“Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu
vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão(...) Virão homens do oriente e do ocidente, do
norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. E assim há muitos que
serão primeiros, e primeiros que serão últimos” (Lc 13, 24. 29-30) – são as palavras de
Jesus.
O fato é que, às vezes, estas palavras nos incomodam e,
talvez, tentamos “adaptá-las ao nosso modo de ver o mundo, ao nosso próprio
jeito de viver a nossa fé nos dias atuais, frequentemente marcado pelo
comodismo, preguiça ou mesmo relativismo.
Como entender, então,
esse “recado” de Jesus, que Ele dirige a todos aqueles, que querem fazer parte do seu rebanho?
Acredito
que vale a pena compartilhar com os outros as coisas boas, e por isso trago para
o blog Indagações o comentário do padre
e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Esta
é minha maneira de contribuir na
divulgação do mesmo.
Foi
publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU). Muito interessante!
Não
deixe de ler.
WCejnog
Lucas 13,22-30
Naquele tempo, Jesus atravessava cidades e povoados,
ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém.
Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os
que se salvam?”
Jesus respondeu: “Fazei todo esforço possível para entrar
pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não
conseguirão”. Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do
lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’ Ele
responderá: ‘Não sei de onde sois’. Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e
bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!’ Ele, porém, responderá:
‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’
Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto
com todos os profetas no Reino de Deus, e vós, porém, sendo lançados fora.
Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à
mesa no Reino de Deus. E assim há muitos que serão primeiros, e primeiros que
serão últimos”.
IHU – NOTÍCIAS
Sexta, 23 de agosto de 2013
Confiança sim, frivolidade não.
A leitura
que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas
13,22-30 que corresponde ao 21º Domingo do Tempo Ordinário, ciclo C do
Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o
texto
A
sociedade moderna impõe cada vez com mais força um estilo de vida
marcado pelo pragmatismo do imediato. Só interessam as grandes perguntas da
existência. Já não há mais certezas nem convicções profundas. Aos poucos
convertemo-nos em seres triviais, carregados de tópicos que não têm consistências
interiores nem ideais que alentem nosso quotidiano para lá do bem-estar e da
seguridade do momento.
É muito
significativo ver a atitude generalizada de vários cristãos diante da questão
da “salvação eterna” que preocupava tanto há somente poucos anos: muitos
deles apagaram de sua consciência. Não se conhece o motivo, mas alguns deles se
acham com o direito a um final feliz; outros não desejam lembrar as
experiências religiosas ruins que os machucaram muito.
Segundo o
relato de Lucas, um desconhecido faz a Jesus uma pergunta frequente naquela
sociedade religiosa: “Senhor, é verdade que são poucos aqueles que se
salvam?” Jesus não responde diretamente à sua pergunta. Para ela não
interessa especular sobre esse tipo de questões estéreis, tão desejadas por
alguns mestres da época. Ele vai diretamente ao essencial e decisivo: como
devemos atuar para não sermos excluídos da salvação que Deus oferece a todos?
“Façam
todo o esforço possível para entrar pela porta estreita.” Estas são suas primeiras palavras. Deus abre para todos a porta da
vida eterna, mas devemos nos esforçar e trabalhar para entrar por ela. Esta é a
atitude sã. Confiança em Deus: sim. Frivolidade, despreocupação e falsas
seguridades: não.
Jesus
insiste, sobretudo, para não cair no engano com falsas seguridades. Não basta
pertencer ao povo de Israel; não é suficiente ter conhecido pessoalmente Jesus
pelos caminhos da Galileia. O decisivo é entrar no presente no Reino de
Deus e sua justiça. De fato, os que ficam fora do banquete final são, textualmente,
“todos os que praticam injustiça”.
Jesus
convida à confiança e à responsabilidade. No banquete final do Reino de Deus
não se sentarão somente os patriarcas e os profetas de Israel. Estarão
também os pagãos vindos de todos os cantos do mundo. Ficar dentro ou
fora só depende da resposta de cada um e cada uma para a salvação que Deus
oferece a todos.
Jesus termina com um provérbio que resume sua mensagem relacionada com o
Reino de Deus: “existem últimos que serão primeiros, e primeiros que serão
últimos”. Sua advertência é clara. Os que estão certos de ser admitidos
podem ficar fora. Outros que parecem excluídos de antemão podem ficar dentro.
Fonte: IHU Notícias
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