“Jesus voltou a falar em parábolas aos chefes dos
sacerdotes e aos anciãos do povo. Ele dizia: «O Reino do Céu é como um rei que
preparou a festa de casamento do seu filho. E mandou seus empregados chamar os
convidados para a festa, mas estes não quiseram ir.” (Mt 22,1-3)
Hoje, para quem estiver interessado em entender
melhor o texto bíblico Mt 22- 1-14 (Jesus compara o Reino do Céu com um
banquete de casamento, para o qual todos estão convidados), trago para o blog
Indagações-Zapytania duas reflexões.
A primeira é Convite, do padre e
teólogo José Antonio Pagola, que já foi publicada também neste espaço (em
Outubro de 2014) e pode ser lida acessando o link: Convite.
E a outra, O convite para uma festa diferente, muito interessante, segue abaixo. É de autoria de Ana Maria
Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado. O texto foi publicado no site do
Instituto Humanitas Unisinos.
Vale a pena ler e refletir!
WCejnog
IHU
– ADITAL
12
Outubro 2017.
Leitura do Evangelho segundo Mateus Mt
22,1-14. (Correspondente ao 28° Domingo do Tempo Comum, ciclo A do
Ano Litúrgico).
O comentário é de Ana Maria Casarotti,
Missionária de Cristo Ressuscitado.
O convite para uma festa
diferente
Uma vez mais, Jesus se dirige por “parábolas
aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo”. Na sua fala Jesus compara
o Reino do Céu com uma festa de casamento, com um banquete.
Como acontece ainda hoje, ser convidados para
uma Festa, e ainda mais um grupo de pessoas simples, que foram
encontradas pelos caminhos, é um grande convite quase impensável! Eles e elas
foram escolhidos para participar desse momento tão significativo.
Uma festa de casamento envolve comida e bebida
abundante, presença da família e amigos. As pessoas tentam colocar as melhores
roupas que possuem, e assim arrumar tudo o que é necessário para participar de
uma forma digna.
Desta forma Jesus está comunicando-nos que o Reino
de Deus é uma celebração de amor, uma aliança que se consolida e se
projeta com esperança ao futuro, onde está presente a família, os amigos e
amigas. É uma aliança de Deus com os homens e mulheres e deles
entre si.
Há um estilo de vida que fica para trás, para
iniciar uma nova experiência de uma vida onde ninguém fica fora, todos são
convidados. O futuro impulsiona este movimento de amor que renova cada
integrante da humanidade.
A lei que rege é o amor, a vida, todos e todas são
iguais e convidados a viver numa liberdade nova. Jesus disse
aos empregados que no convite digam que o banquete já está preparado: ‘eu já
preparei o banquete, os bois e animais gordos já foram abatidos, e tudo está
pronto. Que venham para a festa’ (22,4).
Não há limite de convidados, ninguém fica excluído.
Quais seriam os sentimentos de Jesus ao pronunciar
estas palavras? Sem dúvida uma grande alegria, mas também uma grande dor ao
reconhecer que há alguns que rejeitam esse convite preparado com tanto carinho
pelo seu Pai. Jesus sabia que cada pessoa tem liberdade para
escolher aquilo que deseja.
Em várias oportunidades ele se dirige aos
sacerdotes e anciãos do povo através de parábolas como uma tentativa de
oferecer sua mensagem, o tesouro que há escondido nas suas palavras, mas eles
são surdos a sua voz e cegos às transformações que estão acontecendo ao redor.
Eles “não quiseram ir” e
desacolhem o convite para a Festa do casamento de seu Filho.
Mas o Rei, Deus Pai, não abandona a tentativa de convidá-los, e
procura uma nova forma para invitá-los a participar da grande Festa de seu
Filho.
Contudo eles não querem escutar e agem até
violentamente! “Mas os convidados não deram a menor atenção; um foi
para o seu campo, outro foi fazer os seus negócios, e outros agarraram os
empregados, bateram neles, e os mataram.” Pessoas ingratas diante de
tanta generosidade e gratuidade! Por que acontece assim?
É um convite pessoal que hoje também chega até cada
um e cada uma de nós. Como o recebemos? São palavras que chegam até cada um de
nós? Os ouvidos estão abertos para escutar esse apelo para uma grande festa? O
convite para entrar na Festa do Reino é pessoal.
