Domingo
de Ramos.
O
texto do Evangelho segundo Lucas (22, 14 – 23, 56)
narrando a Paixão de Cristo.
Uma boa oportunidade para entregar-se
a uma meditação sincera e profunda, a fim de que a Páscoa que está chegando, poder
resplandecer em toda a sua grandeza em nossa vida de peregrinos...!
O
comentário abaixo, extraordinário, da autoria de M. Asun Gutiérrez Cabriada, é uma reflexão maravilhosa. Não deixe de ler.
WCejnog
[Os interessados pedem ler esse texto em
apresentação de PPS, acessando o site das Monjas Beneditinas de
Montesserrat: http://www.benedictinescat.com/montserrat/imatges/DomRamPasC13port.pps Trabalho muito
bonito!]
WCejnog
De maneira germinal, Jesus está a apresentar,
na sua despedida, as linhas mestras
do seu movimento de seguidores:
uma comunidade alimentada por Ele mesmo
e dedicada totalmente a abrir caminhos
ao Reino de Deus,
numa atitude de serviço humilde e fraterno,
com a esperança posta no reencontro da festa final.
na sua despedida, as linhas mestras
do seu movimento de seguidores:
uma comunidade alimentada por Ele mesmo
e dedicada totalmente a abrir caminhos
ao Reino de Deus,
numa atitude de serviço humilde e fraterno,
com a esperança posta no reencontro da festa final.
José Antonio Pagola.
Jesus: uma abordagem histórica
Jesus: uma abordagem histórica
Jesus acaba de nos ensinar a paixão de viver,
agora vai a demonstrar-nos a paixão de morrer.
agora vai a demonstrar-nos a paixão de morrer.
Comentário
Quando
chegou a hora, Jesus sentou-se à mesa
com
os seus Apóstolos e disse-lhes:
«Tenho
desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa,
antes
de padecer; pois digo-vos que não
tornarei a comê-la,
até
que se realize plenamente no Reino de Deus».
Então,
tomando um cálice, deu graças e disse:
«Tomai
e reparti entre vós, pois digo-vos
que
não tornarei a beber do fruto da videira,
até
que venha o Reino de Deus».
Jesus considera o seu sangue como substituto do sangue dos sacrifícios que
se ofereciam no templo. Converte o pão e o vinho em figura do seu corpo e do
seu sangue, a sua vida inteira.
A mensagem de Jesus é que continuemos a recordá-l’O no sinal do pão e do
vinho, o vínculo de amor mútuo, exprimido no serviço aos outros.
Recordá-l’O é repartir o que somos e temos com quem mais necessite.
Depois
tomou o pão e, dando graças, partiu-o e
deu-lho, dizendo:
«Isto
é o meu Corpo entregue por vós. Fazei
isto em memória de Mim».
No
fim da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo:
«Este
cálice é a nova aliança no meu Sangue, derramado por vós.
Entretanto,
está comigo à mesa a mão daquele que me vai entregar.
O
Filho do homem vai partir, como está determinado.
Mas
ai daquele por quem Ele vai ser entregue!».
Começaram
então a perguntar uns aos outros
qual deles iria fazer semelhante coisa.
O grão de trigo
cai na terra e vai a morrer.
O fermento esconde-se na massa.
Para isso Ele veio, para que todos possam comer,
para que toda a massa se faça pão.
É uma ceia de despedida, a última das frequentes refeições que Jesus
celebrou (Mc 2, 19; Lc 13,28-29; 14, 15-24), figura e anúncio do alegre banquete que nos há-de reunir a todos no Reino de Deus.
O fermento esconde-se na massa.
Para isso Ele veio, para que todos possam comer,
para que toda a massa se faça pão.
É uma ceia de despedida, a última das frequentes refeições que Jesus
celebrou (Mc 2, 19; Lc 13,28-29; 14, 15-24), figura e anúncio do alegre banquete que nos há-de reunir a todos no Reino de Deus.
