Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 4 de maio de 2019

“Como reavivar a nossa fé?” – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!





Chegada a manhã, Jesus estava na praia. Todavia, os discípulos não o reconheceram.” (Jo, 21,4))

Abaixo, uma boa reflexão, muito concreta e bem atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 21, 1-19  (Encontro de Jesus ressuscitado com os discípulos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
Foi publicada na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
WCejnóg

 
IHU – ADITAL
03 Maio 2019

Como reavivar a nossa fé?

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 21,1-19 que corresponde ao Quarto Domingo de Páscoa ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

No epílogo do Evangelho de João, recolhe-se um relato do encontro do Jesus ressuscitado com os seus discípulos nas margens do lago da Galileia. Quando se escreve, os cristãos estão a viver momentos difíceis de provação e perseguição: alguns renegam a sua fé. O narrador quer reavivar a fé dos seus leitores.

A noite aproxima-se e os discípulos saem a pescar. Não estão os Doze. O grupo se dividiu ao ser crucificado seu Mestre. Estão de volta com as barcas e as redes que tinham deixado para seguir Jesus. Tudo acabou. De novo estão sós.

A pesca é um fracasso completo. O narrador enfatiza com força: «Saíram, embarcaram e naquela noite não pescaram nada». Voltam com as redes vazias. Não é essa a experiência de muitas comunidades cristãs que veem como se debilitam as suas forças e a sua capacidade de evangelização?

Muitas vezes, os nossos esforços no meio de uma sociedade indiferente dificilmente conseguem resultados. Também nós constatamos que as nossas redes estão vazias. É fácil a tentação do desânimo e do desespero. Como sustentar e reacender a nossa fé?

Nesse contexto de fracasso, o relato diz que «estava amanhecendo quando Jesus se apresentou na margem». No entanto, os discípulos não o reconheceram desde o barco. Talvez a distância, talvez a bruma do amanhecer e, sobretudo, seu coração entristecido que os impede de vê-lo. Jesus fala com eles, mas «não sabiam que era Jesus».

Não é este um dos efeitos mais perniciosos da crise religiosa que estamos sofrendo? Preocupados em sobreviver, vendo cada vez mais a nossa debilidade, não nos resulta fácil reconhecer entre nós a presença do Jesus ressuscitado, que nos fala do Evangelho e nos alimenta na celebração da ceia eucarística.

É o discípulo mais querido de Jesus o primeiro que o reconhece: «É o Senhor!». Não estão sós. Tudo pode começar de novo. Tudo pode ser diferente. Com humildade, mas com fé, Pedro reconhecerá o seu pecado e confessará o seu amor sincero a Jesus: «Senhor, Tu sabes que Te amo». Os outros discípulos não podem sentir mais nada.

Nos nossos grupos e comunidades cristãs, necessitamos de testemunhas de Jesus. Crentes que, com a sua vida e a sua palavra, nos ajudem a descobrir nestes momentos a presença viva de Jesus no meio de nossa experiência de fracasso e fragilidade. Os cristãos, sairemos desta crise aumentando a nossa confiança em Jesus. Às vezes, não somos capazes de suspeitar da Sua força para nos tirar do desânimo e do desespero.




Nenhum comentário:

Postar um comentário