Uma
reflexão sobre o episódio muito conhecido do Evangelho segundo João. Jesus ressuscitado apareceu aos discípulos. Tomé,
que não estava com eles, não acreditou. A sua dúvida, é a mesma de muitos
de nós, que também duvidamos, não acrditamos – porque não vemos... E Jesus,
quando aparece novamente aos discípulos,
dentre eles ao Tomé, o que disse? Qual é
a sua atitude em relação aos que não acreditam? – Condena? Adverte? Ou
pacientemente espera para abrirmos
os nossos olhos e corações ... para vê-l’O?
Para
meditar sobre isso, trago aqui, para o blog Indagações uma reflexão publicada o
site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não
deixe de ler.
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Notícias
Sexta, 05 de abril de 2013
Da dúvida à
fé
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o
Evangelho de Jesus Cristo segundo João 20, 19-31 que corresponde ao II
Domingo de Páscoa, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antônio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
O homem moderno aprendeu a duvidar. É próprio do
espírito dos nossos tempos questionar tudo para progredir em conhecimento
científico. Neste clima a fé fica com frequência desacreditada. O ser humano
caminha pela vida cheio de incertezas e dúvidas. Por isso, todos nos
sintonizamos sem dificuldade com a reação de Tomé, quando os outros discípulos
lhe comunicam que, estando ele ausente, tiveram uma experiência surpreendente:
"Nós vimos o Senhor". Tomé poderia ser um homem dos nossos dias.
A sua resposta é clara: "Se eu não vir... eu não acreditarei" (Jo 20,
25).
A sua atitude é compreensível. Tomé não diz que os
seus companheiros estão mentindo ou que estão enganados. Apenas afirma que o
seu testemunho não lhe basta para aderir à sua fé. Ele necessita viver a sua
própria experiência. E Jesus não o recriminará em nenhum momento.
Tomé pode expressar as suas dúvidas dentro do grupo
de discípulos. Ao que parece não se escandalizaram. Não o expulsam para fora do
grupo. Tampouco eles acreditaram nas mulheres quando lhes
anunciaram que viram Jesus ressuscitado. O episódio de Tomé deixa antever o
longo caminho que tiveram que percorrer no pequeno grupo de discípulos até
chegar à fé em Cristo ressuscitado.
As comunidades cristãs deveriam ser nos nossos dias um espaço de diálogo onde poderíamos partilhar honestamente as dúvidas, as interrogações e as dos crentes de hoje. Nem todos vivemos no nosso interior a mesma experiência. Para crescer na fé necessitamos do estímulo e o diálogo com outros que partilham a nossa mesma inquietação.
As comunidades cristãs deveriam ser nos nossos dias um espaço de diálogo onde poderíamos partilhar honestamente as dúvidas, as interrogações e as dos crentes de hoje. Nem todos vivemos no nosso interior a mesma experiência. Para crescer na fé necessitamos do estímulo e o diálogo com outros que partilham a nossa mesma inquietação.
Mas nada pode substituir a experiência de um
contato pessoal com Cristo no fundo da própria consciência. Segundo o relato
evangélico, aos oito dias apresenta-se de novo Jesus. Não critica a Tomé as
suas dúvidas. A sua resistência em acreditar revela a sua honestidade.
Jesus mostra-lhe as Suas feridas.
Não são "provas" da ressurreição, mas
"sinais" do Seu amor e entrega até à morte. Por isso, o convida a
aprofundar as suas dúvidas com confiança: "Não seja incrédulo, mas tenha
fé" (Jo 20, 27b). Tomé renuncia a verificar mais nada. Já não sente
necessidade de provas. Só sabe que Jesus o ama e o convida a confiar: "Meu
Senhor e meu Deus" (Jo 20, 28).
Um dia os cristãos, descobriremos que muitas das
nossas dúvidas, vividas de forma sã, sem perder o contato com Jesus e a
comunidade, nos pode resgatar de uma fé superficial que se contenta em repetir fórmulas, para estimular-nos a crescer em
amor e em confiança em Jesus, esse Mistério de Deus encarnado que constitui o
núcleo da nossa fé.
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