”Vigiai, pois, em todo o
tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males
que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem.” (Lc
21,36)
Abaixo, uma excelente reflexão, curta mas muito atual, que tem como pano de fundo o
texto bíblico Lc 21, 25-28;
34-36 (A necessidade de vigiar). É de autoria do padre e teólogo espanhol José
Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Muito atual. Vale a pena ler e refletir!
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IHU
- Notícias
Sexta, 27 de novembro de
2015
Estejam sempre despertos
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Lucas 21.25-28.34-36 que
corresponde ao Primeiro Domingo do Tempo Advento, ciclo C do Ano Litúrgico.
O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta
o texto.
Eis o texto
Os discursos apocalípticos
recolhidos nos evangelhos refletem os medos e a incerteza daquelas primeiras
comunidades cristãs, frágeis e vulneráveis, que viviam no meio do vasto
Império romano, entre conflitos e perseguições, com um futuro incerto, sem
saber quando chegaria Jesus, o seu amado Senhor.
Também as exortações
desses discursos representam, em boa parte, as exortações que faziam uns aos
outros aqueles cristãos recordando a mensagem de Jesus. Essa chamada a viver
despertos cuidando da oração e da confiança são um traço original e
característico do seu Evangelho e da sua oração.
Por isso, as palavras
que escutamos hoje, depois de muitos séculos, não estão dirigidas a outros
destinatários. São chamadas que temos que escutar os que vivemos agora
na Igreja de Jesus no meio das dificuldades e incertezas destes
tempos.
A Igreja atual marcha
por vezes como uma anciã «curvada» pelo peso dos séculos, as
lutas e trabalhos do passado. «Com a cabeça baixa», consciente dos seus erros e
pecados, sem poder mostrar com orgulho a glória e o poder de outros tempos.
Este é o momento de
escutar a chamada que Jesus nos faz a todos.
«Levantai-vos»,
animai-vos uns aos outros. «Erguei a cabeça» com confiança. Não olheis o futuro
apenas a partir dos vossos cálculos e previsões. «Aproxima-se a vossa
libertação». Um dia já não vivereis encurvados, oprimidos nem tentados pelo
desalento. Jesus Cristo é o vosso Libertador.
Mas há formas de viver
que impedem a muitos caminhar com a cabeça levantada confiando nessa libertação
definitiva. Por isso, «tende cuidado de que não se entorpeça a mente». Não
vos acostumeis a viver com um coração insensível e endurecido, procurando levar
a vossa vida de bem-estar e prazer, de costas ao Pai do Céu e aos Seus
filhos que sofrem na terra. Esse estilo de vida vos fará cada vez menos
humanos.
«Estejam sempre
despertos». Despertem a fé nas vossas comunidades. Estejam mais atentos ao meu
Evangelho. Cuidai melhor da minha presença no meio de vós. Não sejam
comunidades adormecidas. Vivam «pedindo força».
Como seguiremos os
passos de Jesus se o Pai não nos sustenta?
Como poderemos
«manter-nos em pé ante o Filho do Homem»?
Fonte: IHU - Notícias
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