Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Um juízo estranho. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!


"Também estes lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?’ 
E ele responderá: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer’."  (Mt 25, 44-45)

Festa de Cristo Rei encerra o Ano Litúrgico. É um momento propício para reflexão, sobretudo para os cristãos de hoje.

Abaixo, uma reflexão muito oportuna e atual sobre o texto Mt 25, 31-46 (Juizo final), do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Realmente vale a pena ler e meditar!
WCejnog 


IHU - Notícias
Sexta, 21 de novembro de 2014

Um juízo estranho
  

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 25, 31-46 que corresponde a Solenidade de Cristo Rei, Ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.


Eis o texto

As fontes não admitem dúvidas. Jesus vive voltado para aqueles que vê necessitados de ajuda. É incapaz de passar ao largo. Nenhum sofrimento lhe é alheio. Identifica-se com os mais pequenos e desvalidos e faz por eles tudo o que pode. Para Ele a compaixão é o primeiro. O único modo de parecer-nos com Deus: “Sejam compassivos como o vosso Pai é compassivo”.

Como nos poderá estranhar que, ao falar do Juízo final, Jesus apresente a compaixão como o critério último e decisivo que julgará as nossas vidas e a nossa identificação com Ele? Como nos poderá estranhar que se apresente identificado com todos os pobres e desgraçados da história?

Segundo o relato de Mateus, comparecem ante o Filho do Homem, ou seja, ante Jesus, o compassivo, “todas as nações”. Não se faz diferenças entre “povo eleito” e “povo pagão”. Nada se diz das diferentes religiões e cultos. Fala-se de algo muito humano e que todos entendem: Que fizemos com todos os que viveram sofrendo?

O evangelista não se detém propriamente a descrever os detalhes de um juízo. O que destaca é um duplo diálogo que lança uma luz imensa sobre o nosso presente e nos abre os olhos para ver que, em definitivo, há duas formas de reagir ante os que sofrem: compadecemo-nos e os ajudamos, ou desinteressamo-nos e os abandonamos.

O que fala é um Juiz que está identificado com todos os pobres e necessitados: “Cada vez que ajudares a um destes meus pequenos irmãos, fizeste-o a Mim”. Quem se aproxima para ajudar a um necessitado, aproxima-se de Dele. Por isso estarão junto Dele no reino: “Vinde, benditos do Meu Pai”.

Logo dirige-se a quem viveu sem compaixão: “Cada vez que não ajudastes a um destes pequenos, deixastes de o fazer comigo”. Quem se afastou dos que sofrem, afastou-se de Jesus. É lógico que agora lhes diga: “Afastai-vos de Mim”. Segui o vosso caminho…

A nossa vida está-se a julgar agora mesmo. Não há que esperar nenhum juízo. Agora estamos aproximando-nos ou afastando-nos dos que sofrem. Agora estamos aproximando-nos ou afastando-nos de Cristo. Agora estamos decidindo a nossa vida.


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