"Também estes lhe
perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino,
nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?’
E ele responderá: ‘Em verdade eu vos
declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi
a mim que o deixastes de fazer’." (Mt 25, 44-45)
Festa de Cristo Rei encerra o Ano Litúrgico. É um
momento propício para reflexão, sobretudo para os cristãos de hoje.
Abaixo, uma reflexão muito oportuna e atual sobre o
texto Mt 25, 31-46 (Juizo final), do padre e teólogo espanhol José Antonio
Pagola.
O texto foi publicado no site do Instituto
Humanitas Unisinos (IHU).
Realmente vale a pena ler e meditar!
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IHU - Notícias
Sexta, 21 de novembro de 2014
Um juízo
estranho
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de
Jesus Cristo segundo Mateus 25, 31-46 que
corresponde a Solenidade de Cristo Rei, Ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo
espanhol José Antonio Pagola comenta
o texto.
Eis o texto
As fontes não admitem dúvidas. Jesus
vive voltado para aqueles que vê necessitados de ajuda. É
incapaz de passar ao largo. Nenhum sofrimento lhe é alheio. Identifica-se com
os mais pequenos e desvalidos e faz por eles tudo o que pode. Para Ele a
compaixão é o primeiro. O único modo de parecer-nos com Deus: “Sejam
compassivos como o vosso Pai é compassivo”.
Como nos poderá estranhar que, ao falar do Juízo final,
Jesus apresente a compaixão como o critério último e decisivo que julgará as
nossas vidas e a nossa identificação com Ele? Como nos poderá estranhar que se
apresente identificado com todos os pobres e desgraçados da história?
Segundo o relato de Mateus, comparecem ante o Filho do
Homem, ou seja, ante Jesus, o compassivo, “todas as nações”. Não
se faz diferenças entre “povo eleito” e “povo pagão”. Nada se
diz das diferentes religiões e cultos. Fala-se de algo muito humano e que todos
entendem: Que fizemos com todos os que viveram sofrendo?
O evangelista não se detém propriamente a descrever os
detalhes de um juízo. O que destaca é um duplo diálogo que lança uma luz imensa
sobre o nosso presente e nos abre os olhos para ver que, em definitivo, há duas
formas de reagir ante os que sofrem: compadecemo-nos e os ajudamos, ou
desinteressamo-nos e os abandonamos.
O que fala é um Juiz que está identificado com todos os
pobres e necessitados: “Cada vez que ajudares a um destes meus pequenos irmãos, fizeste-o
a Mim”. Quem se aproxima para ajudar a um necessitado,
aproxima-se de Dele. Por isso estarão junto Dele no reino: “Vinde, benditos do
Meu Pai”.
Logo dirige-se a quem viveu sem compaixão: “Cada vez que
não ajudastes a um destes pequenos, deixastes de o fazer comigo”. Quem se
afastou dos que sofrem, afastou-se de Jesus. É lógico que agora lhes diga:
“Afastai-vos de Mim”. Segui o vosso caminho…
A nossa vida está-se a julgar
agora mesmo. Não há que esperar nenhum juízo.
Agora estamos aproximando-nos ou afastando-nos dos que sofrem. Agora estamos
aproximando-nos ou afastando-nos de Cristo. Agora estamos decidindo a nossa
vida.
Fonte: IHU - Notícias
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