Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 8 de setembro de 2012

Jesus Cristo vive e atua também hoje. Como entender isso?



Continua a reflexão sobre a Igreja.  O texto abaixo, de Ferdinand Krenzer¹, fala agora  da presença  de Jesus Cristo no mundo, que se dá de modo especial através da sua Igreja.

Quando se  fala sobre essa presença e atuação de Cristo através da  sua Igreja muitas pessoas não  acreditam nisso; outras não levam a sério esse fato porque deixam-se levar pelos conceitos do relativismo e materialismo.  E têm também aquelas que não sabem se  posicionar frente essa questão, porque nunca tentaram procurar a resposta para a pergunta:  Onde está Jesus Cristo hoje? Para elas, talvez, seja mais cômodo não saber...

Para os cristãos  verdadeiros, que realmente vivem da fé,  a resposta vem da revelação Divina e da fé do ser humano, quando esse no encontro pessoal com Jesus Cristo, professa: “Meu Senhor e meu Deus!”.  Ai, não tem mais lugar para dúvidas...

O importante é estarmos abertos à verdade de Deus, procurando entender a mensagem de Jesus Cristo. Isso dissipará muitas das nossas incertezas.
 WCejnog

Para poder acompanhar com facilidade a reflexão do autor e aproveitar ao máximo as explicações é aconselhável  ler desde o início todos os seus  textos sobre este assunto (começo no dia 03 de agosto de 2012  - http://indagacoes-walenty.blogspot.com.br/2012/08/a-questao-da-igreja-por-que-as-criticas.html)



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Onde está Jesus Cristo hoje?

Jesus Cristo não fundou a Igreja para depois deixá-la a sua própria sorte. Ele não  é fundador de religião como Buda ou Maomé, que colocaram somente os  fundamentos e aos adeptos deixaram a  tarefa de propagação da sua  doutrina. Ao contrário, Jesus Cristo continua presente na sua Igreja: “Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo.”  (Mt 28, 20).

O que quer mostrar com isso? Talvez somente aquilo que alguém às vezes fala: “Estarei com você em meus pensamentos?”, ou “A sua obra continua viva”? Não. Ele expressou algo muito mais e a Bíblia demonstra isso com a imagem: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto, ele o cortará, e podará todo que der fruto, para que produza mais.” (Jo 15, 1-2). O  ramo tem vida somente quando está ligado à videira. Portanto os  fiéis formam junto com Jesus Cristo uma única vida.
São  Paulo mostra isso ainda melhor: fala que todos os batizados formam junto com Cristo, que  é a cabeça,  um corpo:   “[...] assim também nós,  sendo muitos, somos um só corpo em Cristo mas cada membro  está a serviço  dos outros membros”  (Rom 12, 5). Isso quer dizer que ser cristão só é possível quando se é fortemente unido ao Cristo. Também todos os membros estão ligados não  só com Cristo, mas também  entre si, assim que  pode se afirmar: “Em verdade  vos digo, todas as vezes que fizestes a um destes meus irmãos menores, a mim o fizestes.” (Mt 25, 40).  Que solidariedade!  

Por outro lado,  todo membro é importante para o corpo todo. “Como  num só corpo temos muitos membros e cada um de nossos membros  possui diferente função...” (Rom 12, 4). No outro lugar São Paulo chama a Igreja não  só de corpo de Cristo, mas de próprio Cristo: “Já não há judeu nem grego,  nem, escravo nem livre,  nem homem nem mulher,  pois todos vós  sois um em Cristo Jesus” (Gal 3, 28). Jesus Cristo, Ele mesmo, identifica-se com a sua Igreja quando dirige-se ao Saulo – o perseguidor da Igreja: “ ’Saulo, Saulo, por que me persegues?’ Saulo respondeu: ‘Quem és, Senhor?’ E ele:’Eu sou Jesus, a quem persegues’ “ (At 9, 4-5). A perseguição da  Igreja é a perseguição de Cristo. Por isso também Ele pode dizer: “Quem vos ouve, a mim ouve, e quem me rejeita, também rejeita aquele que me enviou” (Lc 10, 16).

Tudo isso  é importante para ser lembrado quando afirmamos que Jesus Cristo continua vivo na sua Igreja. Nós cristãos temos a certeza de que a Igreja de Cristo é a mesma Igreja nos tempos de hoje.

Como  é diferente essa imagem de Igreja de tudo aquilo que enxergam  nela as pessoas que ficam  “do lado de fora”, que vêem nela somente uma organização visível, um fenômeno histórico, um organismo sociológico ou um poder político. Tudo aquilo que elas dizem sobre a Igreja  refere-se apenas a um lado da medalha, mas não se  refere à  sua essência. A Igreja não  é somente um fenômeno simples e puramente terrestre. Nela existe algo do mistério de Cristo. Por isso podemos afirmar que a Igreja não é  somente a intermediária da fé, mas é também o sujeito da fé, quer  dizer, ela mesma também é o mistério da fé.

  (KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris,  Éditions Du Dialogue, 1981, p. 137-138)²
Continua ...
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¹  Krenzer Ferdinand (nascido em 22 de maio de 1921 em Dillenburg, Hesse, 08 de maio de 2012 em Hofheim am Taunus) foi um teólogo católico alemão, sacerdote e escritor na aposentadoria.

² Obs.: As reflexões do Ferdinand Krenzer fascinam pelo seu jeito simples e direto, e agradam o leitor, ajudando-o a entender melhor o caminho da fé cristã e compreender os temas mais difíceis desta doutrina.
Os textos publicados neste blog são tomados do livro Taka jest nasza wiara, desse autor; uma edição no idioma polonês, do qual faço uma tradução livre (para o português).  O título original: “Morgen wird man wieder Glauben”.

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