Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Ritos litúrgicos. Para que toda essa pompa? – questionam alguns. Dá para entender?


Como continuação das reflexões sobre os ritos e elementos  litúrgicos católicos  temos  agora algumas colocações para tentar responder às indagações e críticas de muita gente, tanto católicos mas sobretudo não católicos, em relação a necessidade ou não de tantos símbolos, sinais, ostentações de riqueza e pompa nas celebrações litúrgicas católicas. Hoje em dia esta é uma questão importante, porque às vezes torna-se, para algumas pessoas, motivo de  afastamento da Igreja. Como ver isso?

O texto abaixo, de autoria de Ferdinand Krenzer¹ fala sobre isso.  A leitura é fácil.
Não deixe de ler.
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[Para aproveitar melhor a abordagem deste tema,  é aconselhável  ler desde o início todas as postagens que se referem a este assunto (começo no dia 3 de junho de 2012: Corpus Christi. Algumas indagações)].

   

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Para que tanta pompa e barulho nas celebrações litúrgicas?

Algumas pessoas, dentre elas muitos cristãos não católicos, questionam a Igreja Católica em relação aos seus ritos e celebrações. Perguntam:  Por que tanta coisa vistosa nas celebrações litúrgicas: roupas  coloridas,  flores, incenso; para que tanto movimento: levantar, ajoelhar, fazer sinal de cruz...? Isso tudo corresponde aos nossos tempos? Será que essa exuberância nas celebrações não ameaça a verdadeira piedade?  Não é a vontade de Deus que se reze a Ele “no espírito e verdade”?

Realmente, o modo de vida dos católicos inclui o uso dos sinais e, com isso, a sua participação das cerimônias litúrgicas se dá envolvendo todos os sentidos. Não há dúvida que existe aqui o perigo de cair na superficialidade se aquilo  que é externo não for acompanhado pela atuação espiritual; se o que  é visível não expressar aquilo que  é interior e íntimo. Tudo poderia ser,  neste caso, apenas uma fachada, e, então, melhor talvez seria acabar com ela.

Imaginemos, no entanto, uma celebração litúrgica “puramente espiritual”: precisaríamos desistir não só das palavras, músicas, cantos e sinais, mas também do próprio reunir-se dos fiéis num só lugar, porque isso também já seria uma coisa “exterior”.

Chegamos ao ser  humano não somente pela razão, mas mais ainda através dos quadros e sinais. Uma fotografia de uma  criança faminta mexe conosco muito mais do que um grande artigo de várias páginas no jornal, falando da miséria  nos países pobres. A mesma coisa acontece em relação à postura religiosa. Tanto é que o próprio Jesus Cristo levou em consideração essa inclinação humana e estabeleceu  sinais visíveis da fé, como no caso do batismo e da comunhão. Desde o momento em que Deus se fez homem em Jesus Cristo, não devemos mais temer de  incluir também o que é corporal e externo para adorar e louvar a Deus com tudo que temos. E mais: hoje sabemos bem melhor que antes como estão ligados os elementos espiritual com  corporal.

Obviamente, a Igreja carrega também um volume grande de  ritualidade religiosa histórica, devido, em parte, ao pensamento oriental  tão antigo que hoje se tornou quase  incompreensível para nós. É justamente por isso existe a necessidade de uma reforma litúrgica que vise uma verdadeira  reconstrução e atualização da Liturgia.

(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris,  Éditions Du Dialogue, 1981, p. 278-279)²
Continua...
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¹  Ferdinand Krenzer  é um teólogo católico alemão, pastor, aposentado e escritor.

²Obs.: As reflexões do Ferdinand Krenzer fascinam pelo seu jeito simples e direto, e agradam o leitor, ajudando-o a entender melhor o caminho da fé cristã e compreender os temas mais difíceis desta doutrina.
Os textos publicados neste blog são tomados do livro Taka jest nasza wiara, desse autor; uma edição no idioma polonês, do qual faço uma tradução livre (para o português).  O título original: “Morgen wird man wieder Glauben”.

 

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