Podemos perguntar-nos: Atuamos desde nossa
liberdade e gratuidade interior ou respondemos como a multidão, simplesmente
porque todos fazem assim, sem critério?
A novidade do Reino tem uma atração pessoal que
chega em diferentes momentos e oportunidades de nossa vida. Mas podemos ser
cristãos e não “ter tempo para escutá-lo” e ainda menos descobrir a beleza de
sua novidade. O trabalho, a família, até as preocupações na paróquia, na
comunidade religiosa, e tantas outras coisas aparecem como nomes que justificam
o rechaço à novidade do Reino.
Neste momento, ajuda-nos refletir quando escutamos
pessoalmente esse convite? Por onde aparece? Temos capacidade para escutá-lo,
ou consideramos que já somos membros do Reino e não deixamos tempo para ouvir
a voz do Senhor no nosso interior ou através de outras
pessoas?
Mas a Festa continua e os empregados continuam
chamando as pessoas que estão nos caminhos: “Vão até as encruzilhadas
dos caminhos, e convidem para a festa todos os que vocês encontrarem.”
Quem são os que estão nas encruzilhadas dos
caminhos? Na época de Jesus eram todos os que eram excluídos
do sistema social e religioso, desempregados, doentes, prostitutas,
estrangeiros. Os pobres, mas que procuram sair dessa situação e buscam não
viver mais sob o jugo da opressão, perseguem uma liberdade profunda. São os que
lutam incansavelmente pelos seus direitos e necessidades.
Hoje há milhares de pessoas que no mundo inteiro
procuram sair da escravidão e preferem arriscar sua vida e a de sua família,
morrendo ao tentar atravessar o mar para sair de situações de marginalização,
luta, escravidão. Mulheres escravas para vender e ser usadas como
prostitutas. E assim muitas outras realidades.
Nesta parábola este grupo são os que aceitam o
convite! Eles não sabiam todas as normas sociais, culturais e religiosas, mas
tinham um grande desejo na procura de outro estilo de vida. Neste grupo
toda a humanidade está representada. Ninguém fica excluído, porque o convite do
Reino é para todos e todas por igual.
Na sua pobreza, recebem o convite para participar
da festa do rei, para iniciar uma nova vida mais digna, mais justa, mais
fraterna, e aceitam! Na Festa do Reino entram todos, no
coração do Pai ninguém fica excluído, toda pessoa tem direito a participar!
O Pai convida cada ser humano para
sua Festa e oferece-lhe um novo estilo de vida para ser revestido
de seus sentimentos e do seu projeto de vida e assim participar da Festa. É
tudo de graça, mas é necessário aceitá-lo e deixar-nos renovar pelo seu Espírito
para acolher um novo estilo de vida.
Como disse São Paulo, “Revistam-se
do homem novo, criado segundo Deus na justiça e na santidade que vem da
verdade. Abandonem a mentira: cada um diga a verdade ao seu próximo, pois somos
membros uns dos outros. [..] Quem roubava, não roube mais; ao contrário,
ocupe-se trabalhando com as próprias mãos em algo útil, e tenhaassim o que
repartir com os pobres.” (Ef 4,24.28)
Diante do convite gratuito de Deus para participar
de seu Reino, qual é a minha resposta?
Oração
Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!
Ajudai-nos a construir um país justo e fraterno.
Que todos estejamos atentos
às necessidades das pessoas mais fragilizadas e indefesas!
Que o diálogo e o respeito vençam o ódio e os conflitos!
Que as barreiras sejam superadas por meio do encontro e da reconciliação!
Que a política esteja, de fato,
a serviço da pessoa e da sociedade
e não dos interesses pessoais, partidários e de grupos.
Que todos estejamos atentos
às necessidades das pessoas mais fragilizadas e indefesas!
Que o diálogo e o respeito vençam o ódio e os conflitos!
Que as barreiras sejam superadas por meio do encontro e da reconciliação!
Que a política esteja, de fato,
a serviço da pessoa e da sociedade
e não dos interesses pessoais, partidários e de grupos.
Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!
Neste ano em que celebramos os 300 anos
do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida,
queremos seguir o exemplo de Maria,
permanecendo unidos a Jesus Cristo,
que convosco vive, na unidade do Espírito Santo.
Amém!
do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida,
queremos seguir o exemplo de Maria,
permanecendo unidos a Jesus Cristo,
que convosco vive, na unidade do Espírito Santo.
Amém!
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