Levantou-se
também entre eles uma questão:
qual
deles se devia considerar o maior?
Disse-lhes
Jesus: «Os reis das nações
exercem
domínio sobre elas,
e os que têm sobre elas autoridade
são
chamados benfeitores.
Vós não deveis proceder desse modo.
O
maior entre vós seja como o menor,
e
aquele que manda seja como quem serve.
Pois
quem é o maior: o que está à mesa ou
o
que serve? Não é o que está à mesa?
Ora
Eu estou no meio de vós como aquele que serve.
Vós
estivestes sempre comigo nas minhas
provações.
E eu
preparo para vós um reino, como meu Pai
o
preparou para Mim:
comereis
e bebereis à minha mesa, no meu reino,
e
sentar-vos-eis em tronos,
a
julgar as doze tribos de Israel.
A salvação do mundo não virá pela força nem pelo poder, mas pelo serviço.
O amor é a única arma de Deus. Esperança, serviço, solidariedade, comunhão - são as atitudes que exprimem o sentido que Jesus deu à sua vida e à sua morte.
O amor é a única arma de Deus. Esperança, serviço, solidariedade, comunhão - são as atitudes que exprimem o sentido que Jesus deu à sua vida e à sua morte.
Jesus viveu ao serviço dos outros e encaminha-se para a morte em atitude de
serviço. Não é a morte que salva, mas o amor capaz de morrer.
Simão,
Simão, Satanás vos reclamou
para
vos agitar na joeira como trigo.
Mas eu
roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça.
E
tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos».
Pedro
respondeu-lhe:
«Senhor,
eu estou pronto a ir contigo,
até para a prisão e para a morte».
Disse-lhe
Jesus:
«Eu
te digo, Pedro: Não cantará hoje o galo,
sem
que tu, por três vezes, negues conhecer-me».
Pedro demonstra
demasiada segurança em si mesmo: mesmo que todos, eu não; eu sou melhor, a
minha fé é mais forte, como vou duvidar da minha fé?
Seguiremos com Jesus mais além do entusiasmo inicial, quando os problemas se tornem presentes e ficamos sem entender bem os planos de Deus?
Seguiremos com Jesus mais além do entusiasmo inicial, quando os problemas se tornem presentes e ficamos sem entender bem os planos de Deus?
Depois
acrescentou:
«Quando
vos enviei sem bolsa
nem
alforge nem sandálias,
faltou-vos alguma coisa?».
Eles
responderam que não lhes faltara nada.
Disse-lhes
Jesus: «Mas agora,
quem
tiver uma bolsa pegue nela,
bem como no alforge; e quem não tiver
espada venda a capa e compre uma.
Porque
Eu vos digo que se deve cumprir em mim
o que está escrito:
‘Foi
contado entre os malfeitores’.
Na
verdade, o que me diz respeito
está a chegar ao fim».
Eles
disseram:
«Senhor,
estão aqui duas espadas».
Mas
Jesus respondeu:
«Basta».
Com Ele caminhamos e Ele nos capacita para mudar o nosso coração e amar com
o seu mesmo amor, para ser fermento de um mundo novo.
Convida-nos a anunciar que, para Deus, o que vale é a alegria e a
vida, sobretudo a alegria e a vida das
pessoas mais necessitadas.
Então
saiu e foi, como de costume,
para o monte das Oliveiras,
e os discípulos acompanharam-n’O.
Quando
chegou ao local, disse-lhes:
«Orai,
para não entrardes em tentação».
Depois
afastou-se deles cerca de um tiro de pedra e,
pondo-se de joelhos, começou a orar, dizendo:
«Pai,
se quiseres, afasta de mim este cálice.
Todavia, não se faça a minha vontade, mas a
tua».
Então
apareceu-lhe um Anjo,
vindo do Céu, para O confortar.
Entrando em angústia, orava mais
instantemente,
e o suor tornou-se-lhe como grossas gotas de
sangue,
que caíam na terra.
Depois
de ter orado, levantou-se
e foi ter com os discípulos,
que encontrou a dormir, por causa da
tristeza.
Disse-lhes
Jesus:
«Porque
estais a dormir?
Levantai-vos
e orai,
para não entrardes em tentação».
Para Jesus, como para nós, é necessária a oração em todas as
circunstâncias.
O mundo é um enorme Getsemani, onde muitas pessoas sofrem fome, desamparo, exploração, falta de solidariedade, injustiça. Muitas vezes não as acompanhamos, dormimos descansados perante a angústia dos outros.
O mundo é um enorme Getsemani, onde muitas pessoas sofrem fome, desamparo, exploração, falta de solidariedade, injustiça. Muitas vezes não as acompanhamos, dormimos descansados perante a angústia dos outros.
Estou a dormir perante a dor do mundo?
Jesus necessita ser animado e consolado. A forma de o fazer é consolando e
animando as pessoas que necessitem.
“Jesus sofre o inferno da ausência de Deus,
para que assim não haja inferno para mais ninguém”
(Von Balthasar).
(Von Balthasar).
Ainda
Ele estava a falar,
quando apareceu uma multidão de gente.
O chamado Judas, um dos Doze,
vinha à sua frente e aproximou-se de Jesus,
para O beijar.
Disse-lhe Jesus:
«Judas,
é com um beijo
que
entregas o Filho do homem?».
Como é possível
conhecer a Jesus de perto e vendê-l’O
como Judas?
Como é possível conhecer de perto a Jesus e traí-l’O,
como Pedro?
Essas atitudes difíceis de compreender,
são únicas e exclusivas de Judas e de Pedro?
Os evangelhos sublinham a responsabilidade histórica de Judas,
não a sua “culpa jurídica”, e menos ainda a sua “condenação eterna”.
como Judas?
Como é possível conhecer de perto a Jesus e traí-l’O,
como Pedro?
Essas atitudes difíceis de compreender,
são únicas e exclusivas de Judas e de Pedro?
Os evangelhos sublinham a responsabilidade histórica de Judas,
não a sua “culpa jurídica”, e menos ainda a sua “condenação eterna”.
Ao
verem o que ia suceder,
os
que estavam com Jesus perguntaram-lhe:
«Senhor,
vamos feri-los à espada?».
E um
deles feriu o servo do sumo sacerdote,
cortando-lhe a orelha direita.
Mas
Jesus interveio, dizendo:
«Basta!
Deixai-os». E, tocando na orelha do homem, curou-o.
Disse então Jesus aos que tinham vindo ao seu
encontro,
príncipes dos sacerdotes, oficiais do templo
e anciãos:
«Vós
saístes com espadas e varapaus,
como se viésseis ao encontro dum salteador.
Eu estava todos os dias convosco no templo
e não me deitastes as mãos.
Mas esta é a vossa hora e o poder das trevas.
Jesus cura a ferida do criado. Esquece-se de si mesmo para aliviar a dor do
“inimigo”.
As espadas não salvam... Jesus cura
todas as nossas violências.
Os seguidores e as seguidoras de Jesus acreditam que a história (a de
Judas, a de Pedro o traidor, a dos discípulos que fogem, e a de todos nós que
não nos devemos crer melhores que eles) está nas mãos de Deus e, apesar de
tudo, Deus a vai tornando história de salvação.
Apoderaram-se
então de Jesus, levaram-n’O
e
introduziram-n’O em casa do sumo sacerdote.
Pedro
seguia-os de longe.
Acenderam
uma fogueira no meio do pátio,
sentaram-se
em volta dela, e Pedro
foi
sentar-se no meio deles.
Ao
vê-lo sentado ao lume,
uma
criada, fitando os olhos nele, disse:
«Este
homem também andava com Jesus».
Mas
Pedro negou:
«Não
O conheço, mulher».
Pouco
depois, disse outro, ao vê-lo:
«Tu
também és um deles».
