Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 6 de abril de 2013

“Não sejas incrédulo, mas homem de fé.” – Uma breve reflexão.



Uma reflexão sobre o episódio muito conhecido do Evangelho segundo João. Jesus  ressuscitado apareceu aos discípulos. Tomé, que não  estava com eles, não  acreditou. A sua dúvida, é a mesma de muitos de nós, que também duvidamos, não acrditamos – porque não vemos... E Jesus, quando  aparece novamente aos discípulos, dentre eles ao Tomé, o que disse? Qual  é a sua atitude em relação aos que não acreditam? – Condena? Adverte? Ou pacientemente espera para abrirmos os nossos olhos e corações ... para vê-l’O?



Para meditar sobre isso, trago aqui, para o blog Indagações uma reflexão publicada o site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Não deixe de ler.

WCejnog

Notícias
Sexta, 05 de abril de 2013
Da dúvida à fé

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 20, 19-31 que corresponde ao II Domingo de Páscoa, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antônio Pagola comenta o texto.

Eis o texto


O homem moderno aprendeu a duvidar. É próprio do espírito dos nossos tempos questionar tudo para progredir em conhecimento científico. Neste clima a fé fica com frequência desacreditada. O ser humano caminha pela vida cheio de incertezas e dúvidas. Por isso, todos nos sintonizamos sem dificuldade com a reação de Tomé, quando os outros discípulos lhe comunicam que, estando ele ausente, tiveram uma experiência surpreendente: "Nós vimos o Senhor". Tomé poderia ser um homem dos nossos dias. A sua resposta é clara: "Se eu não vir... eu não acreditarei" (Jo 20, 25).



A sua atitude é compreensível. Tomé não diz que os seus companheiros estão mentindo ou que estão enganados. Apenas afirma que o seu testemunho não lhe basta para aderir à sua fé. Ele necessita viver a sua própria experiência. E Jesus não o recriminará em nenhum momento.

Tomé pode expressar as suas dúvidas dentro do grupo de discípulos. Ao que parece não se escandalizaram. Não o expulsam para fora do grupo. Tampouco eles acreditaram nas mulheres quando lhes anunciaram que viram Jesus ressuscitado. O episódio de Tomé deixa antever o longo caminho que tiveram que percorrer no pequeno grupo de discípulos até chegar à fé em Cristo ressuscitado.

As comunidades cristãs deveriam ser nos nossos dias um espaço de diálogo onde poderíamos partilhar honestamente as dúvidas, as interrogações e as dos crentes de hoje. Nem todos vivemos no nosso interior a mesma experiência. Para crescer na fé necessitamos do estímulo e o diálogo com outros que partilham a nossa mesma inquietação.

Mas nada pode substituir a experiência de um contato pessoal com Cristo no fundo da própria consciência. Segundo o relato evangélico, aos oito dias apresenta-se de novo Jesus. Não critica a Tomé as suas dúvidas. A sua resistência em acreditar revela a sua honestidade. Jesus mostra-lhe as Suas feridas.

Não são "provas" da ressurreição, mas "sinais" do Seu amor e entrega até à morte. Por isso, o convida a aprofundar as suas dúvidas com confiança: "Não seja incrédulo, mas tenha fé" (Jo 20, 27b). Tomé renuncia a verificar mais nada. Já não sente necessidade de provas. Só sabe que Jesus o ama e o convida a confiar: "Meu Senhor e meu Deus" (Jo 20, 28).

Um dia os cristãos, descobriremos que muitas das nossas dúvidas, vividas de forma sã, sem perder o contato com Jesus e a comunidade, nos pode resgatar de uma fé superficial que se contenta em repetir fórmulas, para estimular-nos a crescer em amor e em confiança em Jesus, esse Mistério de Deus encarnado que constitui o núcleo da nossa fé.

  


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário