“Em verdade vos digo: não passará esta geração sem que tudo
isto aconteça. Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não
passarão. A respeito, porém, daquele dia ou daquela hora, ninguém o sabe,
nem os anjos do céu nem mesmo o Filho, mas somente o Pai”. (Mc 13,
30-32)
Hoje, uma reflexão bem curta mas
muito concreta e importante. Como pano de fundo tem o texto bíblico Mc 13, 24-32 (Discurso apocalíptico).
É de autoria do padre e teólogo
espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e refletir!
WCejnóg
IHU - Notícia
Sexta, 13 de novembro de
2015
Convicções cristãs
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Marcos 13,24-32 que
corresponde ao 33° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo
espanhol José Antonio Pagola comenta
o texto.
Eis o texto
Pouco a pouco iam
morrendo os discípulos que tinham conhecido Jesus. Os que
ficavam acreditavam Nele sem o ter visto. Celebravam a sua presença invisível
nas eucaristias, mas quando veriam Seu rosto cheio de vida? Quando se cumpriria
o seu desejo de encontrar-se com Ele para sempre?
Continuavam a recordar
com amor e com fé as palavras de Jesus. Eram seu alimento naqueles tempos
difíceis de perseguição. Mas, quando poderiam comprovar a verdade que
encerravam? Não iriam esquecendo-se pouco a pouco? Passavam os anos e não
chegava o Dia Final tão esperado, que podiam pensar?
O discurso apocalíptico
que encontramos em Marcos quer oferecer algumas convicções que hão de alimentar
sua esperança. Não devemos entendê-lo em sentido literal, mas procurando
descobrir a fé contida nessas imagens e símbolos que hoje nos resulta tão
estranha.
Primeira convicção: A
história apaixonante da Humanidade chegará um dia ao seu fim
O «sol» que assinala a sucessão dos anos apagar-se-á. A «lua» que marca o ritmo dos meses já não brilhará. Não haverá dias e noites, não haverá tempo. Também, «as estrelas cairão do céu», a distância entre o céu e a terra se apagará, já não haverá espaço. Esta vida não é para sempre. Um dia chegará a Vida definitiva, sem espaço nem tempo. Viveremos no Mistério de Deus.
Segunda convicção: Jesus
voltará e seus seguidores poderão ver por fim seu desejado rosto: «verão vir o Filho do Homem»
O sol, a lua e os astros apagar-se-ão, mas o mundo não ficará sem luz. Será Jesus quem iluminará para sempre pondo verdade, justiça e paz na história humana tão escrava hoje de abusos, injustiças e mentiras.
Terceira convicção:
Jesus irá trazer consigo a salvação de Deus
Vem com o poder grande e salvador do Pai. Não se apresenta com aspecto ameaçador. O evangelista evita falar aqui de juízos e condenações. Jesus vem a «reunir seus escolhidos», os que esperam com fé a sua salvação.
Quarta convicção: As
palavras de Jesus «não passarão»
Não perderão a sua força salvadora. Seguirão alimentando a esperança dos seus seguidores e o alento dos pobres. Não caminhamos em direção ao nada e ao vazio. Espera-nos o abraço com Deus.
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