Para
entender o cristianismo precisamos ter
clara, em nossa mente, a mensagem libertadora, que Jesus Cristo trouxe ao mundo.
E por que essa mensagem é tão especial, a ponto que a humanidade não deveria
recusá-la? Qual é a perspectiva de futuro para o mundo e para o ser humano se este
teimar a não levar em consideração o convite e o projeto de Deus? Por que não
escolher o caminho do amor?
Para
prosseguir com a reflexão sobre o tema proposto, apresento, abaixo, mais um texto
(continuação) do livro de Ferdinand Krenzer¹.
Quem deseja entender mais profundamente a sua fé, aqui terá uma grande ajuda.
Não deixe de ler.
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Para poder acompanhar com facilidade a reflexão do autor e aproveitar ao máximo as explicações, é aconselhável ler desde o início todos os seus textos sobre este assunto (começo no dia 03 de agosto de 2012 - Para entender o cristianismo. Qual é a sua essência? ).
(2)
O que já conseguimos?
O que já conseguimos?
Mesmo se alguém tenha tudo o que a vida
possa lhe oferecer, apesar disso, sempre
defronta-se com a falta de alguma coisa. Quantas pessoas que tinham de tudo
nesta vida – chegaram a se suicidar...
Por quê? Porque nada disso o que o mundo pode oferecer não é capaz definitivamente
satisfazer o ser humano, não lhe dá uma total realização de todas as suas
expectativas e esperanças.
Isto nos mostra que a vida, para
ser realizada plenamente, tem que brotar das fontes que transcendem o que é
temporário. Qualquer coisa que somos capazes de fazer exclusivamente por nossa
própria conta, sempre deixa transparecer a fraqueza e limites existentes em nós.
Na Bíblia encontramos afirmações
profundas que o ser humano não é capaz, apenas por si mesmo, salvar a sua vida.
E na Carta aos Romanos, São Paulo resume esse desejo não realizado nas
palavras: “Infeliz de mim! Quem me livrará deste corpo de morte?” (Rm 7, 24).
O pecado e a morte – eles manifestam-se para Paulo como a essência da escravidão, da
obrigação e do absurdo.
Então, será que tem algum sentido
procurarmos alguma nova vida, algo definitivo, ou estamos nos iludindo? Não é,
justamente, por causa do progresso que surgiram novos perigos para a nossa
vida? Só de lembrar, aqui, da poluição do Meio Ambiente, da contaminação da
atmosfera pela radioatividade, a diminuição da camada do ozônio, etc. A nossa vida torna-se cada vez mais afetada
por essas mudanças, tornado-se menos saudável.
Obviamente, comparando com as
épocas passadas, sentimo-nos mais livres, emancipados; no entanto, será que não
foram criadas novas formas de opressão e de escravidão? Pensemos na opressão de
consumo, de produção, na obrigação de “ajustes sociais”... As nossas tentativas
de alcançar a liberdade
freqüentemente tornam-se a causa de
novas opressões e de novas formas de escravidão... e apelam à revolução.
Um caminho leva adiante
Quando olhamos para nós mesmos e
para as nossas possibilidades, realmente temos motivos para ficarmos
preocupados em relação ao futuro. Sem
dúvida, teremos a continuidade do progresso, mas, na verdade, nunca deixaremos
de correr em busca da nossa verdadeira felicidade.
Mas, pensando bem, se já testamos
muitas direções e entramos em muitos becos sem saída, nada arriscaremos se apostarmos
no modelo da liberdade e no futuro do
homem, propostos por Jesus Cristo. Porque Ele sabe que as nossas
desenfreadas buscas pela verdadeira
felicidade não são sonhos que nos iludem e enganam, mas, ao contrário, que é possível o ser humano alcançar essa
felicidade. A sua mensagem, no sentido integral, diz que onde Deus
realmente reina, ali, e somente ali, o
homem se realizará de verdade.
A partir de lá ,
Jesus – “a Nova Vida” – estará no ser
humano: “Nele estava a vida, e a vida era
a luz dos homens” (Jo 1,4). O seu programa é: “Eu vim para que as ovelhas tenham vida
e a tenham em abundância”.
(Jo 10, 10). Essa vida significa
libertação. Ao começar a sua vida
pública, no seu primeiro pronunciamento, Jesus usa as palavras do profeta
Isaias, dizendo que foi enviado para trazer liberdade aos homens: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque
ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para anunciar aos
prisioneiros a libertação, aos cegos a recuperação da vista, para pôr em
liberdade os oprimidos...” (Lc 4, 18).
(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara,
Paris, Éditions Du Dialogue, 1981, p. 114-115)²
Continua...
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¹
Krenzer Ferdinand (nascido em 22 de maio de 1921 em Dillenburg,
Hesse, † 08 de maio de 2012 em Hofheim am Taunus) foi um teólogo católico alemão,
sacerdote e escritor na aposentadoria.
² Obs.: As reflexões do Ferdinand
Krenzer fascinam pelo seu jeito simples e direto, e agradam o leitor,
ajudando-o a entender melhor o caminho da fé cristã e compreender os temas mais
difíceis desta doutrina.
Os textos publicados neste blog são
tomados do livro Taka jest nasza wiara, desse autor; uma edição no idioma
polonês, do qual faço uma tradução livre (para o português). O título original: “Morgen wird man wieder
Glauben”.
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