Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

O “tempero” mais usado por brasileiros que pode matar a sua família. – Artigo de Daniel Boa Nova. É importante saber!



O artigo Conheça  o “tempero”  mais usado por brasileiros que pode matar a sua família, do Daniel Boa Nova, redator, é  muito esclarecedor e útil para servir de alerta para toda a sociedade brasileira.       O assunto é muito sério.  Em jogo está a  ameaça muito séria para a saúde de todos os cidadãos.   É urgente!

O texto foi publicado no site Hypeness/Página do MST, no mês de abril (2015), e também, posteriormente, no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler, refletir e tirar as necessárias conclusões.        
WCejnóg          



Ihu - Notícias
Quarta, 08 de abril de 2015

Conheça  o “tempero”  mais usado por brasileiros que pode matar a sua família.

"Agrotóxicos não são uma necessidade inevitável. É possível levar comida para cada mesa brasileira sem agredir o meio ambiente e nem causar danos à saúde dos trabalhadores rurais e de nós mesmos. Ar puro, águas limpas, terras férteis e alimentos de qualidade", escreve Daniel Boa Nova, redator, em artigo publicado pelo sítio Hypeness / Página do MST, 06-04-2015.


Eis o artigo.

Imagine que um amigo convida você para almoçar na casa dele. Na mais saudável das intenções, a proposta é um menu leve. Digamos que uma salada de entrada e batatas recheadas no prato principal. Você possivelmente toparia o convite, não? E se ele dissesse que usaria veneno no tempero?

É isso que acontece na casa de uma pessoa qualquer como eu, você e esse amigo fictício. E também nos restaurantes de esquina, buffets por quilo e praças de alimentação. Pode lavar as folhas, deixar a cenoura no vinagre e esfregar cada pepino com bucha. Se na lavoura eles receberam agrotóxicos, ainda estarão contaminados. Quem diz isso não é o Hypeness, é a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Se todos os defensivos agrícolas utilizados por ano em nosso país fossem divididos pela população, daria um galão de 5,2 litros para cada brasileiro. Vai um aí na janta?

Foi no pós-Guerra que o uso de agrotóxicos passou a ser disseminado, com o crescimento exponencial da agricultura industrial. A chamada Revolução Verde levou uma série de inovações ao campo para aumentar a produção agrícola. Entre elas, a substituição da mão-de-obra humana pela mecanizada, o advento de sementes geneticamente modificadas e o uso de adubos químicos e venenos para pragas. O objetivo declarado até poderia ser nobre: combater a fome. Porém, cinquenta anos depois, além dos impactos sociais causados pelo êxodo rural, as consequências para o meio ambiente e para a saúde das pessoas evidenciam que esse modo de produzir pautado apenas na quantidade e não na qualidade está ultrapassado.

No ano passado, a Embrapa deixou disponível na internet um estudo realizado por seus pesquisadores entre os anos de 1992 e 2011. O objetivo do levantamento era traçar um panorama sobre a contaminação ambiental causada pelos agrotóxicos no Brasil. E o cenário é assustador: em todas as regiões do país são encontradas amostras de resíduos tóxicos em concentrações acima do recomendável, seja nas plantações, no solo, nas águas ou nos peixes. Isso porque não foram avaliados os impactos sobre a carne, ovos e leite, que indiretamente também trazem agrotóxicos para a mesa.

Muito se fala sobre como o Brasil disputa a liderança no mercado mundial de soja. O que não se fala tanto é sobre como essa cultura lidera o uso de defensivos agrícolas no país. Um bastante aplicado para limpar terrenos antes do cultivo é o herbicida 2,4-D. Trata-se de um dos componentes do agente laranja, utilizado pelos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. O herbicida é proibido em países como a Suécia, a Noruega, a Dinamarca, em vários estados do Canadá e os Estados Unidos vêm discutindo o seu banimento também. Aqui é liberado. E ele é apenas um.