Mas
Pedro disse:
«Homem,
não sou».
Passada
mais ou menos uma hora,
afirmava
outro com insistência:
«Esse
homem, com certeza,
também
andava com Jesus, pois até é galileu».
Pedro
respondeu:
«Homem,
não sei o que dizes».
Nesse
instante - ainda ele falava - um galo cantou.
A Pedro, assalta-o o pânico quando o descobrem.
Pronuncia as palavras mais tristes que pode dizer quem segue Jesus:
“não conheço esse homem”.
“não conheço esse homem”.
Podemos identificar-nos com Pedro. Julgava-se com forças e cai.
Cedo vai sentir que Jesus perdoa sempre, confia sempre e sempre dá uma nova oportunidade.
Cedo vai sentir que Jesus perdoa sempre, confia sempre e sempre dá uma nova oportunidade.
O
Senhor voltou-se e fitou os olhos em Pedro.
Então
Pedro lembrou-se da palavra
do
Senhor, quando lhe disse:
‘Antes
de o galo cantar, Me negarás três vezes’.
E,
saindo para fora, chorou amargamente.
Que teria dito Jesus a Pedro com o seu olhar?
Ao chorar amargamente começa a conhecer-se a si mesmo,
a fundamentar-se mais na fidelidade e no amor de Jesus que na sua própria segurança.
a fundamentar-se mais na fidelidade e no amor de Jesus que na sua própria segurança.
Jesus, com a sua atitude, ensina-nos
a perdoar a quem nos insulte,
nos negue ou esqueça, nos atraiçoe, nos fira...
nos negue ou esqueça, nos atraiçoe, nos fira...
Que o nosso coração seja generoso,
capaz de perdoar sempre, desculpar, compreender... Como Jesus.
Entretanto,
os homens que guardavam Jesus
troçavam
d’Ele e maltratavam-n’O.
Cobrindo-lhe
o rosto, perguntavam-lhe:
«Adivinha,
profeta: Quem te bateu?».
E
dirigiam-lhe muitos outros insultos.
Ao
romper do dia, reuniu-se
o
conselho dos anciãos do povo,
os príncipes dos sacerdotes e os escribas.
Levaram-n’O ao seu tribunal e disseram-lhe:
«Diz-nos
se tu és o Messias».
Jesus
respondeu-lhes:
«Se eu
vos disser, não acreditareis e,
se
fizer alguma pergunta, não respondereis.
Mas o Filho do homem sentar-se-á doravante
à direita do poder de Deus».
Disseram
todos:
«Tu
és então o Filho de Deus?».
Jesus
respondeu-lhes:
«Vós
mesmos dizeis que eu sou».
Então
exclamaram:
«Que
necessidade temos ainda de testemunhas?
Nós
próprios o ouvimos da sua boca».
Levantaram-se
todos e levaram Jesus a Pilatos.
Começaram
a acusá-l’O, dizendo:
«Encontrámos
este homem a sublevar o nosso povo,
a impedir que se pagasse o tributo a César
e
dizendo ser o Messias-Rei».
Os inimigos de Jesus há tempo que estão à espreita. Não têm argumentos contra a franqueza, a forma de vida, a liberdade... de Jesus e
recorrem à força. Querem cobrir de legalidade a decisão de O matar tomada
previamente.
Pilatos
perguntou-lhe:
«Tu
és o Rei dos Judeus?»
Jesus
respondeu-lhe:
«Tu
o dizes».
Pilatos
disse aos príncipes
dos sacerdotes e à multidão:
«Não
encontro nada de culpável neste homem».
Mas
eles insistiam:
«Amotina
o povo, ensinando por toda a Judeia,
desde
a Galileia, onde começou, até aqui».
Jesus não vem pregar verdades generais, religiosas ou morais,
mas vem proclamar a chegada do Reino e a Boa Notícia do Evangelho.
mas vem proclamar a chegada do Reino e a Boa Notícia do Evangelho.
