Hoje,
trago para o blog Indagações-Zapytania o texto de Ferdinand Krenzer¹, que fala sobre
O
novo Céu e Nova Terra e também, sobre os Anjos.
De forma muito clara e direta o autor aborda a doutrina
cristã sobre o futuro escatológico do homem e do mundo, conforme o ensinamento da Igreja Católica.
Este
texto (abaixo) constitui a parte final (nr 11) das reflexões
desse autor sobre o tema da escatologia cristã, que foram publicadas aqui, no blog Indagações-Zapytania.
Penso
que todas as reflexões contidas nesses textos, de uma ou de outra forma, possam
interessar a quem realmente busca entender melhor a fé cristã e esclarecer
alguas dúvidas ou incertezas.
WCejnog
Obs.: Quem estiver
interessado, para conseguir acompanhar com facilidade a reflexão de Ferdinand
Krenzer e aproveitar ao máximo as explicações, poderia ler desde o início todos
os seus textos sobre este assunto (é uma série de 11 textos). As quatro
primeiras partes foram publicadas:
1.
Sobre a morte. O que
sabemos? No que acreditamos? - Postagem
do dia 29 de janeiro de 2013.
2.
Passar pela morte é
atravessar “o portão” da vida”. –Postagem do dia 31 de janeiro de 2013.
3.
A morte carimba para
sempre o destino do homem. – Postagem do dia 04 de fevereiro de 2013.
4.
Todos devemos passar
pela morte. A questão do julgamento. – Postagem do dia 06 de fevereiro de 2013.
Continuação das publicações:
5.
Existe Purgatório?
... – Postagem do dia 03 de novembro de
2014.
6.
Deus – o futuro do ser humano. Como entender “o céu”? –
Postagem do dia 04 de novembro de 2014.
7.
‘Condenado para
sempre’ . Inferno. – Postagem do dia 05
de novembro de 2014.
8.
A volta do Cristo. Como entender? – Postagem do dia 06 de novembro de 2014.
9.
A
ressurreição da carne. – Uma boa e oportuna reflexão. - Postagem do dia 10 de novembro de 2014.
10.
O
Juizo final. Uma pequena reflexão. –Postagem do dia 11 de novembro de 2014.
(11)
Novo céu e
nova terra
“ Vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro
céu e a primeira terra desapareceram e o mar já não existia. Eu vi descer do céu, de junto de Deus,
a Cidade Santa, a nova Jerusalém, como uma esposa ornada para o esposo. Ao mesmo tempo, ouvi do trono uma
grande voz que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens. Habitará
com eles e serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles. Enxugará toda lágrima de seus olhos e já não haverá morte,
nem luto, nem grito, nem dor, porque a antiga ordem já passou.
Então aquele que estava assentado no trono disse: Eis que eu
renovo todas as coisas.” (Ap 21, 1-5)
Essas impressionantes
visões levam-nos para olharmos o mundo no seu ponto final. Fica claro que Deus
é o centro de toda a existência, é o sentido de toda a história humana e o fim
definitivo de toda a criação.
Por isso, Jesus fala do
“novo nascimento”, isto é, da nova forma
da criação (Mt 19, 28). São Paulo diz que o universo inteiro “geme” e avança na
direção da libertação (Rm 8, 18-25), proclama que simultaneamente com a queda
do nosso mundo ordinário será renovada toda a existência. (2 P 3, 13)
E porque nós, seres
humanos, estmos ligados fortemente com o nosso mundo, também a nossa
realização, o nosso destino está incluido nesse destino final definitivo. Por
isso também o nosso mundo (e tudo que é
terrestre agora) é apenas passageiro.
Existe não só a nova
formação do homem integral – ressurreilção – mas também a libertação que
abrange a toda criação. Também na vida eterna o mundo e o ser humano pertencem
a si.
Com certeza, muitas profecias que dizem a esse respeito ficarão
inexplicáveis e incertas para nós, mesmo assim, transmitem elas uma alegre promessa de conforto.
