Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

“Há muitos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

“Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão(...)  Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. E assim há muitos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos” (Lc 13, 24. 29-30) – são as palavras de Jesus.

O fato é que, às vezes, estas palavras nos incomodam e, talvez, tentamos “adaptá-las ao nosso modo de ver o mundo, ao nosso próprio jeito de viver a nossa fé nos dias atuais, frequentemente marcado pelo comodismo, preguiça ou mesmo relativismo.
Como entender, então,  esse “recado” de Jesus, que Ele dirige a todos  aqueles, que querem  fazer parte do seu rebanho?

Acredito que vale a pena compartilhar com os outros as coisas boas, e por isso trago para o blog Indagações o comentário  do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Esta  é minha  maneira de contribuir na divulgação do mesmo.
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU). Muito interessante!
Não deixe de ler.

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Lucas 13,22-30 

Naquele tempo, Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém.
Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?”
Jesus respondeu: “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão”. Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’ Ele responderá: ‘Não sei de onde sois’. Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!’ Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’ Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas no Reino de Deus, e vós, porém, sendo lançados fora. Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. E assim há muitos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”.



IHU – NOTÍCIAS
Sexta, 23 de agosto de 2013

Confiança sim, frivolidade não.

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 13,22-30 que corresponde ao 21º Domingo do Tempo Ordinário, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto


A sociedade moderna impõe cada vez com mais força um estilo de vida marcado pelo pragmatismo do imediato. Só interessam as grandes perguntas da existência. Já não há mais certezas nem convicções profundas. Aos poucos convertemo-nos em seres triviais, carregados de tópicos que não têm consistências interiores nem ideais que alentem nosso quotidiano para lá do bem-estar e da seguridade do momento.

É muito significativo ver a atitude generalizada de vários cristãos diante da questão da “salvação eterna” que preocupava tanto há somente poucos anos: muitos deles apagaram de sua consciência. Não se conhece o motivo, mas alguns deles se acham com o direito a um final feliz; outros não desejam lembrar as experiências religiosas ruins que os machucaram muito.

Segundo o relato de Lucas, um desconhecido faz a Jesus uma pergunta frequente naquela sociedade religiosa: “Senhor, é verdade que são poucos aqueles que se salvam?” Jesus não responde diretamente à sua pergunta. Para ela não interessa especular sobre esse tipo de questões estéreis, tão desejadas por alguns mestres da época. Ele vai diretamente ao essencial e decisivo: como devemos atuar para não sermos excluídos da salvação que Deus oferece a todos?

“Façam todo o esforço possível para entrar pela porta estreita.” Estas são suas primeiras palavras. Deus abre para todos a porta da vida eterna, mas devemos nos esforçar e trabalhar para entrar por ela. Esta é a atitude sã. Confiança em Deus: sim. Frivolidade, despreocupação e falsas seguridades: não.

Jesus insiste, sobretudo, para não cair no engano com falsas seguridades. Não basta pertencer ao povo de Israel; não é suficiente ter conhecido pessoalmente Jesus pelos caminhos da Galileia. O decisivo é entrar no presente no Reino de Deus e sua justiça. De fato, os que ficam fora do banquete final são, textualmente, “todos os que praticam injustiça”.

Jesus convida à confiança e à responsabilidade. No banquete final do Reino de Deus não se sentarão somente os patriarcas e os profetas de Israel. Estarão também os pagãos vindos de todos os cantos do mundo. Ficar dentro ou fora só depende da resposta de cada um e cada uma para a salvação que Deus oferece a todos.

Jesus termina com um provérbio que resume sua mensagem relacionada com o Reino de Deus: “existem últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”. Sua advertência é clara. Os que estão certos de ser admitidos podem ficar fora. Outros que parecem excluídos de antemão podem ficar dentro.




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