Jesus é plenamente rejeitado: é escândalo para os dirigentes religiosos,
palermice para o poder político,
decepção para a maior parte do povo
e desconcerto para os discípulos.
Jesus fala continuamente de Reino, palavra que provoca medo e põe alerta as
autoridades. Sucede com frequência que
quanto mais poder se julga ter, mais medo se tem.
Ao
ouvir isto, Pilatos perguntou
se o homem era galileu;
e,
ao saber que era da jurisdição de Herodes,
enviou-O a Herodes, que também
estava
nesses dias em Jerusalém.
Ao
ver Jesus, Herodes ficou muito satisfeito.
Havia
bastante tempo que O queria ver,
pelo que ouvia dizer d’Ele,
e
esperava que fizesse
algum
milagre na sua presença.
Fez-lhe
muitas perguntas,
mas Ele nada respondeu.
Os
príncipes dos sacerdotes e
os
escribas que lá estavam
acusavam-n’O
com insistência.
Herodes,
com os seus oficiais,
tratou-O
com desprezo
e,
por troça, mandou-O cobrir
com
um manto magnífico
e
remeteu-O a Pilatos.
Herodes
e Pilatos, que eram inimigos,
ficaram
amigos nesse dia.
Jesus não quer
estabelecer o Reino contemporizando com os tiranos.
Impressiona o seu silêncio cheio de dignidade e eloquência.
Contrasta com o vão palabreado de Herodes e com ls acusações dos sacerdotes e escribas.
Impressiona o seu silêncio cheio de dignidade e eloquência.
Contrasta com o vão palabreado de Herodes e com ls acusações dos sacerdotes e escribas.
Ensina-nos a ser
livres, a praticar e valorizar o silêncio,
a saber quando devemos falar e quando calar, a confiar somente em Deus.
a saber quando devemos falar e quando calar, a confiar somente em Deus.
Pilatos
convocou os príncipes dos sacerdotes,
os chefes e o povo, e disse-lhes:
«Trouxestes
este homem à minha presença
como
agitador do povo. Interroguei-O diante de vós
e não encontrei n’Ele nenhum dos crimes
de
que O acusais. Herodes também não,
uma
vez que no-l’O mandou de novo.
Como
vedes, não praticou nada que mereça a morte.
Vou, portanto, soltá-l’O, depois de O mandar
castigar».
Pilatos
tinha obrigação de lhes soltar um preso
por ocasião da festa. E todos se puseram a gritar:
«Mata
Esse e solta-nos Barrabás».
Barrabás
tinha sido metido na cadeia
por
causa de uma insurreição desencadeada na cidade
e
por assassínio. De novo Pilatos lhes dirigiu a palavra,
querendo
libertar Jesus. Mas eles gritavam:
«Crucifica-O!
Crucifica-O!».
Pilatos
falou-lhes pela terceira vez:
«Mas
que mal fez este homem?
Não encontrei n’Ele nenhum motivo de morte.
Por isso vou soltá-l’O, depois de O mandar
castigar».
Mas
eles continuavam a gritar,
pedindo que fosse crucificado,
e os seus clamores aumentavam de violência.
Então Pilatos decidiu fazer o que eles
pediam:
soltou
aquele que fora metido na cadeia
por insurreição e assassínio, como eles reclamavam,
e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam.
É fácil congregar
e manipular a multidão.
Num momento se pode fazer que grite “hossanna”, e noutro “crucifica-o”...
Jesus apresenta-se sempre como alternativa de alguém ou de algo.
Quando não se tem o valor de optar só por Ele, fazendo calar outros ruídos, atua-se da mesma maneira que Pilatos. Abandona-se. Condena-se.
Aclamo e acolho Jesus num momento e noutro rejeito-O?...
Num momento se pode fazer que grite “hossanna”, e noutro “crucifica-o”...
Jesus apresenta-se sempre como alternativa de alguém ou de algo.
