Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O risco de instalar-se. – Reflexão de José Antonio Pagola. Bem atual!


E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e um para Elias.” (Mt 17,9)

Hoje, uma belíssima reflexão muito atual e importante. Como pano de fundo  tem o texto bíblico Mt 17, 1-9  (Jesus se transfigura diante dos discípulos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e refletir!
WCejnóg



IHU - ADITAL
04 agosto 2017

O risco de instalar-se.

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 17,1-9 que corresponde a Festa da Transfiguração, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Cedo ou tarde, todos corremos o risco de nos instalarmos na vida, procurando o refúgio cômodo que nos permita viver tranquilos, sem sobressaltos nem preocupações excessivas, renunciando a qualquer outra aspiração.

Conseguido já certo êxito profissional, encaminhada a família e assegurado, de alguma forma, o futuro, é fácil deixar-se apanhar por um conformismo cômodo que nos permita continuar a caminhar pela vida da forma mais confortável.

É o momento de procurar uma atmosfera agradável e acolhedora. Viver descontraído num ambiente feliz. Fazer do lar um refúgio cativante, um canto para ler e escutar boa música. Saborear umas boas férias. Assegurar uns fins de semana agradáveis...

Mas, com frequência, é então quando a pessoa descobre, com mais clareza que nunca, que a felicidade não coincide com o bem-estar. Falta nessa vida algo que nos deixa vazios e insatisfeitos. Algo que não se pode comprar com dinheiro nem assegurar com uma vida confortável. Falta simplesmente a alegria própria de quem sabe vibrar com os problemas e necessidades dos demais, sentir-se solidário com os necessitados e viver, de alguma forma, mais próximo dos maltratados pela sociedade.

Mas há, além disso, um modo de «se instalar» que pode ser falsamente reforçado com «tons cristãos». É a eterna tentação de Pedro, que nos espreita sempre os crentes: «colocar tendas no alto da montanha»Quer dizer, procurar na religião o nosso bem-estar interior, iludindo a nossa responsabilidade individual e coletiva em conseguir uma convivência mais humana.

E, no entanto, a mensagem de Jesus é clara. Uma experiência religiosa não é verdadeiramente cristã se nos isola dos irmãos, nos instala comodamente na vida e nos afasta do serviço aos mais necessitados.

Se escutarmos Jesus, nos sentiremos convidados a sair do nosso conformismo, romper com um estilo de vida egoísta em que estamos talvez confortavelmente instalados e começar a viver mais atentos à interpelação que nos chega dos mais desprotegidos da nossa sociedade.




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