A palavra religião vem do termo latino "Re-Ligare", que significa "religação". Trata-se aqui da “abertura” do ser humano para o divino, onde o homem está buscando a restabelecer o contato com Deus. Os jovens de hoje diriam: a religião é “conectar-se” novamente com Deus. Religar o homem a Deus, aí está a razão pela qual a religião existe.
Assim como a arte, a filosofia e a ciência, também a religião faz parte inseparável da cultura humana. Ela existe – e podemos dizer isso com toda a certeza - desde que existe o ser humano, e é a expressão da sua insaciável sede da felicidade total, definitiva e eterna.
Não faltou na história da humanidade momentos, em que um ou outro filósofo ou pensador ateísta , ou algumas correntes filosóficas que negam a existência de Deus, proclamaram a chegada do fim da religião e da fé. Também em nossos tempos existem vozes parecidas e tem gente travando combate feroz contra a fé em Deus e a religião. Mas o que vemos é que, apesar de todo o progresso e o avanço científico, o fenômeno religioso sobrevive e cresce, desafiando previsões que anunciavam seu fim. A grande maioria da humanidade professa alguma crença religiosa direta ou indiretamente e a religião continua presente no seu seio. E mais, continua promovendo diversas campanhas, inspirando vários movimentos humanos e mantendo suas posições e status político e social.
Assim como a arte, a filosofia e a ciência, também a religião faz parte inseparável da cultura humana. Ela existe – e podemos dizer isso com toda a certeza - desde que existe o ser humano, e é a expressão da sua insaciável sede da felicidade total, definitiva e eterna.
“As religiões mundiais foram os pilares das culturas do mundo, de forma que, se as eliminamos, os arcos caem e o edifício se derruba”.
(Christopher Dawson, o filósofo da história)
(Christopher Dawson, o filósofo da história)
Não faltou na história da humanidade momentos, em que um ou outro filósofo ou pensador ateísta , ou algumas correntes filosóficas que negam a existência de Deus, proclamaram a chegada do fim da religião e da fé. Também em nossos tempos existem vozes parecidas e tem gente travando combate feroz contra a fé em Deus e a religião. Mas o que vemos é que, apesar de todo o progresso e o avanço científico, o fenômeno religioso sobrevive e cresce, desafiando previsões que anunciavam seu fim. A grande maioria da humanidade professa alguma crença religiosa direta ou indiretamente e a religião continua presente no seu seio. E mais, continua promovendo diversas campanhas, inspirando vários movimentos humanos e mantendo suas posições e status político e social.
Como sentimento consciente de dependência ou submissão que liga a criatura humana ao Criador, a religião certamente só deixará de existir, quando o ”coração do homem repousar em Deus” – segundo as palavras de Santo Agostinho.
O texto abaixo fala assim sobre a religião:
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O texto abaixo fala assim sobre a religião:
(3)
(...) Existe uma expressão popular: “O homem tem que ter a religião”. Se pensarmos um pouco sobre isso, veremos que com o conceito da religião são ligadas as mais diversas imaginações. Para uns a religião é uma questão de emoções, de uma exaltação interior, que principalmente se manifesta nos momentos festivos. Para outros, significa ela um conjunto de mandamentos e proibições. Para muitos, a religião consiste em confessar uma doutrina. Para outros ainda, significa um modelo de vida baseado numa relação de amor e caridade em relação ao próximo, onde não deve se fazer nenhum mal para ninguém. Tudo isso não é, no entanto, o mais essencial. Na religião, em princípio, no primeiro lugar não se trata do ser humano, mas de Deus. A religião é um livre e consciente ‘dirigir-se’ do ser humano para Deus.
As religiões existem desde o início da humanidade. Já o antigo escritor romano Cícero afirmava que não existe nenhuma nação sem religião. Esta opinião ainda hoje é verdadeira.
Teve momentos, no passado, que se afirmava que nas ilhas distantes existissem as tribos sem noção de conceito de Deus e sem religião. Depois se soube, no entanto, que essas tribos nativos tinham uma religião, apenas era muito secreta e oculta. Somente mais tarde ainda, quando os pesquisadores europeus conseguiram conquistar a confiança dessas tribos, aqueles homens revelaram-lhes as suas mais íntimas e sagradas idéias que tinham sobre Deus, e também os detalhes dos ritos e cerimônias.
Até mesmo as perseguições não conseguiram nunca destruir a religião. Mesmo uma pessoa a mais superficial sempre se depara com a pergunta sobre Deus. O fato de muita gente, nas últimas décadas, abandonou o cristianismo foi provocado pela busca de uma religião substituta, provando com isso que o homem não se viu livre de Deus. Até mesmo os adversários da religião freqüentemente revelam com a sua postura agressiva, que intimamente não resolveram ainda “isto” o que eles combatem.
Como podemos explicar o fato que a religião se espalha universalmente? Fica claro que a necessidade de se entender com Deus tem a sua base na natureza humana. No íntimo da sua vida o ser humano tem esse sentimento que de Deus saiu e a Ele voltará. As palavras de Santo Agostinho são muito atuais: “ É inquieto o meu coração, enquanto não repousar em Ti, meu Senhor”. Como os planetas circulam em volta do sol, assim a nossa razão movimenta-se em volta do seu centro – em volta de Deus. Se tirarmos esse centro, tudo vai se dissipar, muitas questões continuarão sendo enigma e dúvidas.
O fato de muitas religiões
Se, por um lado, a consciência da existência de Deus era e continua sendo a mesma e uniforme nos seres humanos, por outro, as concepções sobre Deus e as formas de culto a Deus são muito diversas. São tão diversas, como diferentes são os homens e as suas capacidades, o grau de instrução, nacionalidade e meio cultural. Sim, porque apesar de se esforçar ao máximo a mente humana não tem condições para ter uma imagem nítida de Deus. Nenhuma das suas concepções pode ser fiel retrato da plena realidade de Deus. Isso explica o porque da existência de muitas e diferentes religiões.
Mesmo se as manifestações das religiões possam ser as mais divergentes, todas elas tem em comum a consciência de que o homem deve se sempre dirigir a Deus e se esforçar para adorá-lo de maneira digna, conduzindo a sua vida de acordo com esses princípios.
É por isso que o Concílio Vaticano II afirmou que a Igreja “não rejeita nada daquilo, que nessas religiões é verdadeiro e santo”. (...)
(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris, Éditions Du Dialogue, 1981, p.47-49)*
Continua...
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*Obs.:Para embasar as minhas pequenas reflexões (simples, diretas e questionadoras) acerca de perguntas que, suponho, perturbam a todos nós, sirvo-me do livro do Ferdinand Krenzer- “Morgen wird man wieder Glauben” e, usando aqui uma edição desse livro no idioma polonês (Taka jest nasza wiara), faço uma tradução livre (para o português) apontando alguns trechos, muito bem elaborados pelo autor. É um prazer seguir o seu pensamento.
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