Em nosso país temos mais de 400 tipos de agrotóxicos registrados. Entre eles, pelo menos 14 venenos proibidos no resto do mundo acabam sendo desovados por aqui e têm permissão para o comércio. Na União Europeia e Estados Unidos, são considerados lixos tóxicos. No Brasil manuseamos, respiramos, bebemos e comemos. Alguns a gente até proíbe, mas a venda e o uso ilegal correm soltos pelo campo frente a uma fiscalização falha. E, das substâncias permitidas, em inúmeros casos são aplicadas quantidades acima dos limites aceitáveis. Até porque há um mito entre produtores rurais de que, quanto maiores as doses, mais tempo a lavoura fica livre de pragas. Mas parece que esse controle se tornou ele próprio a maior praga. Porque os impactos na saúde pública são evidentes.

A cada 90 minutos, um brasileiro é envenenado em decorrência do uso de agrotóxicos no país. E isso são apenas os casos notificados ao sistema de saúde. É uma epidemia de intoxicações agudas, com direito a dores de cabeça, vômitos, infecção urinária, alergias. O uso de agrotóxicos é uma prática tão deliberada, inconsequente e sem controle que chegamos ao absurdo de episódios como esse, onde um avião simplesmente despejou sua carga do inseticida engeo pleno em cima de uma escola, hospitalizando funcionários e dezenas de crianças. Aliás, a prática da pulverização aérea foi proibida pela União Europeia lá em 2009, dada sua baixa eficiência e riscos ambientais. Por aqui, apesar da pressão dos movimentos sociais, a discussão sobre proibição da pulverização aérea está nesse nível aqui.

Ainda sobre os impactos que o uso massivo de agrotóxicos têm sobre a saúde, eles vão além do mal estar. Especialistas apontam uma relação direta entre o acúmulo de agrotóxicos no organismo e o desenvolvimento de câncer de mama, fígado e testículos. Uma contradição quando se pensa que o consumo de frutas e legumes é exatamente uma das atividades saudáveis recomendadas para ajudar a prevenir o surgimento de tumores malignos. Há pouco tempo, uma pesquisa realizada no município de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, mostrou que havia resíduos de agrotóxicos no leite materno de todas as mulheres examinadas. Todas, 100%. A mesma cidade é apontada como ícone do desenvolvimento trazido pelo agronegócio, como mostrou essa reportagem que foi à TV.

Agora, nem eu e nem você somos obrigados a ingerir produtos contaminados por agrotóxicos. A alternativa está bem ao nosso alcance: optar pelo consumo de alimentos provenientes da agricultura orgânica. Além de serem isentos de adubos químicos e venenos para pragas, eles também não contêm remédios veterinários, hormônios e organismos geneticamente modificados. Quando se trata de alimentos orgânicos processados, nada de corantes, aromatizantes e conservantes sintéticos. É um modo de produzir que respeita os ciclos da natureza e estabelece formatos de trabalho colaborativos, valorizando a qualidade de vida de quem produz, de quem vende e de todos que consumimos.

Muito se diz sobre os alimentos orgânicos serem mais caros do que os demais. É uma meia-verdade. Nos supermercados e mesmo nos sacolões, talvez possa ser. Até porque ainda não temos por aqui um varejista como o Whole Foods Market, que desde os anos 80 vende somente comida orgânica. A rede começou com apenas 19 pessoas trabalhando, e hoje já são mais de 50 mil colaboradores em suas lojas pelos Estados Unidos, Canadá e Inglaterra. Com seu capital aberto, a empresa é uma prova de que a agricultura orgânica não é inimiga do business. Um exemplo de como é possível vender com escala e obter lucros sem ser nocivo ao meio ambiente e às pessoas.

Olhando para a nossa realidade, a maneira mais fácil de encontrar orgânicos a preços acessíveis é comprando direto do produtor. E com isso não estamos dizendo que é preciso fazer uma viagem à roça cada vez que a geladeira esvaziar. Hoje já são mais de 300 feiras orgânicas espalhadas pelo Brasil, onde é possível encontrar de tudo a preços justos e sem riscos à saúde. Fizemos até uma matéria mostrando algumas. Uma simples busca por “orgânicos” no Google ou Facebook também traz vários resultados de produtores vendendo os mais diversos insumos, alguns provavelmente localizados perto de você.

