Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Contraste. – Reflexão de José Antonio Pagola. Bem atual!



Existem reflexões e/ou comentários bíblicos que realmente ajudam a gente a descobrir e ver claramente a mensagem que Deus incesantemente dirige a humanidade. Encontrando-os, podemos ler e analisá-los. Esta é uma maneira concreta de procurar as respostas certas para muitas indagações que inquietam a nossa vida de cristãos nos dias de hoje. Os textos do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola certamente oferecem-nos uma excelente ocasião para isso.

Hoje, trago para o blog Indagações-Zapytania mais uma reflexão bem curta mas muito concreta e importante, de autoria desse autor. Como pano de fundo  tem o texto bíblico Mc 12, 38-44 (A oferta da pobre viúva).
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e refletir!
WCejnóg


IHU - Notícias
sexta, 06 de novembro de 2015

Contraste

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Marcos 12, 38-44 que corresponde ao 32° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

O contraste entre as duas situações é total. Na primeira, Jesus põe as pessoas em guarda frente aos escribas do templo. A sua religião é falsa: utilizam-na para procurar a sua própria glória e explorar os mais fracos. Não devem admirá-los nem seguir o seu exemplo. Na segunda, Jesus observa o gesto de uma pobre viúva e chama os seus discípulos. Desta mulher podem aprender algo que nunca lhes ensinarão os escribas: uma fé total em Deus e uma generosidade sem limites.

A crítica de Jesus aos escribas é dura. Em vez de orientar o povo em direção a Deus procurando a sua glória, atraem a atenção das pessoas para si mesmos procurando a sua própria honra. Gostam de “passear com amplas vestes” procurando cumprimentos e reverências das pessoas. Na liturgia das sinagogas e nos banquetes procuram “os lugares de honra” e “os primeiros lugares”.

Mas há algo que, sem dúvida, dói a Jesus mais do que este comportamento fátuo e pueril de serem contemplados, saudados e reverenciados. Enquanto aparentam uma piedade profunda nas suas “longas rezas” em público, aproveitam-se do seu prestígio religioso para viver à custa das viúvas, dos seres mais débeis e indefesos de Israel segundo a tradição bíblica. 

Precisamente, uma destas viúvas vai pôr em evidência a religião corrupta destes dirigentes religiosos. O seu gesto passou despercebido a todos, mas não a Jesus. A pobre mulher só deixou na arca das oferendas duas pequenas moedas, mas Jesus chama no imediato seus discípulos, pois dificilmente encontrarão naquele ambiente do templo um coração mais religioso e mais solidário com os necessitados.

Esta viúva não anda à procura de honras nem prestígio algum; atua de forma calada e humilde. Não pensa em explorar ninguém; pelo contrário, dá tudo o que tem porque outros o podem necessitar. Segundo Jesus, deu mais que todos, pois não dá o que lhe sobra, mas “tudo o que tem para viver”.

Não nos equivoquemos. Estas pessoas simples, mas de coração grande e generoso, que sabem amar sem reservas, são o melhor que temos na Igreja. Elas são as que fazem o mundo mais humano, as que creem verdadeiramente em Deus, as que mantêm vivo o Espírito de Jesus no meio das outras atitudes religiosas falsas e interesseiras. Destas pessoas temos de aprender a seguir a Jesus. São as que mais se lhe parecem.
  



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