindo-se a Jesus, que se movimenta já entre
os que se aproximam do Jordão a batizar-se, apesar de, todavia, ainda não se
ter manifestado. Precisamente toda a sua preocupação é “aplanar o caminho” para que
aquela gente possa acreditar Nele. Assim apresentavam as primeiras gerações
cristãs a figura de João
Batista.
Mas as palavras de João Batista estão escritas de tal forma que, lidas
hoje pelos que se dizem cristãos, não deixam de provocar em nós perguntas
inquietantes. Jesus
está no meio de nós, mas conhecemo-Lo de verdade? Comungamos com Ele? Seguimo-Lo
de perto?
É certo que na Igreja estamos sempre a falar de Jesus. Em teoria nada há
mais importante para nós. Mas logo se nos vê mudar tanto sobre as nossas
ideias, projetos e atividades que, não poucas vezes, Jesus fica num segundo
plano. Somos
nós mesmos quem, sem dar-nos conta, o “ocultamos”
com o nosso protagonismo.
Talvez a maior desgraça do cristianismo é que haja tantos homens e
mulheres que se dizem “cristãos” e em cujo coração Jesus está ausente. Não O
conhecem. Não vibram com Ele. Não os atrai nem seduz. Jesus
é uma figura inerte e apagada. Está
mudo. Não lhes
diz nada de especial que alente as suas vidas. A Sua existência não está
marcada por Jesus.
Esta Igreja necessita urgentemente de “testemunhos” de Jesus, crentes
que se pareçam mais a Ele, cristãos que, com a sua forma de ser e de viver,
facilitem o caminho para acreditar em Cristo. Necessitamos testemunhos que
falem de Deus como falava Ele, que comuniquem a Sua mensagem de compaixão como O fazia Ele, que contagiem confiança no
Pai como Ele.
De que servem as nossas catequeses e predicações se não conduzem a
conhecer, amar e seguir com mais fé e mais gozo a Jesus Cristo? Em que ficam as
nossas eucaristias se não ajudam a comungar de forma mais viva com Jesus, com o
Seu projeto e com Sua entrega crucificada a todos. Na Igreja ninguém é “a Luz”, mas todos a podemos
irradiá-la com a nossa vida. Ninguém é “a Palavra de Deus”, mas todos
podemos ser uma voz que convida e alenta a centrar o cristianismo em Jesus
Cristo.
Fonte: IHU - Notícias
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