Quando falamos do Céu, da “vida em Deus”, precisamos falar também
sobre os anjos.
A Bíblia afirma a
existência dos anjos, mas não traça nenhuma teoria sobre eles. Este livro
Sagrado fala dos anjos em 109 passagens (literalmente apresenta-os como
criaturas de Deus, diferentes dos homens, como mensageiros e espíritos
destinados a serviços (Hbr 1, 14). Na maioria das vezes eles aparecem como convidados
para dar mensagens aos homens, mas vemo-los também no Juizo Final.
O mundo no tempo de
Jesus Cristo admitia a existência de anjos e demônios. A doutrina cristã sobre os anjos de jeito
nenhum é uma fé primitiva em demônios, porque aos anjos não se atribui nenhum
poder divino. Quando se fala de anjos na Bíblia, sempre se trata de entidades boas
e extraordinárias, que cumprem as determinações de Deus. Eles explicam aos
homens que Deus cuida do ser humano e
lhes é muito próximo.
Será que os anjos são
apenas símbolos do poder de Deus ou encarnação de sua bondade e atuação, como
parecem indicar os termos “potestades”, “forças”, “poderes”, como também os
próprios nomes como Gabriel (o poder de Deus) e Rafael (Deus é
salvação)?
Ou, então, também são eles
seres pessoas? ...
Realmente, as descrições
bíblicas sobre os anjos são diversas e diferentes, e permitem muitas
interpretações. É verdade que em algumas passagens na Bíblia o conceito “anjo”
e “Deus” são usados alternadamente, e a conclusão é esta: “Deus e anjos são diferentes
descrições da mesma realidade, quer dizer, trata-se de Deus ou da sua ação em
relação a nós.”
Em outras passagens,
porém, os anjos aparecem como seres criados e indivíduos. Assim, da parte da
Bíblia algumas questões em relação a
anjos permanecem abertas. E mesmo que a
fé ne existência de anjos é muito reservada e prudente, a existência de anjos constitui uma verdade dogmática (IV
Sinodo de Latrão). Um pronunciamento do Magistério da Igreja ainda recentemente
(Pio XII – Enc. Humani Generis) destacava o carater pessoal dos anjos, querendo
com isso dizer que eles são indivíduos espirituais, que possuem a razão e o
livre arbitro.
No entanto, deve ficar bem
claro que anjos não fazem parte da
essência da fé do mesmo jeito como por exemplo a verdade sobre o verdadeiro intermediario entre Deus e
homens, Jesus Cristo (compare Col 2,18;
Hbr 1).
O homem contemporâneo
está mais inclinado a considerar como a
realidade somente o que se pode medir e pesar. Porém, não há verdadeiras
bases racionais para negar
categoricamente a existência de seres espirituais, isto é, afirmar com certeza que
os anjos não existem. Aqui, podemos pensar: será que a pirâmide das coisas
criadas realmente deveria alcançar o ponto culminante e o seu fim justamente com
o ser humano? ...
(KRENZER,
F. Taka jest nasza wiara, Paris, Éditions Du Dialogue, 1981, p. 355-357)²
___________________
¹ Krenzer Ferdinand (nascido em 22 de maio de 1921 em Dillenburg, Hesse, †
08 de maio de 2012 em Hofheim am Taunus)
foi um teólogo católico alemão,
sacerdote e escritor na aposentadoria.
[N. Do T.]
²
Obs.: As reflexões do Ferdinand Krenzer fascinam pelo seu jeito simples e
direto, e agradam o leitor, ajudando-o a entender melhor o caminho da fé cristã
e compreender os temas mais difíceis desta doutrina.
Os
textos publicados neste blog são tomados do livro Taka jest nasza wiara, desse
autor; uma edição no idioma polonês, do qual faço uma tradução livre (para o
português), com uma pequena atualização dos dados, quando necessário. O título original: “Morgen wird man wieder
Glauben”. [N. Do T.]
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