Na vida de uma pessoa sempre tem um momento (ou os momentos), onde ela deve escolher o caminho que pretende seguir. É uma exigência da vida. No entanto, o ser humano é livre e pode, ou não, tomar esta, ou aquela, atitude; ir nesta ou naquela direção.
No livro de Ferdinand Krenzer (do qual já falei anteriormente - A vida tem sentido? 23 de novembro de 2011), tem um pequeno trecho, que descreve a situação em que a pessoa opta pelo comodismo, para justamente fugir da decisão. Muitas vezes estamos tentados a aderir a essa opção, não estamos? Mas a vida é muito mais, penso eu. Nem tudo depende da gente, mas, mesmo assim, o fato é que podemos fazer da nossa vida - como artesãos fazem com o barro – ou uma obra de arte, que tem valor, ou, então, um objeto qualquer, imperfeito, que serve para ser jogado fora.
Eis o texto:
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(...) Esquivar-se da tomada de decisão é uma saída mais simples e mais “cômoda”. Aqui não se investiga, absorve-se a força do momento, não se pensa no futuro, aproveita-se a vida. E por que não? Perguntas? Perguntas atrapalham. O que tem, se alguém, mesmo meio inconscientemente, tenta fugir delas? Ou quando quer tomar da vida o que ela lhe oferece – aqui, agora, hoje? Apesar disso, sentimos que esta atitude é apenas ilusória e não se é possível manter ela até o fim da vida. Ela não fornece nenhuma resposta para os problemas, apenas deixa tudo para depois.
O escritor Saint-Exupéry assim descreve esse tipo de pessoa:“Sua velha alma servil, fizeste para ti a paz, em que, imitando as formigas, tampaste todos os buracos pelos quais a luz chegava aos teus olhos e pelos quais tu a podias contemplar. Cobriste-te bem com a segurança da cidade, com os costumes e sufocantes formas da vida deste lugar. Evitas os problemas mais sérios. Te esforçaste bastante para esquecer da tua humanidade. Não queres elaborar as perguntas, para as quais não recebes respostas. Não, tu és um pequeno, honesto cidadão. Quando ainda era tempo, ninguém te envolveu e arrastou consigo. Agora o barro do qual és feita, secou totalmente e se tornou duro". (...).
(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris, Éditions Du Dialogue, 1981, p.20)
Continua...
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