Outras iniciativas que devem ser apoiadas e multiplicadas são as dos hortões urbanos. Que, além de gerarem alimentos saudáveis, também contribuem para o cinza das cidades se tornar mais verde. Recentemente visitamos um incrível no meio de São Paulo. Aliás, também podemos cultivar alimentos em nossas próprias residências. Dentro de casa ninguém vai jogar agrotóxico, concorda? Hortaliças e temperos são alguns exemplos do que pode ser plantado facilmente em pequenos vasos para suprir a demanda doméstica. Quem sabe fazendo isso você não toma gosto pela coisa e chega ao nível dessa família norte-americana, que a 15 minutos do centro de Los Angeles produz toneladas de alimentos orgânicos no próprio quintal.

O cultivo de orgânicos dentro de cooperativas familiares poderia suprir a todos com alimentos de qualidade a preços justos. Seria uma questão de organizar a produção e o escoamento de forma mais descentralizada. Tanto que a própria ONU incentiva o desenvolvimento dessas práticas. Mas, no Brasil, de um lado estão os grandes interesses econômicos do agronegócio e, do outro, as questões ambientais e de saúde pública. Evidências científicas alarmantes nem sempre são decisivas frente à contribuição que certos grupos dão ao nosso PIB. Apesar de algumas iniciativas localizadas do poder público serem muito bem-vindas, esperar que o governo solucione todo esse embate pode ser esperar tempo demais.

Claro que para haver mudanças é importante atuar politicamente em relação ao tema, cobrando dos 3 poderes as medidas que queremos, fazendo petições, organizando protestos e não votando nos representantes que vão contra nossos valores. Entretanto, de forma bem pragmática, podemos no dia a dia tomar decisões que pressionem os grupos econômicos a mudarem de rota. Quanto mais gente consumindo orgânicos, mais mau negócio o uso de agrotóxicos se torna. Só que para isso é preciso uma postura mais pró-ativa e crítica na hora de ir às compras. Não basta chegar no local mais próximo e pegar o item mais barato possível, achando que com uma lavadinha vai ficar tudo bem. Temos que ser sinceros com nós mesmos para ter uma vida com mais qualidade.

Agrotóxicos não são uma necessidade inevitável. É possível levar comida para cada mesa brasileira sem agredir o meio ambiente e nem causar danos à saúde dos trabalhadores rurais e de nós mesmos. Ar puro, águas limpas, terras férteis e alimentos de qualidade. A gente tem direito a tudo isso.

E esse é um dos motivos pelos quais apostamos na ideia de que o futuro é mesmo um retorno ao campo. Não da forma como nossas gerações passadas fizeram. O futuro é poder unir tecnologia com natureza e usufruir dos dois com equilíbrio. Muita gente já decidiu largar a cidade em busca de mais qualidade de vida, mas se esse não for um sonho seu, não é preciso ser tão radical. Basta se reaproximar da natureza reativando hábitos sábios que nossos antepassados deixaram: plantar, para comer bem.

Uma varanda num apartamento já é espaço suficiente para produzir alguns alimentos básicos para uma família e evitar servir veneno como acompanhamento das refeições para as pessoas que ama. Vendo desse ponto de vista, qual o trabalho de regar alguns vazinhos todos os dias?

Fonte:IHU - Notícias



domingo, 29 de novembro de 2015

Bądźcie zawsze czujni. - Refleksja na czasie. Autor José Antonio Pagola.



"Czuwajcie więc i módlcie się w każdym czasie, abyście mogli uniknąć tego wszystkiego, co ma nastąpić, i stanąć przed Synem Człowieczym”.  (Łk 21,36)

José Antonio Pagola jest autorem  bardzo konkretnych i aktualnych refleksji i komentarzy biblijnych, które moga służyć wielką pomocą i oparciem dla katolików, jak również   dla wszystkich chrześcijan dzisiejszych czasów.
Jest on hiszpańskim katolickim księdzem i teologiem.

Poniżej, jedna z jego refleksji, krótka, ale bardzo aktualna, której tłem jest biblijny tekst  Łk 21, 25-28; 34-36  (Konieczność czuwania). 

Tekst został opublikowany na internetowej stronie Instytutu Unisinos Humanitas (IHU).

