Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 17 de maio de 2019

“Amizade dentro da Igreja”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!



"Um novo mandamento dou a vocês: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros". (Jo 13, 34-35)


Hoje, uma excelente reflexão, muito concreta e atual. Como pano de fundo  tem o texto bíblico Jo 13, 31-35 (Um novo mandamento). O texto é de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
  

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IHU – ADITAL

17 Maio 2019




Amizade dentro da Igreja



A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 13,31-35 que corresponde ao Quinto Domingo de Páscoa, ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 



Eis o texto



É a véspera da sua execução. Jesus celebra a última ceia com os Seus. Acaba de lavar os pés dos Seus discípulos. Judas já tomou sua trágica decisão, e depois de tomar o último pedaço das mãos de Jesus, partiu para fazer o seu trabalho. Jesus diz em voz alta o que todos sentem: “Meus filhos, já não estarei convosco por muito tempo”.



Fala-lhes com ternura. Quer que fiquem gravados no seu coração Seus últimos gestos e palavras. “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros; como Eu vos amei, amem-se também entre vós. O sinal pelo qual vos conhecerão como Meus discípulos será que vos amais uns aos outros”. Este é o testamento de Jesus.



Jesus fala de um “mandamento novo”. Onde está a novidade? O lema de amar o próximo está já presente na tradição bíblica. Também os filósofos gregos falam de filantropia e amor a todos os seres humanos. A novidade está na forma de amar própria de Jesus: “Amem-se como eu vos amei”. Assim se irá difundindo através dos seus seguidores seu estilo de amar.



A primeira coisa que os discípulos experimentaram é que Jesus os amou como amigos: “Não vos chamo servos... eu vos chamei amigos”. Na Igreja, temos que nos amar simplesmente como amigos e amigas. E entre amigos cuida-se a igualdade, a proximidade e o apoio mútuo. Ninguém está acima de ninguém. Nenhum amigo é senhor dos seus amigos.



Por isso, Jesus corta pela raiz as ambições dos Seus discípulos quando os vê a discutir quem é o primeiro. A procura de protagonismos interesseiros quebra a amizade e a comunhão. Jesus lembra-lhes o seu estilo: “Eu não vim para ser servido, mas para servir”. Entre amigos, ninguém deve impor-se. Todos devem estar dispostos a servir e colaborar.



Esta amizade vivida pelos seguidores de Jesus não gera uma comunidade fechada. Pelo contrário, o clima cordial e amigável que se vive entre eles prepara-os para acolher aqueles que necessitam de acolhimento e amizade. Jesus ensinou-os a comer com pecadores e com gente excluída e desprezada. Repreendeu-os por afastarem as crianças. Na comunidade de Jesus, os pequenos não estorvam, mas sim os grandes.



Um dia, Jesus chamou os doze, colocou uma criança no meio deles, abraçou-a e disse: “Aquele que recebe uma criança como esta em meu nome, recebe-me a Mim”. Na Igreja desejada por Jesus, os mais pequenos, frágeis e vulneráveis devem estar no centro da atenção e do cuidado de todos.





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