Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

“Escondido Tu estás...”



Onde  encontro Deus?  Uma pergunta aparentemente simples e fácil. Para mim, como para muita gente, não é difícil encontrar  várias respostas positivas. Simplesmente basta ver, ouvir, sentir...  Deus está em tudo e acima de tudo!  Até dá vontade de murmurar as palavras do conhecido e muito popular cântico:

Obrigado, Senhor, porque és meu amigo.
Porque sempre comigo Tu estás a falar.
No perfume das flores, na harmonia das cores 

e no mar que murmura o Teu nome a rezar.

Escondido tu estás no verde das florestas,
Nas aves em festa, no sol a brilhar.
Na sombra que abriga, na brisa amiga.
Na fonte que corre ligeira a cantar.

Te agradeço ainda porque na alegria,
Ou na dor de cada dia posso Te encontrar.
Quando a dor me consome, murmuro o Teu nome 

e mesmo sofrendo, eu posso cantar.

Sabemos muito bem, no entanto, que hoje muitas pessoas tem dificuldade de assim interpretar os fatos, e não conseguem ver ‘rastros’ de Deus  tanto na vida, como no mundo. Às vezes, elas não conseguem, às vezes não se esforçam, e, às vezes, simplesmente não querem ver.
B. Pascal, conhecido físico, matemático, filosofo e teólogo francês do século XVII, deixou uma profunda observação: “A natureza tem perfeições que mostram que é a imagem de Deus, e defeitos que mostram que é apenas a imagem.”

A pergunta é:  vendo o mundo, a natureza, a vida – realmente encontramos as marcas de Deus?  Você O procura?

O texto abaixo aprofunda mais um pouco este assunto:

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(...) Durante as caminhadas na praia, nos trilhos das montanhas, ou debaixo de um céu estrelado freqüentemente estamos com a sensação de sentir o infinito, que nos cerca. Precisamos  apenas  nos concentrar e prestar a atenção.  Começamos,  então,  admirar e perguntamos  de onde vem essa ordem admirável e a beleza da natureza  numa pequena folinha de grama, como no universo; numa gota de orvalho, como nos mais complicados organismos  dos seres vivos? Será possível não enxergar nisso tudo alguma inteligência superior?

Podemos dar aqui apenas dois exemplos simples: o olho humano está sendo  formado na escuridão do útero materno. Não tem ainda nenhuma tarefa para exercer, porque nunca ainda via luz do dia. Mas, mesmo assim, está sendo preparado para isso. Somente considerando a sua função posterior, isto é, que vai proporcionar a visão, pode-se entender a sua construção.  A finalidade e a função podem ser, no entanto, designadas unicamente pela força espiritual.
Ou, então, pensem no papel de insetos no processo de polinização de plantas. Esses insetos não sabem  que  estão exercendo um processo tão essencial e necessário, fazem isso apenas incidentalmente, e as plantas dependem disso. Isso tudo é intencional. Por quem?

Por isso diz Albert Einstein: “ Cada verdadeiro biólogo ou pesquisador da natureza deve ter no seu íntimo algum tipo de sentimentos  religiosos, porque não seria capaz  imaginar, que  essas maravilhosamente precisas relações que encontra, poderiam ser inventadas por ele pela primeira vez. No universo sem limites manifesta-se uma inteligência  infinitamente superior à do homem.   – A opinião popular sobre mim, que sou um ateu, é um grande desentendimento.  Quem tira conclusões deste tipo das minhas teorias científicas, esse não entendeu nada das minhas concepções.”


Essa inteligência  que  é infinitamente superior ao tudo que existe chamamos de Deus.  Com este termo, enfim, descrevemos o criador de tudo o que nos cerca e o que somos – da natureza.  A natureza  aponta para o seu autor, que está fora dela. Toda a criação fala de Deus.

Naturalmente,  para o homem moderno – e isso precisamos afirmar objetivamente -  fica muito mais difícil descobrir no mundo  as marcas, que apontam para Deus. E não é culpa dele. Isto o que chamamos de natureza, encontramos ainda quase somente durante as férias. Ela ficou mais distante de nós. Por outro lado, dominamos a natureza, manipulamos as suas forças e estamos fazendo que ela fique à nossa disposição. Quando alguém, por exemplo, aperta o botão do interruptor, a luz que ilumina o ambiente é primeiramente a obra do homem – eletricista, trabalhador - e não  é fácil ver aqui as  marcas  de Deus. Realmente, muitas vezes estávamos  colocando Deus em tudo isso de uma forma ingênua. Hoje precisamos pensar um pouco mais, para  - enfim -  chegar a Ele:  Deus não só  se serve da energia existente – Ele a cria.(...)


           (KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris,  Éditions Du Dialogue, 1981, p. 32-33.)*

Continua...
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 *Obs.:Para embasar as minhas pequenas reflexões (simples, diretas e questionadoras) acerca de perguntas que, suponho, perturbam a todos nós, sirvo-me  do  livro do Ferdinand Krenzer- “Morgen wird man wieder Glauben”  e,  usando aqui uma edição desse livro no idioma polonês (Taka jest nasza wiara), faço uma tradução livre (para o português) apontando  alguns trechos, muito bem elaborados pelo autor. É um prazer seguir o seu pensamento.

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