Warto przeczytać i zastanowić się nad jego treścią.
WCejnóg


(Tłumaczenie z Języka portugalskiego)



Refleksja

Apokaliptyczne wypowiedzi zebrane w Ewangeliach odzwierciedlają obawy i niepewność pierwotnych wspólnot chrześcijańskich, delikatnych i wrażliwych, które znajdowały się w środku rozległego Imperium Rzymskiego. Wspólnoty te stawiały   czoła wielu konfliktom i prześladowaniom, nie mając pewności co do przyszłości i nie wiedząc, kiedy przyjdzie Jezus, ich ukochany Pan.

Także treść tych wypowiedzi stanowią, w dużej części, upomnienia, jakie ci pierwsi chrześcijanie kierowali jedni do drugich, przypominając to co mówił Jezus. To nawoływanie aby żyć w czujności, dbając o modlitwę i umacniając zaufanie - są cechą oryginalną Jego Ewangelii i Jego modlitwy.

Otóż, słowa jakie dzisiaj słyszymy, choć minęły wieki, nie są skierowane do innych odbiorców. Są nawoływaniem, które ma dotrzeć do nas, żyjących w Kościele Jezusa pośród trudności i niepewności naszych czasów.

Dzisiejszy Kościół czasem posuwa się naprzód tak jak stara kobieta "przygarbiona" ciężarem wieków, minionymi zmaganiami i pracą. "Z głową spuszczoną w dół", świadoma swoich błędów i grzechów, nie mogąc z dumą pokazać chwały i mocy minionych czasów.


Dzisiaj nastała sposobna chwila, aby usłyszeć wołanie, jakie Jezus kieruje do  nas wszystkich. "Wstańcie", dodawajcie otuchy jedni drugim. "Podnieście głowy" z ufnością. Nie patrzcie w przyszłość opierając się jedynie na waszych rachunkach i prognozach. "Nadchodzi wasze wyzwolenie". Pewnego dnia już nie będziecie żyli przygarbieni, uciśnieni ani kuszeni przez rozpacz. 
Jezus Chrystus jest waszym Wybawicielem.


Jednakże istnieją też takie sposoby życia, które wielu osobom uniemożliwiają kroczenie przez życie  z podniesioną głową, do końca ufając, że przecież nadejdzie pełne wyzwolenie. Dlatego też, "uważajcie, żeby nie otępiały wasze umysły". Nie gódzcie się na to, aby  żyć z nieczułym i stwardniałym sercem, oglądając się tylko za tym, żeby żyć w dobrobycie, przyjemnościach i  zadowoleniu, odwracając się   plecami do Ojca Niebieskiego i do Jego dzieci, które cierpią na ziemi.  Taki styl życia uczyni, że będziecie stawać się coraz mniej ludzkimi.

"Bądźcie zawsze czujni".  Rozbudźcie wiarę w waszych wspólnotach. Bądźcie bardziej wrażliwi na moją Ewangelię. Bardziej doceniajcie moją obecność wśród was. Nie bądźcie wspólnotami ospałymi. Żyjcie "modląc się o siłę".

Bo przecież jak będziemy podążać śladami Jezusa, jeżeli Ojciec nas nie wspiera?

Jak będziemy w stanie "stanąć przed Synem Człowieczym"?

Źródło: IHU - Notícias


sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Estejam sempre despertos. – Reflaxão de José antonio Pagola. Bem atual!



Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem.” (Lc 21,36)

Abaixo, uma excelente reflexão, curta mas  muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 21, 25-28; 34-36 (A necessidade de vigiar). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Muito atual. Vale a pena ler e refletir!

WCejnog


IHU - Notícias

Sexta, 27 de novembro de 2015

Estejam sempre despertos

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Lucas 21.25-28.34-36 que corresponde ao Primeiro Domingo do Tempo Advento, ciclo C do Ano Litúrgico.
O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 


Eis o texto

Os discursos apocalípticos recolhidos nos evangelhos refletem os medos e a incerteza daquelas  primeiras comunidades cristãs, frágeis e vulneráveis, que viviam no meio do vasto Império romano, entre conflitos e perseguições, com um futuro incerto, sem saber quando chegaria Jesus, o seu amado Senhor.

