Refletindo sobre o sentido da vida, deparamo-nos com muitas perguntas, para as quais, talvez, não existam respostas claras. Mesmo assim, é bom cada um de nós ter pelo menos uma consciência dessas indagações. Existem muitas doutrinas, sistemas de ideias e opiniões, que os homens e mulheres construíram no passado e no presente. No entanto, é bom a gente ter bem definida uma posição frente todas elas. Assim, eu e você não seremos meros ‘batedores de palmas’, sem sabermos se aquela ideia ou colocação merece ou não as nossas ovações.
Uma das palavras que repetimos freqüentemente, em várias situações, é a palavra “destino”. Tem vários significados. É fácil recorrer a ela para não assumir a responsabilidade. É conveniente e cômodo usar ela para se conformar com as perdas ou acontecimentos imprevistos, sobretudo trágicos. São várias situações em que empregamos a palavra “destino”. No entanto, quando perguntamos pelo sentido da vida, a palavra ‘destino’ assume dois significados: destino como fatalidade e mera sorte – a vida é considerada um efeito de coincidência e acaso, ou, então, significa a direção que o ser humano precisa escolher e seguir para chegar a uma realização completa da sua existência, seguindo o seu desejo de perfeição, felicidade e eternidade. No primeiro caso – tudo termina com a morte. No segundo caso - o ‘destino’ é outra coisa – é um desígnio maior e transcendente, e aí muda tudo.
As perguntas continuam esperando pelas respostas e reflexão: a nossa vida tem sentido? Estamos aqui apenas por acaso e destinados ao ocaso? Seria só isso? Ou é algo mais, talvez muito mais?
O texto abaixo, da autoria de Ferdinand Krenzer, reflete sobre o ‘destino’ desta forma:
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(...) O médico diz: “Sinto muito, mas o marido da senhora provavelmente não vai conseguir mais mexer com o braço”. Um caso relativamente menos grave. Mas, como conseqüência, a vida inteira será transtornada, porque o homem é um músico. Por que ele estava justamente naquele ponto da calçada, quando um motorista bêbado perdeu o controle de carro? “Destino! – nada podemos fazer” - assim se fala. Será que, ao menos aqui, o ser humano apercebe-se a si mesmo como indefeso e vítima? Em todo caso, estamos com medo. Alguns pensadores contemporâneos dizem que estamos “jogados na vida”. Será que realmente estamos totalmente e exclusivamente jogados na vida e destinados ao ocaso? Como aceitar esta afirmação? O homem não gostaria de ser o senhor do seu próprio destino?
Cientista francês Jacques Monod escreveu um livro, que logo virou um bestseller.
Tenta provar que nós, humanos, ganhamos a nossa existência graças ao “acaso”, ou graças à “catástrofe” na natureza. Nós, humanos, somos aqueles “acertados” na grande loteria da vida.
E depois vem a morte! Nunca uma pessoa sente-se mais indefesa, do que quando está à beira de uma cova aberta. Porque temos que morrer? A cada segundo estamos nos aproximando para esse terrível limite. Podemos, é verdade, adiar um pouco a morte, mas não conseguimos evitá-la. Na verdade, a morte será tanto mais dolorosa, quanto mais o ser humano se agarrar aos bens materiais e mais riquezas possuir nesta terra. Será que só de pensar sobre um fim assim, a mais bela alegria e a mais forte felicidade não ficam com o gosto de amargo? Será que a morte é realmente o fim inevitável? Todo o sentido da nossa vida compreenderia somente a passagem e aniquilação? É evidente que deixaremos para os nossos descendentes as obras duradouras. O nosso amor, os bens materiais e fortunas continuam vivendo em nossos filhos e netos. Mas, será que isso vai dar ao homem que se despede deste mundo a convicção e esperança que valeu a pena viver?
Essa ruptura na nossa vida não aparece somente em situações limites. Muita gente tem uma vida garantida e vive sem maiores problemas. Dia após dia segue o mesmo ritmo: levanta, o trânsito, o trabalho, talvez a desentendimento com o chefe, algumas horas de tempo livre, a TV. Hoje assim, amanhã assim. Uma vida normal, estabilizada, relativamente segura. Até que algum dia uma pergunta invade a consciência: “Isto é tudo?”, “Que significado tem tudo isso para mim, realmente?” E não se pode estranhar que muita gente fica decepcionada e duvida se a vida humana tem sentido.
Todo ser humano, especialmente o jovem, percebe e questiona o peso dessa indagação. No entanto, as conclusões que tira, são várias e diferentes. É aqui, justamente, que é a encruzilhada da vida. Cada pessoa precisa decidir qual o caminho vai escolher e seguir.
São possíveis três situações: ou ela evita tomar a decisão, ou nega o sentido da vida e mergulha num conformismo, ou – a terceira situação – pode optar pelas respostas que vêm da Fé. (...)
Continua ...
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(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris, Éditions Du Dialogue, 1981, p.19-20.)
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(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris, Éditions Du Dialogue, 1981, p.19-20.)
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