Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 11 de maio de 2019

“Escutar e seguir Jesus”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!



"As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém as pode arrebatar da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um.” (Jo, 10,27-30)

Hoje, uma excelente reflexão, muito concreta e atual. Como pano de fundo  tem o texto bíblico Jo 10, 27-30 (Jesus, o Bom Pastor protege suas ovelhas). O texto é de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
WCejnóg



IHU – ADITAL
10 Maio 2019

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 10,27-30 que corresponde ao Quarto Domingo de Páscoa ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Era inverno, Jesus caminhava pelo pórtico de Salomão, uma das galerias ao ar livre, que rodeava a grande esplanada do Templo. Este pórtico, em particular, era um lugar frequentado por pessoas, pois, aparentemente, estava protegido contra o vento por uma muralha.

Logo, um grupo de judeus corre ao redor de Jesus. O diálogo é tenso. Os judeus perseguem-no com suas perguntas. Jesus critica-os porque eles não aceitam sua mensagem nem sua ação. Em concreto, diz-lhes: “Vós não acreditais porque não sois das minhas ovelhas”. O que significa essa metáfora?

Jesus é muito claro: “Minhas ovelhas ouvem a minha voz e Eu as conheço; elas me seguem e eu lhes dou a vida eterna”. Jesus não força ninguém. Ele apenas chama. A decisão de segui-lo depende de cada um de nós. Só se o ouvirmos e o seguirmos, estabelecemos com Jesus essa relação que leva à vida eterna.

Nada é tão decisivo para ser cristão como tomar a decisão de viver como seguidor ou seguidora de Jesus. O grande risco dos cristãos foi sempre o de pretender ser, sem seguir a Jesus. De fato, muitos dos que se foram afastando das nossas comunidades são pessoas que ninguém ajudou a tomar a decisão de viver seguindo seus passos.

No entanto, essa é a primeira decisão de um cristão. A decisão que muda tudo, porque é começar a viver de uma nova forma a adesão a Cristo e pertencer à Igreja: encontrar, finalmente, o caminho, a verdade, o sentido e a razão da fé cristã.

E o primeiro para tomar essa decisão é escutar sua chamada. Ninguém se põe a caminho nos passos de Jesus seguindo somente sua própria intuição ou seu desejo de viver um ideal. Começamos a segui-lo quando nos sentimos atraídos e chamados por Cristo. Por isso, a fé não consiste primordialmente em acreditar em algo sobre Jesus, mas em acreditar Nele.

Quando falta o seguimento a Jesus, cuidado reafirmado uma e outra vez no seu próprio coração e na comunidade crente, nossa fé corre o risco de ficar reduzida a uma aceitação de crenças, uma prática de obrigações religiosas e uma obediência à disciplina da Igreja.

É fácil, então, estabelecer-se na prática religiosa, sem nos deixarmos questionar pelas chamadas que Jesus nos faz desde o Evangelho que escutamos cada domingo. Jesus está dentro dessa religião, mas não nos arrasta para trás dos seus passos. Sem darmos conta, habituamo-nos a viver de forma rotineira e repetitiva. Falta-nos a criatividade, a renovação e a alegria daqueles que vivem esforçando-se por seguir Jesus.



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