Também as exortações desses discursos representam, em boa parte, as exortações que faziam uns aos outros aqueles cristãos recordando a mensagem de Jesus. Essa chamada a viver despertos cuidando da oração e da confiança são um traço original e característico do seu Evangelho e da sua oração.

Por isso, as palavras que escutamos hoje, depois de muitos séculos, não estão dirigidas a outros destinatários. São chamadas que temos que escutar os que vivemos agora na Igreja de Jesus no meio das dificuldades e incertezas destes tempos.

A Igreja atual marcha por vezes como uma anciã «curvada» pelo peso dos séculos, as lutas e trabalhos do passado. «Com a cabeça baixa», consciente dos seus erros e pecados, sem poder mostrar com orgulho a glória e o poder de outros tempos.

Este é o momento de escutar a chamada que Jesus nos faz a todos.
«Levantai-vos», animai-vos uns aos outros.  «Erguei a cabeça» com confiança. Não olheis o futuro apenas a partir dos vossos cálculos e previsões. «Aproxima-se a vossa libertação». Um dia já não vivereis encurvados, oprimidos nem tentados pelo desalento. Jesus Cristo é o vosso Libertador.

Mas há formas de viver que impedem a muitos caminhar com a cabeça levantada confiando nessa libertação definitiva. Por isso, «tende cuidado de que não se entorpeça a mente». Não vos acostumeis a viver com um coração insensível e endurecido, procurando levar a vossa vida de bem-estar e prazer, de costas ao Pai do Céu e aos Seus filhos que sofrem na terra. Esse estilo de vida vos fará cada vez menos humanos.

«Estejam sempre despertos». Despertem a fé nas vossas comunidades. Estejam mais atentos ao meu Evangelho. Cuidai melhor da minha presença no meio de vós. Não sejam comunidades adormecidas. Vivam «pedindo força».

Como seguiremos os passos de Jesus se o Pai não nos sustenta?

Como poderemos «manter-nos em pé ante o Filho do Homem»?




terça-feira, 24 de novembro de 2015

Pela rejeição da PEC 215: mais um passo. – Artigo de Egon Heck. É importante saber!



Trago para o blog Indagações-Zapytania mais um artigo sobre a questão indígena no Brasil. É de autoria de Egon Heck.
Com certeza, é muito importante hoje dar mais destaque às vozes que se erguem em defesa dos direitos dos indígenas. Acho que toda a sociedade brsileira deve saber da gravidade da atual situação em que se encontram muitos grupos indígenas e das ameaças que pairam sobre o futuro desses povos no Brasil. A eventual aprovação da PEC 215  pelo Congresso brasileiro, na prática vai significar dar um respaldo legal para a continuação do genocídio sofrido por indígenas durante os últimos cinco séculos.

A matéria foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU), dia 13 de novembro (2015).

Vale a  pena  ler!

WCejnóg

IHU - Notícias
Sexta, 13 de novembro de 2015

Pela rejeição da PEC 215: mais um passo

“Enquanto o país amarga as irresponsabilidades na mineração, com a catástrofe na região de MarianaMG, os ruralistas estão a todo vapor e a qualquer custo querendo abrir as terras indígenas à mineração, dentre outras explorações de recursos naturais. Enquanto o país sofre com as secas e criação de imensas regiões desérticas no nordeste, com falta de abastecimento de águas em várias cidades e regiões o cego e surdo avanço do capital e do agronegócio quer romper todas as barreiras à sua insaciável ganância. Com os povos indígenas estamos na resistência”, escreve Egon Heck, do secretariado nacional do Conselho Indigenista Missionário – CIMI, ao enviar o artigo que publicamos a seguir.



Eis o artigo.

A marcha contra a PEC em Brasília neste dia 11 foi um momento forte de cantos rituais colorindo o quente asfalto. Foram mais de 250 indígenas Pataxó, Kayapó e Xikrin, dentre outros que somaram com dezenas de atividades realizadas em todo o país, repudiando a PEC 215 e todas as tentativas de suprimir direitos indígenas da Constituição. Na carta aberta, entregue a deputados e senadores, afirmam: “Concluímos que a PEC 215/00 é uma proposta de genocídio e destruição dos territórios dos nossos povos indígenas do Brasil”.



