Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

terça-feira, 26 de junho de 2012

Mais uma reflexão sobre a Eucaristia.


Para completar as reflexões sobre os ritos litúrgicos católicos, e de modo especial sobre o tema da Celebração Eucarística (Missa), apresentadas nas últimas postagens do blog Indagações, considero interessante trazer ainda, para este espaço, o testemunho do Scott Hahn, co-autor do livro de Scott e Kimberly Hahn: “Todos os caminhos vão dar a Roma”.¹
O texto é  muito interessante. Não deixe  de ler.
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O Evangelho segundo São João sobre a Eucaristia:

(...)  Formar a minha própria família fez crescer em mim um anelo de unidade da família de Deus mais profundo do  que nunca. Pelo bem da minha família e da Sua, rezava para que o Senhor me ajudasse a crer, a viver e a ensinar a  Sua Palavra, fosse qual fosse o preço. Queria manter o coração e a mente completamente abertos à Sagrada Escritura e ao Espírito Santo, e a todas as fontes que me levassem a um conhecimento mais profundo da Palavra de Deus.

Entretanto, fora também contratado como formador a tempo parcial num seminário presbiteriano local. O tema da minha primeira aula foi o Evangelho de São João, sobre o qual estava a pregar também uma série de sermões na igreja. No estudo levava uma margem de um par de capítulos de avanço relativamente às aulas. Quando cheguei ao capítulo sexto na preparação tive que dedicar semanas de cuidadosa investigação aos seguintes versículos (Jo 6, 52-68):

“Discutiam entre si os judeus, dizendo: “Como Ele nos pode dar de comer sua carne? Jesus  lhes disse: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes  a carne do Filho do homem nem beberdes  o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come  minha carne e bebe meu sangue, tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia. Minha carne  é verdadeiramente comida e meu sangue é verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe meu sangue, permanece em mim e eu nele. Assim como vive o Pai, que me enviou,  e eu vivo pelo Pai,  assim também quem comer de minha carne  viverá por mim.  Este é o pão que desceu do céu. Não é como o pão que vossos pais comeram e ainda assim morreram. Quem come deste pão, viverá eternamente”. (...) 
Desde então muitos dos discípulos  se retiraram e já não o seguiam.
Jesus perguntou então aos Doze: “Também vós quereis ir?” Respondeu Simão Pedro: “Senhor, para quem iríamos? Tu tens palavras da vida eterna.”

Comecei imediatamente  a pôr em prática o que os meus professores me tinham ensinado – e o que eu próprio andava a pregar à minha congregação – acerca da Eucaristia como um mero símbolo, um símbolo profundo, certamente, mas apenas um símbolo.

Depois de muita oração e de muito estudo, acabei por reconhecer que Jesus não podia estar a falar simbolicamente quando nos convidou a comer a sua carne e a beber o seu sangue. Os judeus que O ouviam não  teriam ficado ofendidos nem escandalizados com um mero símbolo. Aliás, se tivessem interpretado mal Jesus, tomando as suas palavras à letra – quando Ele queria que as palavras fossem tomadas em sentido figurado – teria sido fácil ao Senhor esclarecer esse ponto. Na verdade, já que muitos dos discípulos deixaram de O seguir por causa deste ensinamento (v. 60), teria estado moralmente obrigado a explicar que falava apenas em termos simbólicos.

Mas nunca o fez. Nem nenhum cristão, ao longo de mais de mil anos, negou a Presença Real de Cristo na Eucaristia. Isso estava claríssimo.

Fiz então o que qualquer pastor ou professor de seminário teria feito se queria conservar o seu trabalho: terminei o mais rapidamente que pude a série de sermões sobre o Evangelho de S. João no fim do capítulo cinco, e nas aulas saltei praticamente o capitulo seis.

Embora os meus paroquianos e alunos se fossem entusiasmando com o resto dos meus ensinamentos, foram também percebendo que não correspondiam ao presbiterianismo tradicional e histórico. Mas não lhes podia dizer que o que estavam a ouvir – e que acolhiam com tanto entusiasmo – refletia aspectos da Eucaristia que, de algum modo, a Igreja Católica tinha descoberto e exposto há muito tempo². (...)

E no capítulo final do livro, em forma de Apelo aos católicos, o autor escreve:

(...) O fundamento da vida cristã de um católico devem ser os sacramentos, especialmente a Eucaristia. Não podemos fazer  as  coisas sozinhos. Cristo sabe isso; por isso instituiu os sacramentos, para nos dar a Sua vida e poder divinos. Temos que estar atentos para não participarmos nos sacramentos  de modo inconsciente ou distraído. Não são meios mágicos ou mecânicos para nos fazerem santos sem a nossa fé e esforço pessoal. Um católico não pode estar na Missa como um automóvel que passa pela lavagem automática. As coisas não funcionam assim. A graça não é algo que nos fazem; é sobretudo a vida sobrenatural da Trindade enxertada profundamente nas nossas almas, para que Deus possa fazer a Sua morada em cada um de nós. É a Aliança que estamos chamados a viver como irmãos e irmãs na Família Católica de Deus. Cristo é o alimento das nossas almas; não façamos dieta.³ (...)

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¹Os autores do livro são pastores presbiterianos norte-americanos, que contam sobre a sua conversão ao catolicismo. Eles estudaram a fundo as questões duvidosas  e todos os argumentos  que os seguravam longe da Igreja Católica. O marido se converteu em primeiro lugar. A sua esposa ficou muito desolada, mas, depois de algum tempo, ela também abraçou a fé católica. É um livro muito interessante.

² HAHN Scott e Kimberly. Todos os cominhos vão dar a Roma. Lisboa 2006, Ed. Diel, 6ª ed.  pp. 67-69)

³ Idem.  p.202)


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