Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Quem é o maior? - a pergunta de sempre.



 “Se alguém quiser  ser o primeiro, que  seja o último e o servo de todos.” (Mc 9, 35) – são as palavras de Jesus que todos nós conhecemos muito bem... e, parece, continuamos sem entendê-las. Conhecer -  é uma coisa, entender -  é outra, e outra ainda  é  conhecer e entender essas palavras  para  de verdade aceitá-las e viver segundo elas... 
Será que a maioria dos cristãos, hoje, não se comporta como os discípulos de Jesus nesse episódio? O que Jesus explica para os Doze, com tanta paciência, não é para cada um de nós que ele fala?
Sobre isso trata o comentário abaixo,  da Asun Gutiérrez Cabriada, que hoje trago aqui.  É uma reflexão maravilhosa. Para quem quiser fazer uma reflexão sincera , interiorizando a mensagem, aqui tem uma boa oportunidade.  Não deixe de ler. 
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[Os interessados pedem ler esse texto em PPS, acessando o site das Monjas Beneditinas de Montesserrat: http://www.benedictinescat.com/montserrat/imatges/Dom25B12port.pps
   Trabalho muito bonito!]


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Jesus vai dizer o que não pode ser esquecido:
“Quem quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e servo de todos”.
No seu movimento não há que olhar tanto os que ocupam primeiros postos
e têm renome, títulos e honrarias.
Importantes são os que, sem pensar muito no seu prestígio
ou reputação pessoal, se dedicam sem ambição e com total liberdade a servir,
 colaborar e contribuir para o projeto de Jesus.
Não podemos esquecer: o importante não é ficar bem,
mas fazer o bem seguindo Jesus.

José Antonio Pagola.
 
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Evangelho segundo Marcos  9, 30-37.

Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos caminhavam através da Galileia. Não queria que ninguém  o soubesse.  Ensinava os discípulos, dizendo-lhes: “O Filho do homem será entregue às mãos dos homens e eles o matarão; mas  três dias depois de sua morte, ele ressuscitará.”
Os discípulos, porém,  não entendiam estas palavras e tinham medo de lhe perguntar.
Chegaram a Cafarnaum.  Em casa, Jesus lhes perguntou: “O que era que discutíeis  no caminho?” Eles se calaram porque no  caminho tinham discutido quem seria o maior.
Sentando-se, chamou os Doze e lhes disse: “Se alguém quiser  ser o primeiro, que  seja o último e o servo de todos.”
E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles e abraçanddo-a lhes disse “Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe; e quem  me recebe,  não é a mim que recebe, mas  aquele que me enviou.”

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Comentário

O caminho aberto por Jesus

Galileia é o cenário fundamental da atividade de Jesus, berço do Evangelho.  Enquanto caminha para Jerusalém, Jesus repete o ensinamento sobre o seu destino.

Os discípulos nem entendem nem querem perguntar. Guardam silêncio.

Ter medo de perguntar é um mecanismo psicológico que todos temos quando suspeitamos que não vamos gostar e/ou  que  a nossa resposta possa nos comprometer.

O medo supõe falta de confiança e de fé.

Jesus pergunta aos discípulos quando chegam a casa, quando estão mais serenos,  quando se sentem à vontade, no seu lugar.
Jesus faz que, com Ele, nos sintamos como em casa para dialogar e aprofundar,  para refletir, para nos deixarmos interpelar, para orar... 
Qual é a minha resposta quando Jesus me pergunta: de que falas? que discutes?, quais são os teus projetos e os teus anseios?, a que dedicas o teu tempo, a tua energia, a tua ilusão?

Jesus dá-se conta como longe estão os discípulos de entenderem o que Ele lhes dizia.A sua incompreensão manifesta-se na discussão que tiveram  no caminho. Jesus fala de entrega e serviço e eles desejam a ambição, a partilha de poder a que incitava o sistema hierárquico judaico, radicalmente oposto ao seu ensinamento.
Continuam a ser atuais as preocupações: desejos de sobressair, o posto dos seus membros, posse da verdade, privilégios, poder... que começaram nas primeiras comunidades cristãs. Atitudes que, então e agora, são radicalmente opostas à atitude e à mensagem de Jesus.

À pergunta de quem é o mais importante, respondeu-se organizando cargos,  postos, dignidades, ordens, assentos reservados... 
Jesus continua a insistir.  Tornar-se último, aceitar-se último, ser servidor(a) de todos, isso é o primeiro de tudo. É-se grande transforma-se o nosso mundo, não quando se ocupa um posto relevante, mas quando na vida se ajuda e se dá lugar a quem não tem grandeza para os poderosos.
Quem serve os que são “inservíveis” para a sociedade nunca se engana.
O que caracteriza os seguidores de Jesus é ser “o último e o servidor de todos”.  Como Jesus.
Na sociedade e cultura daquele tempo, as crianças eram “nada e ninguém”. Não tinham direitos, eram os últimos, desprezados...
O abraço de Jesus supõe um gesto de amor e de total identificação com elas.
Quem  acolhe, ajuda... a um “insignificante”, recebe-o a Ele. Vai na linha de “a Mim o fizestes”. 
Recomenda-nos que identifiquemos  com o que as crianças representam: confiança, espontaneidade, criatividade, assombro, ternura, fascinação, alegria, abertura à esperança e ao futuro...
As crianças têm uma confiança total e incondicional no seu pai/mãe. Como Jesus.
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O tempo e a ternura



Só a esperança serena
e a carícia do sol
conseguiram com a sua ternura
fazer do botão uma flor.

Obrigado pela tua longa espera
e a tua ternura, meu Deus;

por elas conheci
que és mais forte que eu.

Um coração sem ternura
é como um dia sem sol.
Ternura e misericórdia
são dons teus, Senhor.

María Isabel Pereda

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