Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Estagnados. – Reflexão de José Antonio Pagola. Bem atual!



"Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim." (Jo 6, 57) 

O comentário que trago hoje para o blog Indagações, do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola, é muito atual. Tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 6,51-58  (discurso eucarístico). Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler e refletir!

WCejnóg


IHU - Adital
15 de junho de 2017.

Estagnados

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus capítulo  9,36-10,8 (Jesus chama os doze discípulos e os envia para pregarem o Reino dos céus que está a chegar) que corresponde ao 11° Domingo do ciclo A do Ano Litúrgico.

O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto do Evangelho segundo João capítulo 6, 51-58, que corresponde à Festa do Corpo e Sangue de Cristo.

Eis o texto

O papa Francisco repete que os medos, as dúvidas, a falta de audácia... podem impedir inteiramente o impulsionar da renovação que necessita hoje a Igreja. Na sua Exortação  ‘A alegria do Evangelho’, chega a dizer que, se ficamos paralisados pelo medo, uma vez mais podemos ficar simplesmente como “espectadores de uma estagnação infecunda da Igreja”.

As suas palavras fazem pensar. Que podemos perceber entre nós? Estamos nos mobilizando para reavivar a fé das nossas comunidades cristãs ou continuamos instalados nessa “estagnação infecunda” de que fala Francisco? Onde podemos encontrar forças para reagir?

Um dos grandes contributos do Concílio Vaticano II foi o de impulsionar o passo da “missa”, entendida como uma obrigação individual para cumprir um preceito sagrado, para a  “eucaristia” vivida como celebração gozosa de toda a comunidade para alimentar a sua fé, crescer em fraternidade e reavivar a sua esperança em Jesus Cristo ressuscitado.

Sem dúvida, ao longo destes anos temos dado passos muito importantes. Ficam muito longe aquelas missas celebradas em latim em que o sacerdote “dizia” a missa e o povo cristão vinha para “ouvir” a missa ou para “assistir” à celebração. Mas, não estamos a celebrar a eucaristia de forma rotineira e aborrecida?

Há um fato inegável. As pessoas estão afastando-se de forma imparável da prática dominical, porque elas não encontram nas nossas celebrações o clima, a palavra clara, o rito expressivo, a acolhida estimulante de que necessitam para alimentar a sua fé débil e vacilante.

Sem dúvida, todos, presbíteros e leigos, temos que perguntar-nos o que estamos fazendo para que a eucaristia seja como quer o Concílio, “centro e culminar de toda a vida cristã”. Como permanece tão calada e imóvel a hierarquia?  Por que os crentes não manifestamos a nossa preocupação e a nossa dor com mais força?

O problema é grave. Temos de seguir “estagnados” num modo de celebração eucarística tão pouco atrativo para os homens e mulheres de hoje? É esta liturgia que temos repetido desde séculos a que melhor pode nos ajudar a atualizar aquela cena memorável de Jesus onde se concentra de modo admirável o núcleo da nossa fé?

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho



Nenhum comentário:

Postar um comentário