Quando não se tem o valor de optar só por Ele, fazendo calar outros ruídos, atua-se da mesma maneira que Pilatos. Abandona-se. Condena-se.
Aclamo e acolho Jesus num momento e noutro rejeito-O?...
Quando
O conduziam, lançaram mão
de
um certo Simão de Cirene,
que
vinha do campo,
e
puseram-lhe a cruz às costas,
para a levar atrás de Jesus.
Seguia-O grande multidão de povo
e
mulheres que batiam no peito
e se lamentavam, chorando por Ele.
Mas Jesus voltou-se para elas e disse-lhes:
«Filhas
de Jerusalém, não choreis por Mim;
chorai antes por vós mesmas e pelos vossos
filhos;
pois
dias virão em que se dirá: ‘Felizes as
estéreis,
os ventres que não geraram e os peitos
que
não amamentaram’.
Começarão
a dizer aos montes:
‘Caí
sobre nós’; e às colinas: ‘Cobri-nos’.
Porque, se tratam assim a madeira verde,
que
acontecerá à seca?».
Levavam
ainda dois malfeitores
para
serem executados com Jesus.
Simão é o modelo de discípulo. Bonita missão dedicar-se a aliviar as
cruzes, a tornar mais leve a vida das pessoas que encontramos no caminho.
A semana santa á um bom momento de conversão, tempo para una maior
coerência do Evangelho nas nossas vidas.
Para escolher Jesus e não a Barrabás; para ser pessoas solidárias como
Simão; valentes e teimosos como as mulheres de Jerusalém...
Quando
chegaram ao lugar chamado Calvário,
crucificaram-n’O a Ele e aos malfeitores,
um à direita e outro à esquerda.
Jesus
dizia: «Pai, perdoa-lhes,
porque não sabem o que fazem».
Depois
deitaram sortes,
para
repartirem entre si as vestes de Jesus.
O povo permanecia ali a observar.
Por
sua vez, os chefes zombavam e diziam:
«Salvou os outros: salve-se a si mesmo,
se é
o Messias de Deus, o Eleito».
Também
os soldados troçavam d’Ele;
aproximando-se para lhe oferecerem vinagre,
diziam: «Se és o Rei dos Judeus, salva-te a ti
mesmo».
Por
cima d’Ele havia um letreiro:
«Este é o Rei dos Judeus».
Entretanto,
um dos malfeitores
que
tinham sido crucificados insultava-O,
dizendo:
«Não
és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo
e a
nós também». Mas o outro, tomando a palavra,
repreendeu-o:
«Não temes a Deus,
tu que sofres o mesmo suplício? Quanto a nós,
fez-se justiça, pois recebemos o castigo
das
nossas más acções. Mas Ele nada praticou
de
condenável». E acrescentou:
«Jesus,
lembra-Te de mim,
quando vieres com a tua realeza».
Jesus
respondeu-lhe:
«Em
verdade te digo:
Hoje
estarás comigo no Paraíso».
Perdoa a seus verdugos. Para o bom
ladrão o perdão é uma grande promessa.
Jesus é mestre do perdão porque é mestre do amor.
Jesus é mestre do perdão porque é mestre do amor.
Sem dúvida, também ao “mau” ladrão lhe abrandará o coração, para que lhe
diga: “Jesus, lembra-te de mim...” No final não haverá separação entre
crucificados bons e maus. É o que diz Lucas pondo na boca de Jesus essas
maravilhosas palavras: “Pai, perdoa-lhes...”
É o perdão, o amor, não o castigo, que nos salva e nos torna bons.
Era
já quase meio-dia, quando as trevas
cobriram toda a terra, até às três horas da tarde,
porque o sol se tinha eclipsado.
O
véu do templo rasgou-se ao meio.
E Jesus exclamou com voz forte:
«Pai,
em tuas mãos entrego o meu espírito».
Dito isto, expirou.
Vendo
o que sucedera, o centurião
deu glória a Deus, dizendo:
«Realmente
este homem era justo».
