Estamos
na expectativa do conclave, que muito em breve
elegerá um novo chefe da Igreja Católica – o papa. Quem será o novo
papa? Como conduzirá a Igreja? Qual será o futuro caminho que a Igreja traçará,
para poder ser fiel discípula do Mestre de Nazaré no mundo atual? - São as perguntas para as quais ainda não
temos respostas... Podemos apenas confiar na força do Espírito Santo, que pode
tudo... e sopra onde quer!
É
neste clima de espera, de fé e oração, que trago aqui, para o blog Indagações,
com o propósito de ajudar na divulgação, a materia sobre o manifesto dos
teólogos da libertação e o poema de dom Pedro Casaldáliga, que recentemente foram
publicados no site do IHU. Aliás, esse
poema expressa a opinião de muita gente e convida para uma profunda reflexão.
Não
deixe de ler!
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Notícias
Terça, 05 de
março de 2013
De Pedro do Araguaia para o Pedro de Roma
O manifesto assinado por 2 mil
teólogos da libertação, entre eles d.
Pedro Casaldáliga, Leonardo
Boff e Jon
Sobrino, pede ao futuro Papa, quem quer que venha a ser, que
considere como prioritária a expectativa dos católicos por uma Igreja aberta
para as mudanças exigidas pelo mundo contemporâneo. Casaldáliga ainda
enviou um poema ao papa emérito Bento
XVI.
A reportagem é de Dermi Azevedo e publicada pelo Brasil de Fato,
04-3-2013.
Pela primeira vez na história da
Igreja Católica, os cardeais eleitores do Papa recebem, de um bispo, um poema.
O autor da poesia é o bispo emérito de São Félix do Araguaia/MT, o religioso
catalão d. Pedro
Casaldáliga, um dos representantes mais expressivos da Teologia
da Libertação.
O texto foi também enviado ao papa
emérito Bento XVI.
Paralelamente, d.
Pedro assinou na semana passada um manifesto de 2 mil teólogos
da libertação, entre os quais o brasileiro Leonardo Boff e o espanhol Jon Sobrino, com
ampla atuação em todo mundo e que foi punido pelo então cardeal Joseph Ratzinger,
quando era prefeito (ministro-chefe) Congregação da Doutrina da Fé (antigo
Santo Ofício).
O manifesto pede ao futuro Papa,
quem quer que venha a ser, que considere como prioritária a expectativa dos
católicos por uma Igreja aberta para as mudanças exigidas pelo mundo
contemporâneo.
De Pedro do Araguaia para o Pedro de Roma:
“Deixa a Cúria, Pedro”
Deixa a Cúria, Pedro,
desmonta o sinedrio e as muralhas,
ordene que todos os pergaminhos impecáveis sejam alterados
pelas palavras de vida, temor.
Vamos ao jardim das plantações de banana,
revestidos e de noite, a qualquer risco,
que ali o Mestre sua o sangue dos pobres.
A túnica/roupa é essa humilde carne desfigurada,
tantos gritos de crianças sem resposta,
e memória bordada dos mortos anônimos.
Legião de mercenários assediam a fronteira da aurora nascente
e César os abençoa a partir da sua arrogância.
Na bacia arrumada, Pilatos se lava, legalista e covarde.
O povo é apenas um “resto”,
um resto de esperança.
Não O deixe só entre os guardas e príncipes.
É hora de suar com a Sua agonia,
é hora de beber o cálice dos pobres
e erguer a Cruz, nua de certezas,
e quebrar a construção – lei e selo – do túmulo romano,
e amanhecer
a Páscoa.
Diga-lhes, diga-nos a todos
que segue em vigor inabalável,
a gruta de Belém,
as bem-aventuranças
e o julgamento do amor em alimento.
Não te conturbes mais!
Como você O ama,
ame a nós,
simplesmente,
de igual a igual, irmão.
Dá-nos, com seus sorrisos, suas novas lágrimas,
o peixe da alegria,
o pão da palavra,
as rosas das brasas…
… a clareza do horizonte livre,
o mar da Galileia, ecumenicamente, aberto para o mundo.
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