Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Confessar os nossos pecados. Reflexão de José Antonio Pagola. Bem atual!



 Uma voz clama no deserto: ’Traçai o caminho do Senhor, aplanai as suas veredas’.” (Mc  1,3)

Abaixo, uma reflexão muito atual do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola sobre o texto Mc 1, 1- 8   (João Batista batiza o povo no deserto).
Penso que a leitura desse texto pode ser uma ótima oportunidade para nós, os cristãos de hoje, refletirmos sobre a nossa postura no mundo: será que temos mesmo a coragem para acolher de fato a verdade de Jesus Cristo?  
O texto foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU). 

Vale a pena ler.
WCejnóg


IHU – Notícia
Sexta, 05 de dezembro de 2014
Confessar os nossos pecados

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1, 1-8 que corresponde ao 2º Domingo do Tempo de Advento, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.  


Eis o texto

“Começa a Boa Nova de Jesus Cristo, Filho de Deus”. Este é o início solene e gozoso do evangelho de Marcos. Mas, a continuação, de forma abrupta e sem aviso algum, começa a falar da urgente conversão que necessita viver todo o povo para acolher o seu Messias e Senhor.

No deserto surge um profeta diferente. Vem “preparar o caminho do Senhor”. Este é o seu grande serviço a Jesus. A sua chamada não se dirige apenas à consciência individual de cada um. O que procura João vai mais além da conversão moral de cada pessoa. Trata-se de “preparar o caminho do Senhor”, um caminho concreto e bem definido, o caminho que vai seguir Jesus defraudando as expectativas convencionais de muitos.

A reação do povo é comovedora. Segundo o evangelista, deixam a Judeia e Jerusalém e partem para o “deserto” para escutar a voz que os chama. O deserto recorda-lhes a sua antiga fidelidade a Deus, seu amigo e aliado, mas, sobretudo, é o melhor lugar para escutar a chamada à conversão.


Ali o povo toma consciência da situação em que vivem; experimentam a necessidade de mudar; reconhecem os seus pecados sem deitar as culpas uns aos outros; sentem necessidade de salvação. Segundo Marcos, “confessavam os seus pecados” e João “batizava-os”.

A conversão que necessita o nosso modo de viver o cristianismo não se pode improvisar. Requer um tempo longo de recolhimento e trabalho interior. Passarão anos até que façamos mais verdade na Igreja e reconheçamos a conversão que necessitamos para acolher mais fielmente a Jesus Cristo no centro do nosso cristianismo.

Esta pode ser hoje a nossa tentação. Não ir ao “deserto”. Iludir a necessidade de conversão. Não escutar nenhuma voz que nos convide a mudar. Distrair-nos com qualquer coisa, para esquecer os nossos medos e dissimular a nossa falta de coragem para acolher a verdade de Jesus Cristo.

A imagem do povo judeu “confessando os seus pecados” é admirável. Não necessitamos os cristãos de hoje, fazer um exame de consciência coletivo, a todos os níveis, para reconhecer os nossos erros e pecados? Sem este reconhecimento, é possível “preparar o caminho do Senhor”?


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