“E exclamou (Isabel) em alta
voz: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? Pois assim
que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de
alegria no meu seio. Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de
cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!”.” – Lc, 1, 41-45)
Abaixo, uma bonita reflexão, que tem como pano de fundo o texto
bíblico Lc 1, 39-45 (Maria visita a sua prima Isabel).
É de autoria do padre e teólogo
espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e refletir!
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IHU – Notícias
Sexta, 18 de dezembro de
2015
Traços de Maria
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Lucas 1, 39-45 que corresponde ao
Quarto Domingo de Advento, Ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José
Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
A visita de Maria a
Isabel permite ao evangelista Lucas colocar em
contato João Batista e Jesus antes inclusive de terem nascido. A cena está
carregada de uma atmosfera muito especial. As duas vão ser mães. As duas foram
chamadas a colaborar no plano de Deus. Não há homens. Zacarias ficou mudo. José
está surpreendentemente ausente. As duas mulheres ocupam toda a cena.
Maria chegou depressa
desde Nazaré e converte-se na figura central. Tudo gira em torno dela e do seu
Filho. A sua imagem brilha com uns traços mais genuínos do que
muitos outros que lhe foram acrescentados posteriormente a partir de atributos
e títulos mais afastados do clima dos evangelhos.
Maria, «a mãe do meu Senhor».
Assim a proclama Isabel aos gritos e cheia do Espírito Santo. É certo: para os
seguidores de Jesus, Maria é, em primeiro lugar, a Mãe do nosso
Senhor. Este é o ponto de partida de toda a sua grandeza. Os
primeiros cristãos nunca separam Maria de Jesus. São inseparáveis. «Bendita
por Deus entre todas as mulheres», ela oferece-nos Jesus, «fruto bendito do seu
ventre».
Maria, a crente.
Isabel declara-a ditosa porque «acreditou». Maria é grande não apenas pela sua
maternidade biológica, mas por ter acolhido com fé a chamada de Deus para ser
Mãe do Salvador. Soube escutar Deus; guardou a Sua palavra dentro do seu
coração; meditou; pôs em prática cumprindo fielmente a sua vocação. Maria é Mãe
crente.
Maria, a evangelizadora.
Maria
oferece a todos a salvação de Deus que acolheu no seu próprio Filho. Esse é o
seu grande mistério e o seu serviço. Segundo o relato, Maria evangeliza não só
com os seus gestos e palavras, mas porque aonde vai leva consigo a pessoa de
Jesus e o Seu Espírito. Isto é o essencial do ato evangelizador.
Maria, portadora de
alegria. A saudação de Maria contagia a alegria que brota
do Seu Filho Jesus. Ela foi a primeira a escutar o convite de Deus:
«Alegra-te... o Senhor está contigo». Agora, desde uma atitude de serviço e de
ajuda a quem necessita, Maria irradia a Boa Nova de Jesus, o Cristo, a quem
sempre leva com ela. Ela é para a Igreja o melhor modelo de uma evangelização
alegre.
Fonte: IHU - Notícias
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