Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

O convite para uma festa diferente. – Comentário de de Ana Maria Casarotti. Excelente!




“Jesus voltou a falar em parábolas aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo. Ele dizia: «O Reino do Céu é como um rei que preparou a festa de casamento do seu filho. E mandou seus empregados chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram ir.” (Mt 22,1-3)

Hoje, para quem estiver interessado em entender melhor o texto bíblico Mt 22- 1-14 (Jesus compara o Reino do Céu com um banquete de casamento, para o qual todos estão convidados), trago para o blog Indagações-Zapytania duas reflexões.

A primeira é Convite, do padre e teólogo José Antonio Pagola, que já foi publicada também neste espaço (em Outubro de 2014) e pode ser lida acessando o link: Convite.

E a outra, O convite para uma festa diferente, muito interessante, segue abaixo. É de autoria de Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado. O texto foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos.

Vale a pena ler e refletir!
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IHU – ADITAL
12 Outubro 2017.

Leitura do Evangelho segundo Mateus Mt 22,1-14. (Correspondente ao 28° Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico).
O comentário é de Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado.

O convite para uma festa diferente

Uma vez mais, Jesus se dirige por “parábolas aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo”. Na sua fala Jesus compara o Reino do Céu com uma festa de casamento, com um banquete.

Como acontece ainda hoje, ser convidados para uma Festa, e ainda mais um grupo de pessoas simples, que foram encontradas pelos caminhos, é um grande convite quase impensável! Eles e elas foram escolhidos para participar desse momento tão significativo.

Uma festa de casamento envolve comida e bebida abundante, presença da família e amigos. As pessoas tentam colocar as melhores roupas que possuem, e assim arrumar tudo o que é necessário para participar de uma forma digna.

Desta forma Jesus está comunicando-nos que o Reino de Deus é uma celebração de amor, uma aliança que se consolida e se projeta com esperança ao futuro, onde está presente a família, os amigos e amigas. É uma aliança de Deus com os homens e mulheres e deles entre si.

Há um estilo de vida que fica para trás, para iniciar uma nova experiência de uma vida onde ninguém fica fora, todos são convidados. O futuro impulsiona este movimento de amor que renova cada integrante da humanidade.

A lei que rege é o amor, a vida, todos e todas são iguais e convidados a viver numa liberdade nova. Jesus disse aos empregados que no convite digam que o banquete já está preparado: ‘eu já preparei o banquete, os bois e animais gordos já foram abatidos, e tudo está pronto. Que venham para a festa’ (22,4).



Não há limite de convidados, ninguém fica excluído.


Quais seriam os sentimentos de Jesus ao pronunciar estas palavras? Sem dúvida uma grande alegria, mas também uma grande dor ao reconhecer que há alguns que rejeitam esse convite preparado com tanto carinho pelo seu Pai. Jesus sabia que cada pessoa tem liberdade para escolher aquilo que deseja.

Em várias oportunidades ele se dirige aos sacerdotes e anciãos do povo através de parábolas como uma tentativa de oferecer sua mensagem, o tesouro que há escondido nas suas palavras, mas eles são surdos a sua voz e cegos às transformações que estão acontecendo ao redor.

Eles “não quiseram ir” e desacolhem o convite para a Festa do casamento de seu Filho. Mas o Rei, Deus Pai, não abandona a tentativa de convidá-los, e procura uma nova forma para invitá-los a participar da grande Festa de seu Filho.

Contudo eles não querem escutar e agem até violentamente! “Mas os convidados não deram a menor atenção; um foi para o seu campo, outro foi fazer os seus negócios, e outros agarraram os empregados, bateram neles, e os mataram.” Pessoas ingratas diante de tanta generosidade e gratuidade! Por que acontece assim?

É um convite pessoal que hoje também chega até cada um e cada uma de nós. Como o recebemos? São palavras que chegam até cada um de nós? Os ouvidos estão abertos para escutar esse apelo para uma grande festa? O convite para entrar na Festa do Reino é pessoal.

Podemos perguntar-nos: Atuamos desde nossa liberdade e gratuidade interior ou respondemos como a multidão, simplesmente porque todos fazem assim, sem critério?

A novidade do Reino tem uma atração pessoal que chega em diferentes momentos e oportunidades de nossa vida. Mas podemos ser cristãos e não “ter tempo para escutá-lo” e ainda menos descobrir a beleza de sua novidade. O trabalho, a família, até as preocupações na paróquia, na comunidade religiosa, e tantas outras coisas aparecem como nomes que justificam o rechaço à novidade do Reino.

Neste momento, ajuda-nos refletir quando escutamos pessoalmente esse convite? Por onde aparece? Temos capacidade para escutá-lo, ou consideramos que já somos membros do Reino e não deixamos tempo para ouvir a voz do Senhor no nosso interior ou através de outras pessoas?

Mas a Festa continua e os empregados continuam chamando as pessoas que estão nos caminhos: “Vão até as encruzilhadas dos caminhos, e convidem para a festa todos os que vocês encontrarem.”

Quem são os que estão nas encruzilhadas dos caminhos? Na época de Jesus eram todos os que eram excluídos do sistema social e religioso, desempregados, doentes, prostitutas, estrangeiros. Os pobres, mas que procuram sair dessa situação e buscam não viver mais sob o jugo da opressão, perseguem uma liberdade profunda. São os que lutam incansavelmente pelos seus direitos e necessidades.

Hoje há milhares de pessoas que no mundo inteiro procuram sair da escravidão e preferem arriscar sua vida e a de sua família, morrendo ao tentar atravessar o mar para sair de situações de marginalização, luta, escravidão.  Mulheres escravas para vender e ser usadas como prostitutas. E assim muitas outras realidades.

Nesta parábola este grupo são os que aceitam o convite! Eles não sabiam todas as normas sociais, culturais e religiosas, mas tinham um grande desejo na procura de outro estilo de vida. Neste grupo toda a humanidade está representada. Ninguém fica excluído, porque o convite do Reino é para todos e todas por igual.

Na sua pobreza, recebem o convite para participar da festa do rei, para iniciar uma nova vida mais digna, mais justa, mais fraterna, e aceitam! Na Festa do Reino entram todos, no coração do Pai ninguém fica excluído, toda pessoa tem direito a participar!

Pai convida cada ser humano para sua Festa e oferece-lhe um novo estilo de vida para ser revestido de seus sentimentos e do seu projeto de vida e assim participar da Festa. É tudo de graça, mas é necessário aceitá-lo e deixar-nos renovar pelo seu Espírito para acolher um novo estilo de vida.

Como disse São Paulo“Revistam-se do homem novo, criado segundo Deus na justiça e na santidade que vem da verdade. Abandonem a mentira: cada um diga a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros. [..] Quem roubava, não roube mais; ao contrário, ocupe-se trabalhando com as próprias mãos em algo útil, e tenhaassim o que repartir com os pobres.” (Ef 4,24.28)

Diante do convite gratuito de Deus para participar de seu Reino, qual é a minha resposta?


Oração

Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!

Ajudai-nos a construir um país justo e fraterno.
Que todos estejamos atentos
às necessidades das pessoas mais fragilizadas e indefesas!
Que o diálogo e o respeito vençam o ódio e os conflitos!
Que as barreiras sejam superadas por meio do encontro e da reconciliação!
Que a política esteja, de fato,
a serviço da pessoa e da sociedade
e não dos interesses pessoais, partidários e de grupos.

Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!

Neste ano em que celebramos os 300 anos
do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida,
queremos seguir o exemplo de Maria,
permanecendo unidos a Jesus Cristo,
que convosco vive, na unidade do Espírito Santo.
Amém!




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