E
toda a multidão que tinha assistido
àquele
espectáculo, ao ver o que se passava,
regressava batendo no peito.
Todos os conhecidos de Jesus,
bem
como as mulheres que O acompanhavam
desde
a Galileia, mantinham-se à distância,
observando
estas coisas.
Dor e esperança.
Comunhão com os sofrimentos humanos e esperança no Deus da vida.
No momento da morte, um grito de confiança absoluta.
No momento da morte, um grito de confiança absoluta.
Pai, para ti vou. Em ti me abandono.
Em ti quero descansar.
“A morte de Jesus na cruz é a consequência de uma vida no
serviço radical à justiça e ao amor; é sequência da sua opção pelos pobres e
deserdados; da opção pelo seu povo, que sofria exploração e extorsão.
Neste mundo, toda a
saída em favor da justiça e do amor
é arriscar a vida ”.
E. Schillebeeckx
Havia
um homem chamado José,
da
cidade de Arimateia, que era pessoa
reta
e justa e esperava o reino de Deus.
Era membro do Sinédrio, mas não tinha
concordado com a decisão e o proceder dos outros.
Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de
Jesus.
E, depois de o ter descido da cruz,
envolveu-o
num lençol e depositou-o
num
sepulcro escavado na rocha,
onde
ninguém ainda tinha sido sepultado.
Era
o dia da Preparação e começavam
a
aparecer as luzes do sábado.
A paixão de Jesus
não acaba e a sua Ressurreição renova-se permanentemente.
Comunguemos com os irmãos na sua paixão e sua ressurreição, mostrando proximidade, união e compromisso libertador, combatendo as causas do sofrimento.
Que faço perante as pessoas crucificadas? Que faço perante as suas cruzes?
Que vou fazer para as baixar da cruz?
Comunguemos com os irmãos na sua paixão e sua ressurreição, mostrando proximidade, união e compromisso libertador, combatendo as causas do sofrimento.
Que faço perante as pessoas crucificadas? Que faço perante as suas cruzes?
Que vou fazer para as baixar da cruz?
Entretanto, as mulheres que tinham vindo
com
Jesus da Galileia acompanharam José
e observaram o sepulcro e a maneira
como
fora depositado o corpo de Jesus.
No regresso, prepararam aromas e perfumes.
E no
sábado guardaram o descanso,
conforme
o preceito.
Para José de Arimateia é tempo de falar, de pedir, de se arriscar.
Para as mulheres, tempo de permanecer como testemunhas
silenciosos do crucificado.
Breve chegará para elas o tempo de usar a palavra
e de ser as primeiras a anunciar a Ressurreição.
Como as seguidoras
de Jesus podemos preparar unguentos e perfumes e aproximar-nos dos túmulos do
nosso mundo, para os abrir e anunciar que a morte não tem a última palavra. Que
o nosso destino não é a cruz e a morte, mas sim a vida;
não é o
sofrimento, mas a alegria perfeita.
O definitivo não são as “semanas santas” que vivermos,
mas a Páscoa, a Ressurreição, a Vida.
O definitivo não são as “semanas santas” que vivermos,
mas a Páscoa, a Ressurreição, a Vida.
Um
dia me olhaste
Um dia me olhaste
como olhaste a Pedro.
como olhaste a Pedro.
Não te viram meus
olhos,
mas senti que o céu
descia até às minhas mãos.
mas senti que o céu
descia até às minhas mãos.
Que luta de
silêncios
libertaram na noite
teu amor e meu desejo!
libertaram na noite
teu amor e meu desejo!
Um dia me olhaste
e ainda sinto
a impressão desse pranto
que me abrasou por dentro.
e ainda sinto
a impressão desse pranto
que me abrasou por dentro.
Ainda vou pelos
caminhos
sonhando aquele encontro.
sonhando aquele encontro.
Um dia me olhaste
como olhaste a Pedro.
como olhaste a Pedro.
(Ernestina de Champourcín)
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