Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 12 de abril de 2013

“É o Senhor!” – Uma breve reflexão.



Uma boa e breve reflexão para o tempo pascal.
Foi publicada  no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
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IHU  Notícias

Ao amanhecer

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 21, 1-19, que corresponde ao 3º Domingo de Páscoa, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto


O epílogo do evangelho de João recolhe um relato do encontro de Jesus ressuscitado com Seus discípulos na margem do lago da Galileia. Quando se redige, os cristãos estão vivendo momentos difíceis de prova e perseguição: alguns renegam sua fé. O narrador quer reavivar a fé dos seus leitores.

Aproxima-se a noite e os discípulos saem a pescar. Não estão os doze. O grupo desfez-se ao ser crucificado o seu Mestre. Estão novamente com os barcos e as redes que tinham deixado para seguir Jesus. Tudo terminou. De novo estão a sós.

A pesca resulta num fracasso completo. O narrador realça-o com intensidade: “Saíram e entraram na barca. Mas aquela noite não pescaram nada” (21,3b). Voltam com as redes vazias. Não é esta a experiência de não poucas comunidades cristãs que veem como se debilitam as suas forças e a sua capacidade evangelizadora?

Frequentemente, os nossos esforços no meio de uma sociedade indiferente não obtêm resultados. Também nós constatamos que as nossas redes estão vazias. É fácil a tentação do desalento e do desespero. Como sustentar e reavivar a nossa fé?

Neste contexto de fracasso, o relato diz que “quando amanheceu, Jesus estava na margem” (21, 4a). No entanto, os discípulos não o reconhecem a partir do barco. Talvez seja a distância, talvez a bruma do amanhecer, e sobretudo os seus corações entristecidos que lhes impedem de ver. Jesus fala com eles, mas “os discípulos não sabiam que era Jesus” (21, 4b).

Não é este um dos efeitos mais perniciosos da crise religiosa que estamos sofrendo? Preocupados em sobreviver, constatando cada vez mais a nossa debilidade, não nos é fácil reconhecer entre nós a presença de Jesus ressuscitado, que nos fala a partir do Evangelho e que nos alimenta na celebração da ceia eucarística.

É o discípulo mais querido de Jesus o primeiro que o reconhece: “É o Senhor!” (21,7). Não estão a sós. Tudo pode começar de novo. Tudo pode ser diferente. Com humildade, mas com fé, Pedro reconhecerá o seu pecado e confessará o seu amor sincero a Jesus: “Senhor, Tu sabes que eu te amo” (21, 16b). Os demais discípulos não podem sentir outra coisa.

Em nossos grupos e comunidades cristãs necessitamos de testemunhas de Jesus. Crentes que com a sua vida e a sua palavra nos ajudem a descobrir nestes momentos a presença viva de Jesus no meio da nossa experiência de fracasso e fragilidade. Nós, cristãos, sairemos desta crise acrescentando nossa confiança em Jesus. Hoje não somos capazes de imaginar a Sua força para nos tirar do desalento e da desesperança.


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