Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Quem sofre fica acordado, defendendo o coração. – Mensagem de Natal do pe. Dário Bossi. Vale a pena ler!



Hoje, praticamente na véspera de Natal, trago para o blog Indagações-Zapytania uma mensagem curta, porém, importante e significativa para muitos brasileiros, sobretudo para muitos indígenas, para os pequenos ribeirinhos,  lavradores e agricultores das comunidades rurais no Norte do Brasil, para os quais  hoje “não há lugar” neste seu país, nesta sua terra...

A mensagem é de pe. Dário Bossi, membro da rede Justiça nos Trilhos e da Rede Brasileira de Justiça Ambiental. Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de  ler!
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IHU - notícias
Segunda, 21 de dezembro de 2015

Quem sofre fica acordado, defendendo o coração

"Nessa noite de Natal, então, lutemos pela inclusão, por um tempo de graça em que se globalize a fraternidade e seja definitivamente abolida a indiferença! Façamo-lo com compaixão, sem descontos nem poupanças. Se não medirmos nossa misericórdia, seremos surpreendidos pelos frutos do Jubileu!". 

Essa é a mensagem de Natal de Dário Bossi, padre comboniano, membro da rede Justiça nos Trilhos e da Rede Brasileira de Justiça Ambiental. 



Eis o artigo.

Katia é uma mulher indígena do grupo Akrãtikategê. Foi expulsa de sua terra: a aldeia devia deixar espaço à barragem de Tucuruí-PA, que inundou a inteira região. Foram removidos a mais de 200 Km de distância, na terra indígena Mãe Maria.

Também a Mãe Maria está sendo violada pelos grandes projetos: a duplicação da Estrada de Ferro Carajás, dois linhões da Eletronorte, um linhão de fibra ótica da Vivo, além da BR 222 que a atravessa.
Replica-se, em chave moderna, o evangelho de Natal: “Não havia lugar para eles” (Lc 2,7).

Raimundo dos Santos é um sindicalista, agricultor, conselheiro da Reserva Florestal de Gurupi (MA), ambientalista e defensor dos direitos das comunidades rurais. Há tempo denunciava o saque de madeira da reserva, último resquício da Amazônia maranhense. Foi friamente executado, ao lado de sua esposa que sobreviveu às feridas, em agosto desse ano. Também nesse caso não havia lugar para ele, nem ouvidos para sua voz.

Duas pequenas histórias desse microcosmo do norte do Brasil, espelho local do contexto mundial, em que parece consolidar-se a espiral de guerra, exclusão e terrorismo. Faz escuro, na noite dos sem-lugar.

Ressoa porém em nosso coração o poema de Thiago de Mello: “Faz escuro, mas eu canto”. Nossa fé mede-se pela capacidade de oferecer razões de esperança. Nas palavras do poeta, “quem sofre fica acordado, defendendo o coração”.
Nessa noite do mundo, permanecemos acordados pelo sonho de Papa Francisco, que nos convoca a abrir uma nova história, marcada pelo Jubileu da Misericórdia.

Jubileu é ano de graça (Lv 25). É o ano em que os escravos são libertados, as dívidas perdoadas, o descanso devolvido à terra para que recomece seu ciclo natural. É o ano da fartura e da bênção.

Misericórdia é amor visceral. Não é um valor ético ou um princípio moral: é a força descontrolada de quem ama sem medida e não tolera limites. É um amor que não se intimida se, fora de si, há escuridão.

Nessa noite de Natal, então, lutemos pela inclusão, por um tempo de graça em que se globalize a fraternidade e seja definitivamente abolida a indiferença! Façamo-lo com compaixão, sem descontos nem poupanças. Se não medirmos nossa misericórdia, seremos surpreendidos pelos frutos do Jubileu!



Essas duas palavras sejam para nós a estrela-guia. Caminhemos cantando: que as nossas lutas e nossa preocupação por esse planeta não nos tirem a alegria da esperança!

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