Para refletir sobre a parábola do
rico insensato (Lc 12, 13-21), trago para o blog Indagações mais um cometário
muito bom.
É de autoria de Asun Gutiérrez
Cabriada.
Não
deixe de ler.
WCejnog
[Os
interessados pedem ler esse texto em apresentação de PPS, acessando o site das
Monjas Beneditinas de Montesserrat: http://www.benedictinescat.com/montserrat/imatges/Dom18C13port.pps
Trabalho muito bonito!]
O pão que não usas
é o pão do faminto.
A roupa pendurada no teu guarda-roupa
(e que não usas) é a roupa daquele que está nu.
Os sapatos que não calças
são os sapatos de quem está descalço.
(e que não usas) é a roupa daquele que está nu.
Os sapatos que não calças
são os sapatos de quem está descalço.
O dinheiro que tens guardado é o dinheiro dos pobres.
O bem que deixas de fazer são injustiças que cometes.
(São Basílio)
Comentário
Naquele
tempo, alguém, do meio da multidão,
disse a Jesus: – Mestre, diz a meu irmão
que reparta a herança comigo.
Jesus respondeu-lhe:
– Amigo, quem me fez juiz ou árbitro
Jesus respondeu-lhe:
– Amigo, quem me fez juiz ou árbitro
das vossas partilhas?
Jesus nega-se a
fazer de juiz. Como noutras ocasiões, distancia-se do caso concreto e vai ao
fundo da questão, a atitude que se deve ter frente aos bens materiais.
“O que se necessita não é uma resolução casuística por parte de um mestre, mas a convicção pessoal de que a raiz das desavenças no seio da família e do mundo é a ambição e a cobiça”. (J. Fitzmyer)
“O que se necessita não é uma resolução casuística por parte de um mestre, mas a convicção pessoal de que a raiz das desavenças no seio da família e do mundo é a ambição e a cobiça”. (J. Fitzmyer)
Depois
disse aos presentes:
– Cuidai de guardr-vos de toda cobiça:
– Cuidai de guardr-vos de toda cobiça:
a vida de uma pessoa não depende
da
abundância dos seus bens.
Jesus está convencido, e quer convencer-nos, de que a
felicidade não depende das riquezas materiais, por muitas que se tenham. Previne-nos
perante o desejo de açambarcar, usurpar,
acumular posses e privilégios para nós mesmos sem ter em conta os
outros, porque essa atitude escraviza, degrada, afasta do amor generoso e
gratuito do Pai e quebra a convivência e a solidariedade entre os irmãos.
E
disse-lhes uma parábola:
– O campo dum homem rico tinha produzido
– O campo dum homem rico tinha produzido
excelente
colheita. Ele pensou consigo:
‘Que
hei-de fazer, pois não tenho onde
guardar
a minha colheita? Já sei o que fazer:
vou
derrubar os meus celeiros
para
construir outros maiores,
onde
guardarei todo o meu trigo
e os
meus bens. Então poderei
dizer a
minha alma: tens muitos bens
em depósito para longos anos.
Descansa, come, bebe, regala-te’
Como no caso deste homem rico, o
monólogo interior que mantemos conosco mesmos revela a nossa forma de pensar,
as nossas preocupações, as nossas prioridades, as nossas intenções e interesses
na vida.
Esta pessoa investe num futuro
egoísta, pensa em ter só para ele sem pensar nos outros.
Não teria destoado na nossa
sociedade consumista, onde uma das maiores idolatrias, também entre os
cristãos, é o dinheiro.
Em que valores invisto?
O que é que realmente enriquece
uma pessoa?
Mas Deus
respondeu-lhe:
“Insensato! Esta noite terás de entregar
a tua alma. O que
preparaste, para quem será?”
Assim acontece a quem acumula para si,
em vez de
se tornar rico aos olhos de Deus.
Jesus faz-nos ver a grande
insensatez que supõe preocupar-se, perante tudo e caia quem cair, de encher os
próprios celeiros, acumular, esbanjar, não pôr um travão ao supérfluo, sem ter
em conta as consequências na própria vida nem na dos outros.
Essa atitude é a base da política
econômica e comercial do sistema capitalista. Sistema que provoca a
desigualdade e o domínio de umas pessoas sobre outras, impossibilita a
solidariedade e a justa partilha de bens, faz que os ricos sejam cada vez mais
ricos e os pobres cada vez mais empobrecidos. Essa é a raiz da tremenda
situação de fome e injustiça que há no mundo, radicalmente contrária à
mensagem, ao projeto e à recomendação de Jesus.
Fazer o possível para que mude
essa situação, partilhar e repartir o que somos e temos é participar e
construir o Reino e ser ricos perante Deus.
Envia
a tua luz
Envia a tua luz a esta terra injusta
para que se reparta o pão com o pobre.
para que se reparta o pão com o pobre.
Abre os nossos olhos para ver a verdade.
Abre os nossos ouvidos para ouvir a dor.
Faz que sejamos pessoas de Paz,
que levemos a paz conosco.
que levemos a paz conosco.
Afasta de nós a ânsia de consumir
e ajuda-nos a saber partilhar.
Que dêmos a mão a quem necessita.
Amém.
e ajuda-nos a saber partilhar.
Que dêmos a mão a quem necessita.
Amém.
Juanjo Elezkano
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