                                              Foto: Laila Menezes




Foi uma semana de intensas conversações e um “corpo a corpo” intenso, nos gabinetes, nos corredores e nas reuniões com os presidentes da Câmara e do Senado, bem como encontros com ministros e representantes de órgãos do governo: “Fechamos estradas para dizer a todos que estamos aqui e não vamos deixar que tirem nossos direitos”.



                                           Foto: Laila Menezes


“Foi muito bom essa semana aqui em Brasília. Nos viram e ouviram. Sentiram o grito pelos nossos direitos e nossas vidas. Viemos desde crianças até anciões, jovens e mulheres, guerreiros e guerreiras. Não viemos brigar, mas conversar. Dizer que nossos direitos tem que ser respeitados. Viemos defender nossos direitos, nossas terras e pedir justiça pela violência contra nossos povos. Não temos medo. Fizemos soar nossos maracás e seguramos com força nossos arcos, flechas e terçados (facões) rituais. Falamos com o corpo e o espírito, com os instrumentos e ferramentas com que lutamos pelas nossas vidas em nossas aldeias”.

Na maioria dos lugares em que estiveram foram recebidos com simpatia e promessas de apoio às suas reivindicações:

No encontro com os ministros da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, e da Advocacia-Geral da União, Luis Inácio Adams, ouviram o compromisso de que o governo iria se empenhar e mobilizar contra a PEC 215. Caso ela for aprovada no Congresso, irão entrar no Supremo Tribunal Federal com ação de inconstitucionalidade.

Estiveram no Ministério da Saúde para manifestar seu repúdio à privatização da Saúde Indígena, através da criação do Instituto Nacional de Saúde Indígena (INSI).

Junto ao Poder Judiciário, acompanharam julgamentos pelo Pleno do STF e visitaram gabinetes dos ministros daSuprema Corte para manifestar suas preocupações e solicitar apoio a seus direitos constitucionais.
A avaliação positiva das lideranças é resultado das ações realizadas durante duas semanas na capital federal, e das inúmeras adesões e apoios conquistados para a garantia de seus direitos.
Apesar do clima de diálogo, algumas estranhezas, como a ordem de fechar os banheiros públicos da Praça dos Três Poderes “por ordem do Governo do Distrito Federal”, conforme alegações de funcionários.

CPI ou palanque

Na instalação da CPI da Funai e do Incra, foi tudo muito rápido, pois o palanque já estava montado. Como diz um ditado popular, quando se quer despistar um objetivo, “se coloca um bode na sala”.


                                                       Foto: Laila Menezes

A estratégia ruralista é conseguir, de qualquer forma, a aprovação da PEC 215. Não é casualidade que se repitam as mesmas estratégias da década de 80, por ocasião do processo Constituinte, quando se tentou impedir a conquista dos direitos indígenas, forjando uma mentirosa campanha e CPI contra o Cimi (1987). Em seguida, para impedir a demarcação das terras indígenas se criou a CPI da Internacionalização da Amazônia. Voltam à cena, indivíduos daquela época com os  mesmos discursos falaciosos e mirabolantes, com o mesmo objetivo: abrir as terras indígenas para a exploração madeireira, mineral, para o latifúndio/ agronegócio, as empreiteiras, hidrelétricas e outras obras desenvolvimentistas. 

Não conseguindo seus intuitos tentaram a revisão constitucional, em 1993, quando todas as terras indígenas deveriam estar demarcadas. Como novamente não lograram êxito, na virada do milênio, em 2000, ingressaram com a PEC 215. Passaram-se 15 anos e os mesmos interesses voltam à carga tentando a aprovação da PEC do genocídio.

Durante o dia de hoje (11 de nov.), as lideranças  Kayapó, Xikrim  estarão fazendo  em Brasília mais um dia de mutirão no Congresso, em visita aos líderes de partidos no Senado e na Câmara, e visitas ao STF. Consideram suas atividades intensas e promissoras: mais um passo contra qualquer retrocesso ou retirada de seus direitos Constitucionais.