“Ficai de sobreaviso, vigiai; porque
não sabeis quando será o tempo. (...) O que vos digo,
digo a todos: vigiai!” (Mc 13, 33. 37)
O novo Ano Litúrgico começa com tempo de
Advento.
Abaixo, uma reflexão
muito concreta e bem atual para o atual momento. Como pano de fundo ela tem o
texto bíblico Mc 13, 33-37 (O chamado para ficar despertos). É de autoria do
padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado no site do Instituto
Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e meditar!
WCejnog
IHU - NOTÍCIAS
Sexta, 28 de novembro de 2014
Uma igreja desperta
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus
Cristo segundo Marcos 13, 33-37 que
corresponde ao 1º Domingo do Tempo de Advento, ciclo B do Ano Litúrgico. O
teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
As
primeiras gerações cristãs viveram obcecadas pela rápida vinda de Jesus. O
ressuscitado não podia demorar. Viviam tão atraídos por Ele que queriam
encontrar-se de novo o quanto antes. Os problemas começaram quando viram que o
tempo passava e a vinda do Senhor demorava.
Rapidamente se deram conta de que esta demora encerrava um perigo mortal. Podia-se
apagar o primeiro ardor. Com o tempo, aquelas pequenas
comunidades podiam cair pouco a pouco na indiferença e no esquecimento.
Preocupava-os uma coisa: “Que, ao chegar, Cristo nos encontre adormecidos”.
A vigilância converteu-se na palavra-chave. Os
evangelhos repetem-na constantemente: “vigiai”, “estejam alerta”, “vivei
despertos”. Segundo Marcos, a ordem de Jesus não é só para os discípulos que
estão a escutá-lo. “O que vos digo a vós, digo-o a todos: Velai”. Não é uma
chamada má. A ordem é para todos
os seus seguidores de todos os tempos.
Passaram vinte séculos de cristianismo. Que aconteceu a esta ordem de
Jesus? Como vivem os cristãos de hoje? Continuamos despertos? Mantém-se viva a nossa fé ou foi-se
apagando na indiferença e na mediocridade?
Não vemos que a Igreja necessita de um coração novo? Não
sentimos a necessidade de sacudirmos a apatia e o autoengano? Não vamos despertar o melhor que há
na Igreja? Não vamos reavivar essa fé humilde e limpa de tantos crentes
simples?
Não temos de recuperar o rosto vivo de Jesus, que atrai, chama,
interpela e desperta? Como
podemos seguir falando, escrevendo e discutindo tanto de Cristo, sem que a sua
pessoa nos apaixone e transforme um pouco mais? Não
nos damos conta de que uma Igreja “adormecida” a quem Jesus Cristo não seduz
nem toca o coração é uma Igreja sem futuro, que irá se apagando e envelhecendo
por falta de vida?
Não sentimos a necessidade de despertar e intensificar a nossa relação
com Ele? Quem como Ele pode despertar o nosso cristianismo da imobilidade, da
inércia, do peso do passado, da falta de criatividade? Quem poderá nos
contagiar a sua alegria? Quem nos dará a Sua força criadora e a Sua vitalidade?
Fonte: IHU - Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário