"Portanto,
eu digo que o Reino de Deus será tirado de vocês e será dado a um povo que dê
os frutos do Reino.” (Mt 21,43)
A primeira é do padre e
teólogo José Antonio Pagola, que já foi publicada neste espaço no ano 2014 e
pode ser acessada no link:
E a outra, muito interessante, segue abaixo. É o
comentário de Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado, publicado no site do Instituto
Humanitas Unisinos.
Vale a pena ler e
refletir!
WCejnog
IHU-Adital
06 Outubro 2017.
Leitura do Evangelho segundo Mateus
21,33-43. (Correspondente ao 27° Domingo do Tempo Comum, ciclo A
do Ano Litúrgico).
O comentário é de Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo
Ressuscitado.
Um patrão
diferente!
Jesus conta uma
nova parábola, dirigida especialmente aos chefes dos sacerdotes e doutores da
Lei e aos anciãos do povo. Eram os que “tinham ficado indignados quando
viram as maravilhas que Jesus fazia” porque tinha curado os cegos e os
aleijados que foram à sua procura!
Para este grupo, que se considerava
com autoridade e direito de controlar e levar adiante o fiel e intransigente
cumprimento da Lei de Deus na vida do povo, esta pessoa (Jesus) não podia vir
de Deus. Conforme seus critérios, ele continuamente desrespeitava e
até ultrajava a Lei de Deus, sua ortodoxia e seu cumprimento, de
que eles cuidavam tão rigidamente.
Vários textos no Antigo Testamento
identificam a casa de Israel com uma vinha. No profeta Isaías ou
também em Oseias, lemos o relato de que dava fruto abundante: “Israel era
uma parreira exuberante que produzia uvas com fartura”. (Os 10,1)
Nesta passagem há uma vinha muito
querida que o proprietário arrenda para que alguns agricultores cuidem dela e
assim ela produza muito fruto. Ele sente carinho pela sua vinha, e seu desejo é
que esteja bem cuidada. Não lhe é indiferente. Investe na vinha, pois constrói
uma torre, procura agricultores para cuidar dela e, assim, espera que a
colheita de seus frutos seja abundante. Mas quando os empregados chegam para
recolher os frutos, os agricultores os agarram, batem num, matam outro e
apedrejam o terceiro.
O dono da vinha aparece
como uma pessoa muito especial. Ele tem uma grande perseverança na busca dos
frutos de sua vinha e no envio de pessoas que os recolham.
Imaginemo-lo não só preocupado, mas
com um grande amor. Deixemos que esta sensibilidade e amor ecoem no nosso
interior. É um amor que excede a lógica. Ele poderia ter retirado da sua vinha
os malvados e os agressores de seus empregados antes de enviar para lá seu
filho querido.
Sua insistência no desejo de enviar
novos empregados pode parecer sem coerência ou sem discernimento do que havia
acontecido. Mas Jesus está ensinando que há um amor que não
tem limite, que excede toda razão. Deus é um mistério insondável
do amor misericordioso. Ele não se esquece dos seres humanos, pelo
contrário, está muito perto, ao seu lado continuamente. Seu amor excede tudo
aquilo que se espera.
E assim é este patrão com
sua vinha. Ele se preocupa, envia servidores, deseja recolher os frutos dessa
vinha que foi especialmente plantada e cuidada. Mas ele colhe o contrário:
agricultores infiéis, que só oprimem seus enviados.
Jesus está falando aos sacerdotes e aos anciãos do
povo como, ao longo da história de Israel, eles rejeitaram os profetas e não
escutaram suas palavras. Suas pregações
incomodavam e chamavam a uma mudança na sua vida.
Mas, hoje, podemos meditar sobre qual
é aquela pequena vinha que o Senhor nos confiou pessoal ou comunitariamente?
Neste mundo em que estamos envolvidos,
com suas grandes diferenças sociais, estou contribuindo para que a vinha do
Senhor produza um fruto de justiça e igualdade? Minha vida está caracterizada
por uma oferta sem limites, tentando fazer com que a paz reine ao redor, e não
a vingança, o aproveitamento do outro e de sua condição social e cultural?
O amor de Deus se expressa na medida
do amor ao próximo. Como disse a Primeira Carta de
João: “Amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus. E todo
aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a
Deus, porque Deus é amor” (1Jo 4,7-8).
O sentido profundo da vinha se dá na medida em que
ela produz frutos abundantes. Ela não vai produzir nada se os agricultores só
estiverem preocupados em tê-la como propriedade sua!
Ao longo da história, houve
muitíssimas pessoas que, em razão da sua busca de igualdade, da defesa dos mais
pobres, de suas incessantes denúncias dos sistemas opressores, de seus
protestos contra um mundo que está sangrando, foram torturadas e assassinadas.
No século XX e neste século, muitas
pessoas enviadas por Deus sofreram a rejeição dos chefes do
mundo, aqueles que se consideram os donos do mundo.
“A misericórdia de Deus sobre
nós está associada à nossa misericórdia com o próximo. Quando esta não encontra
espaço em nosso coração fechado. Se eu não abro a porta de meu coração ao
pobre, estou perdido!” Disponível em Francisco, contundente: “Ignorar os pobres é desprezar a
Deus”.
Somos convidados hoje a imitar esse amor
do Pai e dos que foram enviados e que se mantiveram fiéis à vinha que
lhes foi confiada.
Oração
A felicidade vem da
partilha (Salmo 118)
Feliz
quem teme a Javé
e
anda em seus caminhos!
Você comerá do trabalho de suas próprias mãos,
Você comerá do trabalho de suas próprias mãos,
tranquilo
e feliz.
Sua esposa será como vinha fecunda,
Sua esposa será como vinha fecunda,
na intimidade do seu lar.
Seus filhos, rebentos de oliveira,
Seus filhos, rebentos de oliveira,
ao
redor de sua mesa.
Essa é a bênção para o homem que teme a Javé.
Que Javé abençoe você desde Sião,
e você veja a prosperidade de Jerusalém
Essa é a bênção para o homem que teme a Javé.
Que Javé abençoe você desde Sião,
e você veja a prosperidade de Jerusalém
todos os dias de sua vida.
Que você veja os filhos de seus filhos.
Que você veja os filhos de seus filhos.
Paz sobre Israel!
Fonte: IHU - Comentário do Evangelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário